ALEMANHA, Ir. M. Anrika Dold. “Levai agora uma luz ao mundo…” Estas palavras tornaram-se literalmente realidade nos diversos encontros de Advento para adolescentes e jovens, promovidos pela Juventude Feminina de Schoenstatt, de Dietershausen e de Oberkirch, Alemanha. O objetivo destes encontros consistia , não somente em falar a respeito do conteúdo de tais palavras, senão que em fazer algo de concreto! Uma espécie de mini-missões em terras germânicas…
E donde surgiu então a essas jovens a ideia para concretizarem tais palavras? A esse respeito, uma jovem participante desta iniciativa narra o seguinte:
“No Advento do ano passado, tive amiúde a oportunidade de viajar muito de carro. Como nunca antes, foi-me assaz notório ver a quantidade de casas, de jardins e de ruas adornadas com enfeites natalinos luminosos. Recordo-me de casas que se encontravam enquadradas com tais enfeites luminosos, de sorte que me veio à mente o seguinte pensamento: Enorme é o anseio de luz.”
Levar luz às pessoas, um gesto simples, um singelo presente, porém eficaz, deveria ser então a resposta das jovens ao anseio dos homens.
Assim, em Dietershausen, por exemplo, um grupo de adolescentes de idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos puseram mãos à obra. Estas adolescentes revestiram lamparinas com pastilhas de vidro colorido e foram buscar uma luz ao Santuário para levá-la às pessoas. Porém, antes de partirem para esta ação de Advento, exercitaram-se sobre o que irão dizer às pessoas visitadas: quem são e o que pretendem. Outrossim no Santuário já haviam rezado um Pai-Nosso por todos encontros que iriam efetuar de porta em porta. Sem embargo, este grupo de adolescentes ficou surpreendido com o número de pessoas que escrevia seus pedidos de oração nas cédulas por elas levadas para esta ação de Advento. A título de exemplo, cita-se aqui um pedido de oração, escrito por um senhor: “Que no Natal seja concretizado meu desejo ardente!”
Um fulgor de luz por toda a parte
“E quanto custa?”, assim escutavam sempre de novo estas adolescentes. E em resposta a esta pergunta sempre repetitiva, explicavam que o objetivo desta ação de Advento visava apenas proporcionar uma alegria de Advento às pessoas. E nem sequer o frio conseguiu detê-las de peregrinar de casa em casa, com zelo e grande alegria, em prol de uma grande missão: Oferecer luz às pessoas. Tal atitude causou certa surpresa às pessoas visitadas; porém estas foram receptivas, gratas e felizes – um fulgor de luz por toda a parte.
Sentiram que algo delas imanava sem que o houvessem motivado por si mesmas
Outrossim em Friburgo, quatro grupos de adolescentes de idades compreendidas entre os 9 e os 12 anos partiram “em missão” para levar uma luz ao mundo, e de modo bem concreto aos habitantes de Oberkirch. Porém, quando um dos grupos se deparou com as primeiras recusas de atendimento por parte dos moradores das casas visitadas, alguém do grupo fez o seguinte comentário: ” O mesmo sucedeu outrossim com Maria Santíssima e José”. Uma profunda experiência de Advento para estas adolescentes. Bater de porta em porta ou tocar à campainha das casas, sem êxito, é já algo difícil de aceitar… E depois, surgiram experiências tão profundas que logo já ninguém retinha na mente as primeiras portas fechadas. E uma dessas experiências enriquecedoras foi de uma senhora que estava fazendo biscoitos de Natal e as atendeu com as mãos cheias de massa. “Ah! chegaram no momento certo!”, assim opinou a referida senhora. “Vocês querem cantar alguma coisa?”, perguntou-lhes ela. E o grupo cantou-lhe: “Levai agora uma luz ao mundo…”, antes de lhe entregarem o pequeno presente de Natal – um saquinho com biscoitos de Natal acompanhados com uma máxima do Pe. Kentenich; esta senhora não se conteve e começou a chorar; prendeu-se-lhe a voz e agradeceu em silêncio. As adolescentes muito se comoveram ante tal reação da senhora e sentiram que algo delas emanava sem que o houvessem motivado por si mesmas.
Um sinal da cruz traçado sobre o botão da campainha
A seguir, encontraram à porta da próxima casa a ser visitada o senhor há pouco encontrado na rua que prosseguiu prestamente seu caminho, pois não queria ser por elas interpelado. Porém, agora, despertou-se-lhe certa curiosidade de saber o que pretendiam estas adolescentes. Proporcionar uma alegria, nada mais? Não, apenas isso. Um pequeno sorriso embelezou o rosto desse senhor, ao agradecer-lhes tal gesto. O grupo sentiu-se motivado; por isso algumas das adolescentes correram já em direção da próxima casa. “Aqui, aqui!”, aponta uma para uma magnífica casa recém-construída. Antes de uma delas haver tocado à campainha, outra traçou o sinal da cruz sobre o botão da campainha. Tal gesto fazia parte do ritual. Primeiramente abriu-se o abra-portas. Lá dentro, encontra-se um senhor com olhar desconfiado à porta da sala de estar. Este chamou a esposa, que veio ver o que ocorria. “Que desejam?”, perguntou ela ao grupo. “Proporcionar-lhe uma pequena alegria de Advento”, assim considerou uma das adolescentes do grupo, radiante de alegria, estendendo-lhe um saquinho com biscoitos de Natal. A senhora reteve o olhar na máxima do Pe. Kentenich: “Nossa Senhora cuida de mim em qualquer situação de minha vida!” “Oh! sim, ela fá-lo! Atualmente rezo-lhe todos os dias.” “Isso fazemos também nós!”, respondeu todo o grupo. E, em seguida, perguntou-lhes a senhora: ” Vamos fazê-lo também agora conjuntamente?” E assim se fez. À porta da casa, este grupo de adolescentes rezou uma Ave-Maria juntamente com a referida senhora. Esta não se conteve e emocionou-se: “Vocês proporcionaram-me uma grande alegria com tal gesto! Por favor, rezem por mim e pelo Desiree!” E elas prometeram fazê-lo. Todas elas , tocadas pelo encontro, reconduziram todas essas vivências para o Santuário. No término destes encontros talvez ainda ressoava nos ouvidos de alguma delas o que uma senhora testemunhou à porta da casa:
“Já há muito que aqui moro; porém nunca me havia sucedido algo assim!”
