BRASIL, mda. Gustavo Gama, agrônomo, fez 25 anos dia 18 de agosto de 2014; foi neste mesmo dia que entrou em contacto com a redação de schoenstatt.org com o intuito de motivar muitos mais para algo que a ele lhe mudou a vida: o Terço dos Homens, grande corrente espiritual varonil no Brasil e que, segundo o seu grande desejo, deve difundir-se noutros países também. Falámos com Gustavo sobre o seu encontro com o Terço dos Homens, a sua importância para a Igreja do Brasil e o compromisso social que leva consigo.
De que maneira e há quanto tempo o sr. conheceu o Terço dos Homens?
Conheci o Terço dos Homens em janeiro de 2014, quando trabalhava no estado do Maranhão. Desde os primeiros testemunhos de membros, fiquei maravilhado: homens que traíam e brigavam com suas esposas, usavam drogas, eram alcoólatras, não davam atenção aos filhos, odiavam Cristo e a Igreja, tinham vícios sexuais, apoiavam ideologias anticristãs, padeciam de fobias e transtornos psicológicos, eram desonestos e maus funcionários etc., quando entraram no Terço dos Homens, se converteram radicalmente.
De que maneira o Terço dos Homens mudou sua vida?
O Terço dos Homens foi um ambiente favorável a minha conversão, de católico pífio a católico fervoroso.
Para você, qual a importância do Terço dos Homens para a Igreja no Brasil atualmente?
Vejo o Terço dos Homens como o movimento religioso de maior crescimento no Brasil, o que mais restaura a percepção de família eclesial, que mais converte homens adultos (atualmente há 1 milhão de membros), mais preserva os casais unidos e o movimento que mais pode crescer. É colossal. Não tem como não ser um sopro do Espírito Santo (João 20,22) em terras brasileiras.
Considerando Aparecida e a missão continental, o que liga o Terço dos Homens à visão e missão de Aparecida?
O Terço dos Homens é a concretização masculina de Aparecida. Mas o impacto geral na sociedade é muito mais profundo, pois – como se diz nos grupos de Terço dos Homens – quando o homem reza, a terra treme, e família que reza unida, permanece unida. Quanto a esta última frase, cunhada pelo Servo de Deus pe. Patrick Peyton (criador da Family Rosary Crusade), recordo-me de um estudo de Retrouvaille International, da década de 1980, que constatou que cônjuges que rezam diariamente juntos e vão à igreja nos domingos têm taxa de divórcio de apenas 1 em cada 1.105 casamentos (!). Os homens do Terço não são cônjuges entre si e não rezam juntos diariamente, mas preservam-se unidos entre si e unidos às suas esposas e filhos, até porque muitos passam a rezar também em casa.
O papa Francisco nos chama, desde o primeiro dia do pontificado, a sair às ruas, a ir à periferia, não ficando apenas na sacristia, sem levar aos pobres a boa nova de Jesus. O Terço dos Homens não é algo contrário a isto, meramente devocional? Se não, como ele inspira a atuação missionária?
O Rosário, Bíblia do Povo, é uma oração completa, que inclui o desejo de caridade, na reflexão sobre o segundo mistério gozoso (Visitação de Maria a sua prima Isabel). E isto se reflete nas inúmeras ações locais de amparo aos pobres, doentes, idosos e mendigos, feitas pelos homens do Terço, além da atuação missionária silenciosa que é fruto da conversão. Porém, como o Terço dos Homens é um movimento informal, quase ninguém fica sabendo – a mão direita não fica sabendo o que faz a mão esquerda (Mateus 6,3).
Por que o Terço dos Homens nasceu justamente no Brasil?
Porque o povo brasileiro carece historicamente da sensação de estar numa família cristã, e paradoxalmente possui um fundo histórico mariano, herança da colonização portuguesa.
O THMR é uma modalidade do Terço dos Homens e não é a menor delas. O que caracteriza o THMR?
O Terço dos Homens Mãe Rainha é caracterizado pela capelinha de Schoenstatt, que é uma “carteira de identidade” de seus membros. Cada um tem sua capelinha e sente uma felicidade sem igual quando a leva nos encontros semanais!
O que mais impressiona o sr. nos homens do Terço?
O que mais me impressiona é a conversão em massa, pois me lembra os relatos dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos.
Em que aspecto da vida da Igreja o Terço dos Homens já é forte, e em que aspecto ele ainda tem potencial de crescimento?
O Terço dos Homens é forte nas periferias, zonas rurais e nas paróquias dedicadas a Nossa Senhora, no Brasil. É fraco nos bairros ricos, condomínios de luxo, paróquias dedicadas a outros santos e nas regiões indígenas ou de colonização germânica.
O movimento pode crescer rapidamente nos países de colonização ibérica (México, Nicarágua, Angola, Moçambique etc.) e nas regiões hispânicas dos EUA (Texas, Califórnia, Flórida). No Paraguai, já há grupos. E deve crescer mais lentamente nos países anglo-saxônicos e asiáticos.
Somos um movimento eclesial, em que cada um tem sua vocação mas todos seguem a Aliança, servindo à Igreja e à sua missão confiada por Deus. É uma visão de Igreja em que os leigos têm um papel apostólico e de condução que desde o Concílio Vaticano II era desconhecido na prática. Ter como ideal ser núcleo da Igreja nos move a ser aquilo que queremos e podemos oferecer, e nesta Igreja cada um tem seu lugar e função próprios. Como o sr. vê, neste contexto, o Terço dos Homens?
O Terço dos Homens faz o homem leigo se sentir parte da Igreja e apóstolo de um jeito próprio, vivendo em abundância (João 10,10).
Quando se pensa na difusão do Terço dos Homens, quais são seus elementos que devem ser mantidos a todo custo, apesar das diferentes características sociológicas e eclesiais dos países?
O Terço dos Homens deve ser exclusivamente masculino, de freqüência semanal e para a reza de um grupo de mistérios do Rosário (o “Terço” propriamente, como dizemos em português). Estes 3 pontos são inegociáveis. Pode-se acrescentar, mas não subtrair.
O que o sr. pensa e espera do Terço dos Homens?
Penso que: (1) é o maior presente de Deus para todo o mundo desde o Concílio Vaticano II; (2) é o movimento cristão que mais crescerá no século XXI; (3) se tornará parte da identidade cristã católica masculina; (4) restaurará a familiaridade das comunidades e paróquias, tornando-se assim novas Comunidades Eclesiais de Base; (5) será fonte imprescindível de recursos humanos e financeiros para as obras de caridade; (6) preservará as comunidades dos flagelos terríveis das drogas, divórcio, aborto, divisões internas, preconceitos, materialismo, egoísmo e abandono da Fé Cristã; (7) seu efeito, com o passar do tempo, será percebido cada vez mais cedo na vida do cristão; (8) o Terço dos Homens renovará a Fé dos sacerdotes, que por sua vez renovarão a Fé dos leigos, uns carregando os fardos dos outros (Gálatas 6,2); (9) é um movimento indestrutível, pois informal e descentralizado; (10) foi e é uma grande felicidade na minha caminhada cristã, tanto pelo que fez em minha vida, quanto pelo que fez na vida de dezenas de amigos meus e de 1 milhão de brasileiros.
O que o sr. deseja dos leitores desta entrevista, quanto ao Terço dos Homens?
Desejo que criem grupos de Terço dos Homens em suas comunidades, só isto.
Quem quiser ajuda para iniciar um grupo de Terço dos Homens, contacte Gustavo: gustavobndg@gmail.com, com assunto ‘Terço dos Homens’.
Schoenstatt: O terço dos Homens Mãe Rainha tem no Santuário Mãe Rainha o seu berço de fecundidade apostólica. Foi a partir da vinculação ao movimento de Schoenstatt que o THMR se expandiu através do Brasil e do Mundo http://www.tercodoshomens.org.br/ o www.tercodoshomensmaerainha.org.br
General: http://www.tercodoshomens.com.br
