PORTUGAL, Lena Castro Valiente. Quando numa esquina do tempo, o mês de Maio surge no calendário dos dias, em Portugal, as portas das casas abrem-se, de par em par, e os portugueses fazem-se á estrada. Vindos do norte e do sul, do leste e do oeste, qual rosa-dos-ventos feita de corações palpitantes, abrasados pelo amor a Maria, a Rainha da Terra de Santa Maria, caminham, sem precisar de bússula, porque sabem muito bem aonde querem ir – ao centro vital de Portugal, Fátima – onde, por nós, palpita um Coração Imaculado que, os acolhe como Mãe amorosa que é, para os conduzir a esse outro Coração que, por amor, se deixou trespassar pela lança do soldado.
Quem nunca foi a Fátima a pé, no mês de Maio, não tem ideia da míriade de peregrinos que enchem os caminhos de Portugal, fenómeno que cresce de ano para ano.
Um retiro a andar
A Fátima vai-se por muitas razões: para implorar uma graça; para agradecer por uma graça concedida; para tirar tempo ao quotidiano e poder dedicá-lo ao diálogo com Nossa Senhora; para reencontrar Deus, tantas vezes pela imersão na natureza – o panteísmo , tão querido aos portugueses, pois, faz parte da cosmovisão que esteve na base da fundação da pátria; para reforçar a fé; para exercitar o amor e atenção pelo outro … Volta-se sempre mais rico e mais transformado. Os grupos têm sacerdotes que os acompanham, para celebrar a Eucaristia, dar conferências, confessar, etc… No caso da peregrinação, onde há 20 anos , me integro, caminham muitos schoenstatteanos, que já o eram ou que pedem para fazer depois a Aliança de Amor, Mães da Liga e da União, Juventudes e Jovens da Missão País… o Assessoramento sacerdotal é assegurado desde há 15 anos pelo sacerdote Jesuíta , Pe. Dário Pedroso SJ – como se está tão próximo de Francisco – e, também, por Padres de Schoenstatt, entre os quais um, que durante anos, acompanhou a caminhada, o Pe. Eduardo Aguirre, actual Director Nacional do Movimento, no Chile. Também já vieram padres brasileiros – muito bons, por sinal – e, nos que caminham estão integradas várias nacionalidades, muitos brasileiros – este ano vieram, expressamente 5 de S. Paulo – já peregrinou uma peruana, uma americana, etc.
Estando em Roma Francisco- o Papa connosco – também caminha
Portugal tem, desde sempre, uma grande ligação ao Papa. A Beata Jacinta Marto – a pequena vidente de Fátima, que tinha 7 anos – descobriu nos diálogos com a Senhora que a sua missão era rezar pelo Papa, consolar o Papa. Na peregrinaçã Estoril – Fátima o dia 12 é sempre dedicado à súplica pelo Papa – neste caso Francisco. E, foi com grande alegria que rezámos por ele e pelas suas intenções e missão espinhosa, com a diferência que, este ano, ele não era apenas o homem vestido de branco que vive em Roma, mas era alguém muito próximo de nós, tal eram os factos reais que pessoas que peregrinavam contaram, de Francisco ter chamado a Roma familiares ou amigos, para os abraçar e consolar, porque lhe tinham escrito contando as suas mágoas.
Tal como o nosso Deus constrói História com os Seus filhos – o Emanuel, o Deus connosco – podemos afirmar, sem sombra de dúvida que, este Papa que nos foi dado é o Papa connosco. Nada do que é humano lhe é estranho e, de todos cuida.