Posted On 2013-07-23 In Francisco - iniciativos e gestos

Chegada do Papa ao Rio: “Trago comigo o que de mais valioso me foi dado”: Jesus Cristo

JMJ-BRASIL, mda. Pontualmente às 16h, o avião de Alitalia aterrou na Base Aérea do Galeão, este avião marcado com as letras “JM” e que levou Jorge Mario Bergoglio, há pouco mais de quatro meses, do aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires, e agora como Papa Francisco de volta à sua amada América Latina, ao Brasil, onde milhares de jovens o esperavam. Chegou como Papa Francisco, e chegou tal como foi: sendo ele mesmo, espontâneo, autêntico, disponível para qualquer pedido, humilde e sem nenhum medo.

Começou assim já no avião. Em vez de entrevistas ou protocolos formais, apareceu depois de uma hora onde estavam os jornalistas, saudou-os um a um e conquistou-os a todos. Escreve uma jornalista argentina “Depois de falar da sua primeira viagem internacional ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude e de prometer que responderá a perguntas “no regresso”, na viagem de regresso a Roma, no domingo que vem, saudou calorosamente, um por um dos 71 jornalistas do voo. Então, sendo ele mesmo, espontâneo, autêntico, disponível para qualquer pedido, deixou muitos com as pernas a tremer e de lágrimas nos olhos…”

No aeroporto, a Presidente Dilma Roussef, entre outras autoridades, aguardava a sua chegada, para além de um coro de crianças e jovens, e a equipa que o ia acompanhar de perto nesta “semana da juventude” como ele mesmo lhe chamou. Por um momento, os olhos assombrados de schoenstattianos que ainda não sabiam vieram entre os cardeais e bispos ao Padre Alexandre Awi de Melo. É ele? Sim, era ele. D. Orani, Arcebispo do Rio de Janeiro, que em 18 de julho abençoou o “Santuário Peregrino”, recebeu-o como anfitrião e deu-lhe as boas-vindas. Dirigiram-se para um automóvel fechado que o iria levar até à Catedral. O Papa tinha alterado o programa previsto e insistiu em viajar de automóvel pelas ruas antes de ir para a receção oficial do governo, para estar com o povo… provocando sérios problemas aos chefes de segurança. Mas insistiu.

Em contacto imediato com o povo – sem medo

Desde a sua saída do aeroporto o Bispo de Roma, entrando num pequeno automóvel cinzento metalizado, abriu a janela do veículo que o transportava para que as pessoas pudessem vê-lo melhor e para poder saudar e abençoar os que o esperavam nas ruas. As imagens eram as mesmas que temos visto nos últimos meses em Roma durante as audiências gerais: o carro avançando lentamente e detendo-se para permitir ao Papa saudar, abençoar, beijar as pessoas. Tantas crianças – como na Praça de São Pedro – eram levadas pelos polícias para que o Santo Padre as acariciasse e as abençoasse. O protocolo foi “quebrado” também no Rio com este primeiro encontro direto no programado com a população. E não foi apenas uma multidão de jovens que correram para o ver, centenas de peregrinos quase “acurralaram” a comitiva papal, chegando inclusivamente a abanarem o carro não blindado do Papa. O povo tentou aproximar-se. O trânsito estava problemático e lento, o que causou um pouco de tensão e foi considerado um descontrolo parcial da segurança. O Papa “dificultava” também a situação, mantendo as janelas abertas, saudando e dando as mãos aos que rodeavam o automóvel.

“O Papa insistiu em passear com a janela do carro aberta, sendo que a única alteração ocorrida – do aeroporto internacional até à catedral metropolitana no centro do Rio – foi um desvio no final do trajeto, justamente para evitar o contacto com um grupo de manifestantes.”

Comentava o porta-voz do vaticano, P. Federico Lombardi, esta segunda-feira aos jornalistas: “O Papa tem plena confiança nas autoridades”, disse sobre a disposição de Francisco para enfrentar o contacto espontâneo e imediato com o povo.

O povo aplaude, vibra

Por fim, chegados à Catedral, o Papa foi levado para um papamóvel aberto. Com os telemóveis nas suas mãos, a multidão aproximava-se dele e tentava tocá-lo, tirar-lhe fotografias… jovens voluntários fizeram um cordão, vestidos com camisolas amarelas, ajudando na segurança do Papa. O povo aplaude, vibra. Uma multidão foi vê-lo e recebê-lo. O Papa abençoou pessoas ao longo do trajeto entre a Catedral e o Teatro Municipal, onde entra de novo num automóvel que o levará ao terceiro comando aéreo para tomar um helicóptero que o conduziu ao Palácio de Guanabara no seu primeiro evento oficial no Rio de Janeiro.

“Vi tudo pela Internet emocionante até às lágrimas… E ver, entre a multidão, uma imagem da Mãe Peregrina levantada bem alto por algum jovem, o máximo”, conta uma colaboradora de schoenstatt.org, da Argentina. “Que presente que é este Papa! E só agora começou.”

Para chegar ao seu primeiro encontro oficial em Guanabara, a sede do governo do Rio de Janeiro, o Papa trocou o carro pelo papamóvel e a seguir por um helicóptero. A cerimónia protocolar de receção e o primeiro encontro privado com a presidente Dilma Rousseff, foi iniciada com uma hora de justificado atraso. A presidente do Brasil, no Palácio de Guanabara dá oficialmente as boas-vindas ao Papa, mostrando os pontos comuns do seu governo com a política social do Papa. Um Papa, “o primeiro latino-americano”, segundo sublinhou a presidente do Brasil Dilma Roussef, que pediu ao Papa para promoverem uma “aliança de solidariedade”, “uma aliança global” na luta contra a pobreza.

Vão mais além das fronteiras do humanamente possível, e criem um mundo de irmãos e irmãs 

Depois tomou a palavra e leu um curto e marcante discurso. Começou dizendo:

“Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu pontificado fosse à América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se pode gloriar dos seus sólidos laços com a Sede Apostólica e os profundos sentimentos de fé e amizade que sempre uniu de modo singular o Sucessor de Pedro. Dou Graças a Deus”

Continuou: Não trago ouro nem prata, trago Jesus. E recebeu muitos aplausos.

Outra frase marcante: “Vão além das fronteiras do humanamente possível, e criem um mundo de irmãos e irmãs”. E: “O futuro entra pela janela dos jovens! Mas também os jovens têm confiança em Cristo: não têm medo de arriscar com ele a única vida que têm, porque sabem que não serão defraudados.

Concluindo, agradeço a todos a delicadeza e atenção, e se, é possível a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. Nesta hora, os braços do Papa alargam-se para abraçar toda a nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Da Amazónia até às pampas, das selvas até ao Pantanal, das vilas até à metrópole, que ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordá-los a todos perante Nossa Senhora Aparecida, invocando a sua proteção materna sobre os vossos lares e famílias. Desde já abençoou-os a todos. Obrigado pelo vosso acolhimento”, concluiu o Papa Francisco.

Calor e informalidade – e  uma profunda mensagem social

No final, recebeu as autoridades políticas presentes e depois a sua equipa que o acompanha… entre eles o Padre Alexandre Awi de Melo, com um gesto de amizade muito próximo e cordial.

Fiel ao seu estilo, a chegada do Papa ao Brasil esteve carregada de calor e informalidade, mas também de uma profunda mensagem social, resume um comentário num dos diários mais prestigiados da Argentina.

Um jornalista de Stuttgarter Zeitung na Alemanha comenta, e sente-se o assombro e a esperança entre-linhas: A “opção pelos pobres” da Igreja na América Latina propagada em Medellín há mais de 45 anos, hoje em dia foi generalizada em toda a linguagem da Igreja. O primeiro Papa latino-americano tem lhe dado forma na sua própria pessoa. Isto vê-se na imagem: o pesado portfólio que Francisco preparou para o voo ao Rio, ele próprio o levou ontem de manhã. Qualquer outra pessoa teria deixado que o ajudassem.”

Aparecida

Quarta-feira, dia 24, peregrinará ao santuário de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil e sede em 2007 do episcopado latino-americano a qual se converteu numa figura chave, ao redatar o seu principal documento que chama a Igreja Católica a uma missão continental. Deverá oferecê-lo aos chefes de estado que recebe em audiência, entre eles Cristina Kirchner.

Com material de Renate Dekker, Mechthild Jahn, e várias agências.

Traducción:Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal


DISCURSO DEL SANTO PADRE FRANCISCO

Jardines del Palacio Guanabara de Río de Janeiro
Lune
s 22 de julio de 2013

Video completo

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