Posted On 2018-07-27 In Coluna - P. José María García, José Kentenich

“Onde está a minha batata?” – perguntou o Padre Kentenich

ENCONTRO COM O PADRE KENTENICH, Pe. José María García Sepúlveda •

“Onde está a minha batata?” Uma pergunta um bocado surpreendente, vinda do Padre José Kentenich, Fundador de Schoenstatt, ao ver uma fotografia dos seminaristas dos Padres de Schoenstatt. “A minha batata era a alcunha que o Padre Kentenich dava a um deles. A anedota foi-me contada há pouco tempo pelo, hoje, escultor Juan Fernández ao qual o Padre Kentenich se referia como “a sua batata”,

Uma alcunha ou símbolo, na verdade, que partilha, com alegria profunda, em vésperas do 50º aniversário do falecimento do Fundador de Schoenstatt. E a razão dessa alegria, como o próprio Padre Kentenich explicou ao Juan, é o significado desta alcunha: a casca da batata não pode ser cortada sem que se tire também alguma coisa do seu interior. Esta é a união que o Padre Kentenich tinha com os seus filhos espirituais e, que personalizou na sua relação com o nosso escultor. Um vínculo que é sempre pessoal, daí a alcunha “A minha batata”.

 

patata

É um vínculo pessoal

Como se começa a gestar esse profundo e íntimo vínculo? Quando experimentamos que a força vital do Pai é “um serviço abnegado à nossa vida e missão pessoal”. Quando não nos sentimos usados ou subjugados, mas “servidos” na nossa própria vida. É aí que começamos a sentir-nos “filho”. O pai põe sempre o filho em primeiro plano. É sinal da sua liberdade interior e da sua “maturidade” para poder ser pai fecundo e educador. O próprio Padre Kentenich reconhecia que a sua paternidade é fruto da sua relação com aqueles que, ele pôde servir.

A união com o Padre Kentenich, especialmente, com os homens, está unida à solidariedade na realização de uma tarefa ou missão e o Pai é co-responsável com o meu ser e missão. Estou certo que, pelo menos, metade das mulheres irá dizer: também é válido para a minha união com o Padre Kentenich.

A união com o Pai, o vínculo com ele, não é apenas ajuda que, também o é, mas o assumir, solidariamente, a realidade e a originalidade do outro. Enriqueço-me com ela. Não é um enriquecimento geral mas, pessoal.

Não é uma coisa exterior.

Dentro dessa relação, quando digo, por exemplo: “Fé Prática na Divina Providência” não é um “método” de discernimento unicamente mas, é a Fé Prática na Divina Providência própria do carisma do Padre Kentenich. E a atitude com a qual eu contribuo para o Padre Kentenich nessa união, não é uma contribuição simplesmente mas, é A MINHA CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL E ÚNICA. Assim, o carisma do Padre Kentenich se enriquece, se torna realidade concreta, aqui e agora, com o meu carisma.

É Aliança recíproca

O mesmo se passa com Nossa Senhora, a MTA. Ela age e enriquece a sua tarefa com o talento ou carisma que Deus me deu e que eu ponho à Sua disposição. Posso dizer como S. Paulo “os meus talentos e as minhas cruzes” completam a Cruz do Senhor.

Este caminho e esta experiência, mediante vínculos humanos, faz que, o nosso vínculo com Deus Pai não seja apenas uma ideia mas uma referência de autenticidade. Estamos no núcleo do pensar, viver e amar orgânico, expressão algo abstracta mas, nuclear, a qual o próprio Padre Kentenich descrevia como tarefa e missão de Schoenstatt para a Igreja. Viver no Pai torna-nos filhos e faz-nos irmãos.

Da plenitude e da maturidade vital do pai vem a sua abnegação e entrega pessoais, assim como, a sua fecundidade. Com a imagem tão simples e “terrena” da batata estamos no mais humano e divino da nossa Aliança com o Deus Trino. É este viver “No Pai”, no seu amor misericordioso que Jesus nos veio dar e do qual Ele próprio viveu.

É educar em liberdade

Para educar, é preciso estabelecer vínculos sãos e, por parte do educador, também, vínculos maduros, isto é, a partir do serviço desinteressado àquele que, livremente, se nos confiou. Essa liberdade madura e valente é a que possuía o Padre Kentenich e, na qual cresceu pela confiança que despertava. E, assim foi e é com cada uma das suas “batatas”, desde o primeiro “meu querido amigo jovem” que, o Padre Kentenich mencionou há mais de 100 anos, até ao dia de hoje, quando alguém reponde, em liberdade, a esta curiosa imagem que, diz muito desta união profunda e pessoal, ao mesmo tempo que, educativa.

“Onde está a minha batata?”. Como em Deus, tudo vem do Pai e regressa ao Pai, com a vida que Ele pôs nos Seus filhos, Rumo ao Céu segue a nossa vida…o nosso caminho.

Uma anedota contada numa conversa fraternal que nos mostra a profundidade e o valor com os quais o Padre Kentenich vivia no concreto e no imediato, a sua missão de ser pai e educador de uma Família, chamada, não só, a formar mas, a educar apóstolos, missão de Maria na Igreja.

 

Las manos del Padre Kentenich y de Juan Fernández se estrechan.

As mãos do Padre Kentenich e de Juan Fernández apertam-se.

 

A estátua da esperança

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