Posted On 2015-02-10 In Vida em Aliança

Deixemo-nos ficar nas mãos de Deus. São mãos de ternura, ternura de Pai

ARGENTINA, Cecilia Mata. Seguimos pela vida distraídos. Sabemos que Deus segue na nossa frente, caminha conosco, que a Mãe nos protege, nos educa e nos guia. Porém, quando esses sinais se tornam palpáveis na vida cotidiana, nos momentos menos esperados, não podemos fazer menos do que cair de joelhos em um Obrigado, Senhor, obrigado, Mãe! Incondicional e para sempre.

Este ano, deveria mudar-me, porque, depois de quase 14 anos, o dona do apartamento me falou que não renovaria o contrato. Comecei a procura em meados de 2014, como que para perceber o movimento do mercado (não existem muitos imóveis para alugar atualmente). Interrompi a busca por motivos familiares e retomei em dezembro. Aqui faço um parênteses necessário e importante que deverão se lembrar no próximo parágrafo: em 31/12, telefonei para cumprimentar o sacerdote que tinha me recebido na paróquia de meu bairro, quando voltei à fé em 2004 (dois anos mais tarde, ele se tornaria meu padrinho de Crisma); entre outras coisas, ele me contou que estava como capelão na Paróquia São Bernardo Abad (que eu não tinha a menor ideia de onde ficava). Fecho os parênteses.

Coloco em tuas mãos

Em começo de janeiro, fui visitar uma propriedade que não se ajustava às minhas necessidades e pensei: “de novo a mesma coisa”. No domingo, 4 de janeiro, como para matar o tempo, pedi o jornal para minha irmã e ela me mostrou um apartamento fora da zona que eu queria. Disse imediatamente: “vamos vê-lo”. Fiquei atrás de propósito e, antes de entrar, disse à Mãe: “coloco em tuas mãos”. A porta se abriu e, literalmente, fez-se a luz. Era perfeito, não conseguia acreditar; com certeza, tinha muitas dúvidas a respeito dos preços pedidos. E ouvi uma voz que me disse: “quando vais aprender a confiar?”. No dia seguinte, começaram a acontecer uma série de sinais que me indicavam que esse era o lugar – não outro: a imobiliária ficava, ‘casualmente’, a três quadras do meu local de trabalho; quando, no Google, procurei paróquias, a primeira que achei fica a apenas quatro quadras de meu futuro lar – e é justamente a Paróquia São Bernardo Adab! Determinamos o dia 24, sábado, como data para mudança, sem reparar que era dia de N. Sra. da Paz e de São Francisco de Sales; conversando com outra pessoa, fiquei sabendo que nesse dia foram seladas as primeiras Alianças com a MTA, na minha paróquia original; uma pessoa de schoenstatt.org me disse que o Santo é padroeiro dos jornalistas e que ela viajaria naquele sábado para Madri para um encontro sobre comunicações; o domingo, 4 de janeiro, por uma razão que desconheço, em vez de usar a medalha da Aliança, usei a Cruz da Unidade abençoada pelo Papa Francisco em Roma, por ocasião da audiência pelos 100 anos do Movimento; em um dos espelhos de meu novo lar, havia um pequeno adesivo com a imagem da Virgem de Medjugorje (Rainha da Paz) e no chaveiro que me deram tinha a imagem de Jesus Misericordioso.

O golpe de graça

Porém, eu recebi o “golpe de graça” no primeiro domingo que fui à Santa Missa na Paróquia São Bernardo Abad.

Cheguei cedo para conhecê-la e quando cruzei umas grades, ali estava ELA; sim, nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt que me dizia: “Benvinda à casa!”.

Não quero terminar esta estória sem mencionar que, em 18/08, a Mãe me tinha levado a visitar um apartamento perfeito, que fica a apenas três quadras do lugar onde moro agora e, naquele momento, lhe disse não: cega, não soube ver essa sinal que me conduzia até ela.

Surpresa revendo papéis, notas…

Quando arrumamos caixas e embalamos livros, sempre tiramos um tempo para rever papéis, anotações, a vida que passou durante todo esse tempo em um mesmo lugar. Encontrei minha velha caderneta de anotações quando participava dos retiros da Cáritas. Segue um fragmento de uma dessas palestras:

“Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno. Confiai-lhe todas as vossas preocupações, porque ele tem cuidado de vós” (1Pd 5,6-7).

“Estar nas mãos de Deus, descansando, sentindo ali nossa força. Aquele que aí se recosta sente a força, a ternura do Pai, de Deus. Sem nenhuma pretensão de autossuficiência, Ele faz tudo, Ele se ocupa. Deixemo-nos ficar nas mãos de Deus. São mãos de ternura, ternura de Pai. São mãos calorosas, tenho que me deixar ficar. As mãos de Deus são assim (Lc 15,20), se emocionam com nossa proximidade. Pedro nos pede que nos humilhemos para caber nessa mão. (…) Pensemos na Virgem, que se deixou ficar nas mãos de Deus. Mãos de escolha, de promessa e de aliança. Ele nos escolheu e nos predestinou a sermos filhos adotivos (Ef 1,5)”.

Estas são apenas umas poucas linhas da homilia do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, no retiro anual de 05/11/2005. Naquela ocasião, ele nos deu uma pequena escultura, uma mão com um bebê descansando nela e nos disse: “Olhemos para a mão com a criança recostada. Rezemos olhando essa mão. Pensemos como é lindo estar no meio dessa ternura”.

Obrigada, Pai, por ter-me na palma de tua mão!

Obrigada, Mãe, por sempre me conduzir a ti!


Original em espanhol. Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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