org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)
SEMANA 3/2014
O apóstolo João indica uma das atitudes do cristão que quer permanecer no Senhor: conhecer o que acontece no próprio coração. Por isso, adverte que não é preciso dar fé a todo espírito, mas, sim, colocar os espíritos à prova. É preciso saber distinguir os espíritos, discernir se algo nos faz permanecer no Senhor ou nos afasta d’Ele. Nosso coração sempre tem desejos, ânsias, tem pensamentos (…). O Apóstolo João nos exorta a colocar à prova o que pensamos e desejamos: se isto está na linha do Senhor, assim está certo; se não está… não estará… Colocar à prova os espíritos para provar se realmente vêm de Deus, porque muitos falsos profetas estão no mundo. Profetas ou profecias ou propostas: ‘Eu tenho vontade de fazer isso!’. Porém, isso não leva ao Senhor, te afasta d’Ele. Por isso, é preciso vigiar. O cristão é um homem ou uma mulher que sabe vigiar seu coração. E tantas vezes nosso coração, com tantas coisas que vão e vêm, parece um mercado de bairro: você encontra de tudo ali… Mas não! Devemos ponderar – isto é do Senhor e isto não é – para permanecer no Senhor.
Missa em Santa Marta, 07/01/2014
São João tem uma ideia clara, simples: cada espírito que reconhece Jesus Cristo, vindo na carne, pertence a Deus. Cada espírito que não reconhece Jesus como Deus: é o espírito do anticristo. Porém, o que significa, portanto, reconhecer que o Verbo se fez carne? Quer dizer reconhecer o caminho de Jesus Cristo, reconhecer que Ele, sendo Deus, rebaixou-se, humilhou-se até a morte de cruz; esse é o caminho de Jesus Cristo: o rebaixamento, a humildade, a humilhação também. Se um pensamento, se um desejo te leva por esse caminho de humildade, de rebaixamento, de serviço ao próximo, é de Jesus. Porém, se te leva pelo caminho da suficiência, da vaidade, do orgulho, pelo caminho do pensamento abstrato, não é de Jesus. Pensemos nas tentações de Jesus no deserto: as três propostas que o demônio faz a Jesus tinham o objetivo de afastá-lo desse caminho, o caminho do serviço, da humildade, da humilhação, da caridade. Porém, e a caridade que praticou em sua vida, certo? Jesus fala não para as três tentações: ‘Não, este não é meu caminho!’.
Missa em Santa Marta, 07/01/2014
Antes de subir ao céu, Jesus nos pediu para ir a todo mundo e batizar. Desde aquele dia até o dia de hoje, isto tem sido uma cadeia ininterrupta: batizam-se os filhos, e os filhos, depois os filhos dos filhos… E hoje também essa cadeia continua. Estas crianças são um elo de uma corrente. Vocês trazem estas crianças para que eu as batize; depois de uns anos, eles trarão um filho ou um sobrinho… para ser batizado e esta é a corrente da fé. O que significa isso? Eu gostaria de dizer-lhes apenas isto: vocês são transmissores da fé, têm o dever de transmitir essa fé a estas crianças. É a melhor herança que vocês deixarão para elas: a fé! Apenas isso. Hoje, levem para casa este pensamento. Nós devemos ser transmissores da fé; pensem nisso, pensem sempre como transmitir a fé às crianças. Hoje o coro canta, porém o coro mais bonito é este das crianças, que fazem barulho… Alguns choram, porque não estão acomodados ou porque estão com fome: se estão com fome, mamães: deem-lhe de comer. Fiquem tranquilas, certo? Porque aqui eles são ‘o principal’. E agora, com essa consciência de serem seus transmissores da fé, continuemos a celebração do batismo.
Batismo de bebês, 12/01/14
Faço uma pergunta: uma pessoa pode batizar-se a si mesma? Ninguém pode batizar-se a si mesma! Ninguém. Podemos pedi-lo, desejá-lo, mas temos sempre a necessidade de alguém que nos confira este Sacramento em nome do Senhor. Porque o Batismo é um dom que é concedido num contexto de solicitude e de partilha fraterna. Ao longo da história sempre um batiza outro, outro, outro… é uma corrente. Uma corrente de Graça. Mas, eu não me posso batizar sozinho: devo pedir o Batismo a outra pessoa. É um ato de fraternidade, uma ato de filiação à Igreja. Na celebração do Batismo podemos reconhecer os traços mais característicos da Igreja a qual, como uma mãe, continua a gerar novos filhos em Cristo, na fecundidade do Espírito Santo. Peçamos então de coração ao Senhor podermos experimentar cada vez mais, na vida diária, esta graça que recebemos com o Batismo. Que os nossos irmãos ao encontrar-nos possam encontrar verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus Cristo, verdadeiros membros da Igreja. E não esqueçais a tarefa de hoje: procurar, perguntar a data do próprio Batismo. Assim como eu conheço a data do meu nascimento, devo conhecer a data do meu Batismo, porque é um dia de festa.
Audiência geral, 08/01/14
Somos portadores de uma esperança nova, porque o Batismo nos dá esta nova esperança: a esperança de percorrer o caminho da salvação, a vida inteira. E esta esperança que nada e ninguém pode desiludir, porque a esperança não decepciona. Recordai-vos: a esperança no Senhor nunca desilude. É graças ao Batismo que somos capazes de perdoar e amar também quem nos ofende e nos faz mal; que conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres o rosto do Senhor que nos visita e se faz próximo. O Batismo ajuda-nos a reconhecer no rosto dos necessitados, dos sofredores, também do nosso próximo, a face de Jesus. Tudo isto é possível graças à força do Batismo!
Audiência geral, 08/01/14
Com efeito, esta festa faz-nos ver um movimento duplo: por um lado o movimento de Deus rumo ao mundo, à humanidade — toda a história da salvação, que culmina em Jesus — e por outro, o movimento dos homens em direção a Deus — pensemos nas religiões, na busca da verdade, no caminho dos povos rumo à paz, à paz interior, à justiça e à liberdade. E este dúplice movimento é suscitado por uma atração recíproca. Da parte de Deus, o que o atrai? É o amor por nós: somos seus filhos, ama-nos e quer libertar-nos do mal, das doenças, da morte, e levar-nos para a sua casa, para o seu reino. «Deus, por pura graça, atrai-nos para nos unir a Si» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 112). E existe também da nossa parte um amor, um desejo: o bem atrai-nos sempre, a verdade atrai-nos, a vida, a felicidade, a beleza atraem-nos… Jesus é o ponto de encontro desta atração recíproca, e deste movimento duplo. É Deus e homem: Jesus. Deus e homem. Mas quem toma a iniciativa? Sempre Deus! O amor de Deus vem sempre antes do nosso! Ele toma sempre a iniciativa. Ele espera-nos, convida-nos, a iniciativa é sempre sua. Jesus é Deus que se fez homem, se encarnou, nasceu para nós. A estrela nova que apareceu aos magos era o sinal do nascimento de Cristo. Se não tivessem visto a estrela, aqueles homens não teriam partido. A luz precede-nos, a verdade precede-nos, a beleza precede-nos. Deus precede-nos. O profeta Isaías dizia que Deus é como a flor da amendoeira. Porquê? Porque naquela terra a amendoeira é a primeira árvore que floresce. E Deus precede, procura-nos sempre primeiro, Ele dá o primeiro passo. Deus precede-nos sempre. A sua graça precede-nos e esta graça surgiu em Jesus. Ele é a epifania. Ele, Jesus Cristo, é a manifestação do amor de Deus. Está conosco.
Angelus 06/01/14
A Igreja inteira está dentro deste movimento de Deus para com o mundo: a sua alegria é o Evangelho, é refletir a luz de Cristo. A Igreja é o povo de quantos experimentaram esta atração e a trazem dentro de si, no coração e na vida. «Gostaria — sinceramente — gostaria de dizer àqueles que se sentem distantes de Deus e da Igreja — dizer respeitosamente — àqueles que têm medo e são indiferentes: o Senhor chama também a ti, chama-te para fazer parte do seu povo e fá-lo com grande respeito e amor!» (ibid., 113) O Senhor chama-te. O Senhor procura-te. O Senhor espera-te. O Senhor não faz proselitismo, oferece amor, e este amor procura-te, espera-te, tu que neste momento não crês ou estás distante. Este é o amor de Deus.
Angelus 06/01/14
Olhem que o amor do qual João fala não é o amor das telenovelas! Não, é outra coisa. O amor Cristo tem sempre uma qualidade: a concreção. O amor cristão é concreto. O mesmo Jesus, quando fala do amor, nos fala de coisas concretas: dar de comer aos famintos, visitar os enfermos e tantas coisas concretas. O amor é concreto. A concreção cristã. E quando não existe essa concreção, pode-se viver um cristianismo de ilusões, porque não se compreende bem onde está o centro da mensagem de Jesus. Este amor não chega a ser concreto: é um amor de ilusões, como essas ilusões que tinham os discípulos quando, vendo Jesus, acreditavam que era um fantasma. (…) Se você tem o coração endurecido não pode amar e pensa que o amor é só figura. Não, o amor é concreto. E essa concreção se fundamenta em dois critérios: o primeiro critério: amar com obras, não com palavras. As palavras são levadas pelo vento! Hoje estou, amanhã não estou. O segundo critério de concreção é que no amor é mais importante dar que receber. Aquele que ama doa, doa… Doa coisas, doa vida, doa a si mesmo a Deus e ao próximo. Ao contrário, quem não amar, quem é egoísta, sempre procura receber, sempre procura ter coisas, levar vantagens. Permanecer com o coração aberto, não como era o dos discípulos, que estava fechado, que não entendiam nada: permanecer em Deus e Deus permanece em nós; permanecer no amor.
Missa em Santa Marta, 09/01/14
Quem quiser permanecer em Deus, todos fomos gerados por Deus, aquele que permanece no amor vence o mundo e a vitória é nossa fé. De nossa parte, está a fé. Da parte de Deus – por isso permanece – o Espírito Santo, que realiza essa obra de graça. De nossa parte, está a fé. É forte! E esta é a vitória que vence o mundo: nossa fé! Nossa fé pode tudo! É vitória! E isso seria belo que repetíssemos, também a nós, porque muitas vezes somos cristãos derrotados. Porém, a Igreja está cheia de cristãos vencidos, que não acreditam nisso, que a fé é vitória; que não vivem essa fé, porque se não se vive essa fé, surge a derrota e vence o mundo, o príncipe do mundo… A fé é confessar Deus, porém o Deus que se revela a todos nós, desde o tempo de nossos pais até hoje; o Deus da história. E isto é o que todos os dias rezamos no Credo. E uma coisa é rezar o Credo do fundo do coração e outra rezar como papagaios, não é mesmo? Creio, creio em Deus, creio em Jesus Cristo, creio… Eu creio no que falo? Essa confissão de fé é verdadeira ou a falo um pouco de memória, porque se deve falar? Ou creio pela metade? Confessar a fé! Inteira, não uma parte! Inteira! E guardar toda essa fé, tal como herdamos, pelo caminho da tradição: toda a fé! E como posso saber se confesso bem a fé? Há um sinal: quem confessa bem a fé, e toda a fé, tem a capacidade de adorar, adorar a Deus.
Missa em Santa Marta, 10/01/14
Eu ponho à prova o que penso, o que quero, o que desejo? Ou aceito tudo? Muitas vezes, nosso coração é um caminho, todos passam por ali… Colocar à prova. Escolho sempre as coisas que vêm de Deus? Sei quais são aquelas que vêm de Deus? Conheço o verdadeiro critério para discernir meus pensamentos, meus desejos? Pensemos nisto e não nos esqueçamos que o critério é a Encarnação do Verbo. O Verbo veio na carne: este é Jesus Cristo! Jesus Cristo que se fez homem, Deus feito homem, rebaixou-se, humilhou-se por amor, para servir a nós. E que o Apóstolo João nos conceda esta graça de conhecer o que se passa em nosso coração e ter a sabedoria de discernir o que vem de Deus e o que não vem de Deus.
Missa em Santa Marta, 07/01/14.
Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil
- Ler todos os textos na categoria: Francisco aos peregrinos 2014
- Evangelii Gaudium: Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (24 de novembro de 2013)
O objetivo da peregrinação
é a renovação da Aliança de Amor
em sua força formadora e missionária;
a que se manifestará – internamente em Schoenstatt -,
a renovação da Família
e – externamente – na formação da uma Cultura de Aliança.