Dignidad CMT

Posted On 2021-04-11 In Casa Mãe de Tuparendá, obras de misericórdia, Schoenstatt em saída

O ressurgir da dignidade

PARAGUAI, Casa Madre de Tupãrenda (CMT), Ricardo Acosta •

A alegria de celebrar uma graduação na primeira semana da Páscoa mostra-nos o rosto humano de Deus no flamante graduado, Rubén. Após mais de 9 meses de duro processo, de tantas quedas no caminho, o caminho para o Gólgota, de carregar a sua própria cruz, de olhar para a sua fraqueza e de contemplar a mão estendida do Cireneu, na pessoa de cada educador/a que acompanhou o seu processo. Só nos podemos regozijar e estar gratos por sermos testemunhas deste grande milagre. Tal como temos experimentado nestes dias a alegria da Ressurreição do Senhor, hoje deixamo-nos surpreender com o ressurgimento da dignidade, a esperança de um futuro melhor na vida do Rubén e da sua família. — 

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Rubén com o pai

“Que melhor forma de celebrar a semana da Páscoa, demonstrando o rosto humano da formação profissional [com a realização do Rubén]”, reflectiu Alfredo Mongelos, director do SINAFOCAL (Sistema Nacional de Formação e Capacitação Profissional), que esteve presente no evento para apresentar o acordo de cooperação com a FUNDAPROVA para se continuar a reforçar o desenvolvimento do programa Casa Mãe de Tupãrenda.

Neste sentido, o Santo Padre, o Papa Francisco, salientava para este mês de Abril sobre os direitos fundamentais do ser humano: ” Lembrem-se que muitas vezes os direitos humanos fundamentais não são iguais para todos. Há pessoas de primeira, de segunda, de terceira e de descarte. Não. Têm que ser iguais para todos. Cada ser humano tem direito a desenvolver-se integralmente, e esse direito básico não pode ser negado por nenhum país. Rezemos por aqueles que arriscam suas vidas lutando pelos direitos fundamentais em ditaduras, regimes autoritários e inclusive em democracias em crise, para que seu sacrifício e trabalho dêem frutos abundantes”, conclui.

O objectivo principal do programa baseia-se, precisamente, em dignificar a vida de cada participante, não facilitando tudo, mas ajudando cada adolescente a descobrir o potencial que tem e, é a melhor forma de a sociedade, em geral, os aceitar novamente e serem plenamente reintegrados.

Encontrar um lar no coração da CMT

O exemplo que Rubén nos dá é inspirador. A vida não o favoreceu com uma família estável e um erro na sua vida fê-lo ir parar ao Centro Educativo de Itauguá, foi lá que revalorizou a sua liberdade e conheceu o Padre Pedro, que o encorajou a apresentar-se no programa CMT. É evidente que nunca poderíamos substituir ou recuperar as deficiências que, ele tinha desde criança, mas foi-lhe dado abrigo e um lar no coração de cada educador, do director e de cada pessoa que torna possível a CMT.

Porque no seu testemunho frisou precisamente isso, a gratidão de ter encontrado uma mão familiar e sincera, que ao mesmo tempo que o ajudava, ensinou-o a procurar a sua autonomia, a sua liberdade interior acima de tudo, a reavaliar a sua própria vida e a ser um protótipo do  Homem Novo, um modelo na sua melhor versão para os seus pares.

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Rubén, Alfredo Mongelos, Dr. José Marín

Focar e ir para a meta

Apesar do grande golpe que a pandemia de Covid significou, há também muitos adolescentes que não baixaram a guarda e permaneceram firmes no objectivo de concluir o programa. O presidente da FUNDAPROVA, Dr. José Marín (União das Famílias) no seu discurso reflectiu sobre a importância deste pequeno grão de areia que o programa faz, porque muitas vezes nunca começamos realmente a fazer alguma coisa devido à quantidade de tarefas que temos de fazer, mas não olhemos para a quantidade do que precisa de ser feito, mas compreendamos que, com esta contribuição que estou a fazer, estou a reduzir um pouco mais e a salvar uma vida entre muitos mais que, também precisam, sem este pequeno grão de areia a falta seria ainda maior.

A saúde mental, um flagelo silencioso que está a surgir

As dificuldades que a pandemia nos traz, não podemos olhar apenas para a mudança de estilo de vida, perda ou falta de emprego, ou puramente económico, mas um mal silencioso que exige muita resiliência de todas as pessoas e, certamente dos adolescentes que estão a desenvolver a sua maturidade emocional e em busca da sua própria identidade. Neste sentido, o director do SINAFOCAL, Alfredo Mongelos, salientou também: “O maior problema que esta pandemia trará não será apenas um problema de emprego ou económico, mas esta doença de saúde mental do nosso povo que será extremamente complicada de recuperar. No programa, há um acompanhamento psicológico forte e permanente, não somos estranhos a trabalhar nessa linha com cada participante, que vem de realidades que já são extremamente traumáticas.

O papel preponderante das empresas

Gostaríamos de fazer uma menção especial às empresas privadas que, nos dão sempre uma ajuda, porque quando a formação do adolescente no programa é concluída, procuramos um trabalho decente para eles, de modo a que possam avançar e ajudar os seus entes queridos. O papel das empresas nesta parte do processo é fundamental, porque com as oportunidades que oferecem aos diplomados, dão sentido à reintegração social integral, complementando um dos pilares da dignidade do ser humano.

“Os aliados solidários”

Referindo-se aos “aliados solidários”, ou seja, os schoenstatteanos do Paraguai, Espanha, Suíça, Áustria e Alemanha, que apoiam a Casa Mãe de Tuparenda com contribuições entre 10 e vários milhares de euros, José Marín disse o outro dia a Maria Fischer: “Por favor, expressa-lhes a nossa gratidão, e que graças à sua contribuição pudemos sobreviver este ano de 2020 sem qualquer contribuição do Estado. Sobrevivemos o ano inteiro graças à recusa dos funcionários em receber 100% dos seus salários e ao apoio de pessoas generosas através de si, através de schoenstatt.org.

 “As muitas necessidades e miséria social da actualidade estão à porta e aguardam que se encontrem remédios ou soluções”, perguntou Martin Flesch num recente artigo em schoenstatt.org  “Estará Schoenstatt actualmente a mover-se neste nível dos tempos? Ou será que, neste momento, numerosos recursos não estão a ser amarrados de uma forma dualista e narcisista por um processo que está a ensombrar tudo, um processo que certamente também deve ter lugar? […] Será que temos respostas para as situações sociais angustiantes? Será que temos respostas a oferecer ao movimento migratório (80 milhões de refugiados em todo o mundo)? Temos nós, como Movimento de Fé dos novos tempos (Kentenich), também a nossa mão no pulso dos tempos…? Temos respostas para a política de exclusão da União Europeia em relação aos refugiados, que desrespeita os direitos humanos? Temos respostas caritativas para a falta de habitação social no nosso país? Temos respostas para o crescente fosso de riqueza? Temos soluções caritativas, pastorais e de acompanhamento para os que procuram, para os desenraizados, para os traumatizados…? Vemos as figuras marginais na nossa sociedade e preocupamo-nos com elas?” 

No caso dos schoenstatteanos que trabalham na e para a CMT, podemos responder a estas perguntas com um SIM retumbante.

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Ao cuidado de: Pe. Pedro Kühlcke, Casa Madre de Tupãrenda

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Original: Espanhol (9/4/2021). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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