Posted On 2018-08-25 In José Kentenich

Em cada representação estou eu também unido a ele

EM UNIÃO COM O PADRE KENTENICH, Maria Fischer

 “Uns amigos perguntaram-me se me era doloroso separar-me da minha obra. Disse-lhes que eu vou com o Pai, vou e fico com ele. Em cada representação estou eu, também presente, unido a ele”. Comentário do escultor Juan Fernández a poucos dias do envio da estátua do Padre Kentenich com destino à Costa Rica.

Gravação: Maria Fischer. Produção: Claudia Echenique.

Tinha morto a cabeça para pôr toda a riqueza, todo o testemunho, toda a informação, tanto artística, como schoenstatteana e pessoal que recolhi numa entrevista-visita de 4 horas ao castelo de Engelsdorf, nessa tarde abrasadora de princípios de Agosto, quando Juan Fernández me abriu o seu atelier e as suas recordações pessoais do Padre Kentenich. Falámos durante horas sobre a sua missão de plasmar uma figura autêntica e “viva” do Padre Kentenich.

Em sintonia com a profissionalismo do escultor e a filialidade de alguém que teve o privilégio de o conhecer pessoalmente e com proximidade, tão próximo que tem uma alcunha: “a minha batata”, E, quando já estava com quase três horas de gravação, com dois vídeos e fotografias em abundância e a tarefa de condensar tudo isto numa só mensagem central e, não mais, de três mensagens laterais vinculadas à central, em 2.000 palavras ou menos, chegou-me este comentário e está tudo dito: “Uns amigos perguntaram-me se me era doloroso separar-me da minha obra. Disse-lhes que eu vou com o Pai, vou e fico com ele. Em cada representação estou eu, também presente, unido a ele”.

“A minha obra”

A estátua do Padre Kentenich destinada à Costa Rica já saiu do atelier e, está bem guardada, para a viagem de avião, numa caixa de madeira, à espera da inspeção da alfândega e da saída definitiva rumo à Costa Rica, em 22 de Agosto. Anteriormente, recebeu os últimos retoques, feitos com muito profissionalismo e cuidado pelo artista.

Enquanto me falava, com a estátua ainda no atelier, sobre a sua filosofia profissional e o que significa ter o privilégio, o dom e a tarefa de esculpir o Padre Kentenich de um modo autêntico, “tal como era no seu modo de estar em pé, de pôr as mãos, de olhar” pode notar-se a paixão pela sua obra que é a sua paixão pelo Padre Kentenich. “Faço-o para as futuras gerações”, disse-me, respondendo indirectamente à minha pergunta, aquela pergunta da nossa geração que não viveu, pessoalmente, com o Pai, mas sim, com os “discípulos”, com aqueles que, ainda o conheceram: “Vamos poder transmitir o carisma e a pessoa do Pai?”

Esta estátua da Família da Esperança é a sua obra em cada pormenor, inclusivamente, na assinatura da obra com o seu nome. É a sua obra de apresentação do Padre Kentenich e, é uma obra, não para ficar no atelier, mas para a fazer sair. Todo o Schoenstatt, cada schoenstatteano neste ano do Padre Kentenich e, ainda mais, em cada ano vindouro, tem a missão de recriar e de ser uma representação do Padre Kentenich, “a sua obra”, em cada pormenor, em cada tonalidade, em cada originalidade, mas não, para ficar com a obra, mas sim, para se despedir e enviá-lo ao mundo.

 “Em cada representação estou eu também presente, unido a ele”

Não se pode evitar pensar na batata, “uma alcunha ou símbolo de verdade que partilha com alegria profunda em vésperas do 50º aniversário do falecimento do Fundador de Schoenstatt. E, a razão dessa alegria, como o próprio Padre Kentenich explicou ao Juan, é o significado dessa alcunha: a casca da batata não se pode tirar sem que se tire também alguma coisa do seu interior. Essa é a união que o Padre Kentenich tinha com os seus filhos espirituais e que, personalizou na sua relação com o nosso escultor. Um vínculo que é sempre pessoal, daí a alcunha “a minha batata” como explicou Padre José María García no seu artigo escrito a seguir ao encontro com Juan Fernández. Contudo, há alguma coisa do Juan nesta estátua, Há alguma coisa de pessoas vinculadas às suas histórias por contar, ainda algum dia. Histórias de milagres e de esperança. Há alguma coisa da Família de Esperança nesta estátua e alguma coisa de Schoenstatt inteiro neste momento histórico. Mas, a mensagem igualmente importante é que – alguma coisa desta estátua fica para sempre nos ateliers de Juan Fernández e no “atelier da alma” de cada um que estava e estará em contacto vital.

Que alguma coisa do Padre Kentenich fique em cada um que agarra a sua mão nesta estátua, esta imagem sua, que o olha, que o abraça. Que alguma coisa de cada um fique no Padre Kentenich. E, que assim, ele esteja vivo.

Boa viagem até à costa Rica, Padre Kentenich!

Do atelier ao mundo real

 

Original: espanhol (23/8/2018). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

 

 

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