EM POUCAS PALAVRAS, Pe. Joaquín Alliende. Tomava posse como o novo Arcebispo da imensa urbe de Buenos Aires. Com voz cálida e firme, Monsenhor Bergoglio anunciava que todo o seu plano de trabalho pastoral, para o futuro, se podia condensar em três imperativos. O primeiro vocábulo já era uma invenção linguística sua…
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“Santuarizar Buenos Aires”
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“Pôr-se a caminho”. Peregrinações e procissões : ir até Quem nos fazfalta.
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“Pertença”. Não ser tacanhos com o Baptismo. Não sobre-exigir aos fieis que, ao pedir o Baptismo, queiram pertencer a uma família, ser um alguém para deixar, a partir de Cristo, o cinzento anonimato.
Permitam-me comparar, no nuclear, esta tríade com o documento medular do 18/10/1914: a nossa Acta de Fundação.
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“Santuarizar” significa “fazer santuário”, oferecer um lugar ao Céu, pedir à Trindade que beije e marque um pedaço da nossa terra. Existem múltiplas convergências com o que o Fundador faz naquele Domingo de Outubro, mês da vindima de 1914, ano da Grande Guerra. É oferecer e implorar para que a Mãe de Jesus e da Igreja “tome posse”. Para que Ela própria santuarize, com muito especial misericórdia, aquele amatagalado e esquecido vale marginal do Reno.
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“Pôr-se a caminho”. Teologicamente é o que o Vaticano II ía chamar, meio século depois, “Povo de Deus Peregrino”. José Kentenich, naquele 18 de Outubro, apontou para uma mudança de época. Simultâneamente, propõe aos jovens, o meio necessário, para realizar o plano inaudito. Esse meio era a pessoa da Santíssima Virgem, era um santuário, em e a partir do qual, Ela formasse os instrumentos para um novo futuro de vida Trinitária, já nesta terra. Mas, o que tinham para Lhe oferecer era, apenas, uma pequena adega, onde se guardavam os utensílios de jardinar. Seria um lugar próprio, um berço, uma casa Sua, de onde atrair a muitos, enraizá-los, transformá-los e enviá-los a co-decidir o rumo da História. Tudo o anterior era uma exigência para se mexer, para se transferir, para caminhar em direcção a novas metas ambiciosas. Ora bem, esse “atrair”, como diz a nossa Mãe na Acta de Fundação, é fascinar, é convidar a deixar o nosso habitat quotidiano e os nosso velhos costumes que se transformaram em lastro. É seguir a voz do íman secreto que imperiosamente nos chama.
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Pertença. Para o Arcebispo Bergoglio esta palavra significa incluir, acolher a alguém na Família da Igreja. Para a Acta de Fundação é a Graça do Enraízamento, é dar uma casa, na qual, a Mãe é a Educadora da plenitude do Baptismo. As três Graças do Santuário e toda a pedagogia do nosso Fundador, revestem-se do seu melhor sentido, quando se põem em contacto com os propósitos centrais do Vaticano II, o qual também emoldura as actuais propostas pastorais do Papa Francisco. Ele é o Pai comum, providencial, para celebrar o Centenário de Schoenstatt. É, exactamente, a pessoa certa para nos re-enviar a ser instrumentos na “Renovação Mariana do Mundo em Jesus Cristo”. Muito mais, deste 18 de Outubro para a frente.
P. Joaquín Alliende L.
Original espanhol: Tradução, Lena Castro Valente, Lisboa. Portugal