Posted On 2012-12-30 In Schoenstatteanos

“Que bonita verdade, morrer no Advento e despertar no Natal”

ARGENTINA, Marta e Roberto Liñares. No dia 20 de Dezembro, ao cumprir-se o quinto aniversário de regresso à Casa do Pai, foi celebrada a Santa Missa em memória do Padre Horacio Sosa Carbó. A mesma foi realizada às 20h00 no Santuário “Tabor de Maria, Coração da Cidade” do bairro de Belgrano, Cidade de Buenos Aires. Foi presidida pelo Padre Guillermo Carmona, que foi seu companheiro de curso.

 

 

Previamente, entre os que se iam juntando pairava uma atmosfera especial de memória e agradecimento. Contavam-se anedotas e vivências (desde a Assessoria no Instituto de Famílias de Schoenstatt até uma conversa casual) onde o Padre Horacio parecia encontrar-se espiritualmente com cada um, manifestando neste encontro a sua vida rica e simples. Muitas pessoas recordavam a força das suas palavras e a sua entrega incondicional, impulsionando ao compromisso, à alegria e à ação.

A sua memória foi ainda mais recordada quando o Padre Guillermo falou dele a todos os presentes. O seu testemunho, dado na homilia e valorizado pela convivência no estudo e na vida, estava em consonância com a emocionada recordação que todos guardavam.

Foram aparecendo assim, perfis do Padre Horacio que acariciavam a alma, sobretudo no tempo de Advento que transcorria.

O presente que significa a vida do Padre Horacio Sosa

Transcrevemos aqui, por ser fiel reflexo do sentimento comunitário que inspirava o Padre Horacio, algumas das palavras do Padre Carmona: “Queridos Irmãos: Há 5 anos que Deus Pai tocou a fronteira interior do nosso irmão e o levou à plenitude do ser. É um presente morrer no Avento e despertar no Natal para sempre”.

E quanto mais o tempo passamais se fazem presentes algumas realidades e mensagens que a pessoa que partiu nos deixa, e talvez suceda convosco o que sucede comigo que quando olhamos em perspetiva um dos nossos irmãos de curso que foi o primeiro a partir, o Padre Esteban e a seguir o Padre Horacio, mais descobrimos que cada pessoa é um presente de Deus. Sobretudo que é uma mensagem viva de Deus para os homens, para nós, para cada um.

É difícil descrever, sem dúvida esse presente que significou a vida, e continua a significar a vida do Padre Horacio. Para muitos de vós o contacto com ele foi descobrir verdadeiramente a luz, a verdade. Ele tinha muito do Padre Kentenich no sentido de ser um apaixonado pela verdade…”

Intelectualmente brilhante – com o coração incendiado

“… outro traço muito típico dele era que ao mesmo tempo, sendo uma pessoa com uma clareza tão grande no seu intelecto, era contudo, um homem com uma enorme capacidade de amar, com um coração muito terno pelos outros, uma vivência profunda de amor. Não é sempre fácil encontrar pessoas que, por um lado são intelectualmente muito capazes, e ao mesmo tempo têm um coração muito incendiado… algo também muito típico do Pai Fundador, essa clareza de mente por um lado, mas ao mesmo tempo esse coração tão paternal, tão transversalmente cheio de amor.

Horacio era um fanático da liberdade e também da consciência… uma pessoa que lutava muito pela liberdade e dava muita liberdade às pessoas. E que não gostava quando se lhe tirava a liberdade.

Horacio foi um homem enamorado de Deus como Pai. Creio que é um dos elementos mais típicos. Recordo, estávamos em Sião e um dos Padres de Schoenstatt, o Padre Agustin Alvarez, um grande compositor e que cantava lindamente, um belo dia cantou: “Meu Pai Amor” e Horacio fê-lo cantar umas cinco vezes seguidas “Meu Pai Amor” e todos nós já estávamos cansados de “Meu Pai Amor”, mas ele expressava no fundo o que tinha na sua alma: Deus como Pai, Deus como Amor. Meu Pai Amor. Esse Pai de misericórdia, esse Pai longe de todo o temor.”

O Padre Guillermo, não só manifestou os traços principais do seu irmão de curso, mas também teve tempo para falar da relação do seu Irmão com a Mater. Disse: “Creio que ele foi um devoto muito grande de Maria Rainha, da Virgem. Ele sempre dizia que a imagem mais bonita que guardava de Maria era a Virgem Vencedora, a Mãe Vencedora, coroada para sempre. Essa imagem da Virgem Vencedora, a Virgem que vence e ao mesmo tempo que está coroada, era a “sua” imagem da Mater, a sua imagem de Maria.”

Falou do passado, mas mesmo assim tornou a falar na atualidade da mensagem do Padre Horacio. Uma mensagem de liberdade e de valorização da consciência humana, na fé.

Amar-te ardentemente até à morte

E para terminar, as palavras finais da homilia cheias de emoção mostraram o rosto interior do Padre Horacio: “Por isso parece-me muito bonito que nós hoje celebremos este Irmão que estando no Céu não precisa de ser celebrado, para que nos deixe a sua mensagem e a utilizemos nas nossas circunstâncias. Eu creio que ele se deixou partir, porque talvez tivesse sentido que em última instância o seu coração, o seu físico, o seu “animus” estava de algum modo penetrado pelo mistério transfigurado da pessoa da Virgem. Sem dúvida que ele nos oferece também essa última mensagem central da sua vida, nos últimos dias, de que no limite o menino tem que estar disposto a partir quando Deus o queira, que sempre que tentamos agarrar-nos à vida, perdemo-la, e que de cada vez que a oferecemos aos outros, plenamente, então ganhamo-la para sempre. Que bonito, morrer no Advento e despertar no Natal.”

Todos, de uma forma ou de outra, ao dar graças a Deus pela eucaristia, também Lhe deram graças pela passagem do Padre Horacio nesta terra, neste tempo e nos seus corações. Recordamos o seu ideal pessoal que certamente encarnou: “Amar-te ardentemente até à morte, para iluminar as inteligências com a luz da verdade e incendiar nos corações o fogo do teu amor”.

No sonho do Advento e o despertar do Natal de Cristo, damos graças pelo peregrinar do Padre Horacio Sosa Carbó, um servo de Maria que nunca perecerá, e que estará para sempre nas nossas almas, nos nossos corações.


Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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