Posted On 2014-01-28 In Francisco - Mensagem

A Galileia dos gentis

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

SEMANA 5/2014

O Evangelho deste domingo narra o início da vida pública de Jesus nas cidades e aldeias da Galileia. Sua missão não parte de Jerusalém, ou seja, do centro religioso, social e político, mas de uma zona periférica, desprezada pelos judeus mais conservadores, por causa da presença, naquela região, de diversas populações; por isso o profeta Isaías fala dela como a “Galileia dos gentis” (Is 8,23).  É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito, onde se encontram pessoas diferentes por causa da raça, cultura e religião.  Assim, a Galileia se converte em um lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos.  Deste ponto de vista, Galileia se parece com o mundo de hoje: formado por diversas culturas, necessidade de confrontação e de encontro.  Também nós estamos imersos cada dia em uma “Galileia dos gentis”; e neste contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir recintos para estarmos mais seguros, mais protegidos.  Porém, Jesus nos ensina que a Boa Nova não está reservada a uma parte da humanidade – é preciso ser comunicada a todos.  É o bom anúncio destinado a todos que esperam, mas também aqueles que, talvez, já não esperam, e nem sequer têm a força de buscar e pedir.

Angelus, 27/01/2014

Partindo da Galileia, Jesus nos ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus; e mais: que Deus prefere sair da periferia, dos últimos, para alcançar a todos. Ele nos ensina um método, seu método, que expressa o conteúdo, ou seja, a misericórdia do Pai.  “Cada cristão e cada comunidade irá discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 20).  Jesus começa sua missão não apenas a partir de um lugar descentralizado, mas também a partir de homens que, se poderia dizer, eram de “baixo perfil”.  Para escolher seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho para a chegada do Reino de Deus.  Jesus os chama ali onde trabalham, à margem do lago: são pescadores.  Chama-os e eles O seguem imediatamente.  Deixam as redes e vão com Ele: sua vida se converterá em uma aventura extraordinária e fascinante.

Angelus, 27/01/2014

O Senhor chama também hoje!  Passa pelos caminhos de nossa vida cotidiana; também hoje, neste momento, aqui, o Senhor passa pela praça. Nos chama a irmos com Ele, a trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, nas “Galileias” de nossos tempos.  Cada um de vocês pense: o Senhor passa hoje, o Senhor olha para mim, Ele está olhando para mim!  O que o Senhor me diz?  E se algum de vocês ouvir o Senhor lhe dizendo: “Segue-me”, seja valente, vá com Ele; Ele não decepciona jamais.  Deixemos ser alcançados pelo Seu olhar, pela Sua voz e sigamo-Lo.  “Para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra e nenhuma periferia fique privada de sua luz”.  (ibid. 288)

Angelus, 27/01/2014

Assim o ciúme atua no coração de cada um de nós: é uma ansiedade maldosa, que não tolera que um irmão ou uma irmã tenham algo que eu não tenho (…). Os ciúmes levam a matar.  A inveja leva a matar.  Foi justamente essa porta, a porta da inveja, a causa do diabo entrar no mundo.  A Bíblia diz: “Pela inveja do diabo o mal entrou no mundo”.  Os ciúmes e a inveja abrem as porta para todas as coisas más.  Também dividem a comunidade.  Uma comunidade cristã, quando sofre – alguns dos membros – de ciúmes, inveja, termina dividida: um contra o outro.  Este é um veneno forte.  É um veneno que encontramos na primeira página da Bíblia, com Caim.  No coração de uma pessoa levada pelos ciúmes e pela inveja acontecem duas coisas claríssimas.  A primeira coisa é a amargura: a pessoa invejosa, a pessoa ciumenta é uma pessoa amargurada: não sabe cantar, não sabe falar, não sabe o que é a alegria, sempre olha “o que aquela pessoa tem que eu não tenho”.  E isso a leva à amargura, a uma amargura que se difunde sobre toda a comunidade.  Tudo isso é semeador de amargura.  E a segunda atitude, que leva os ciumentos e os invejosos, são as fofocas.  Porque essas pessoas não toleram que aquele tenha algo, a solução é rebaixar o outro, para que se esteja acima do outro.  E o instrumento são as fofocas.  Assim procuram essas pessoas e, por detrás das fofocas, sempre está a inveja.  E as fofocas dividem a comunidade, destroem a comunidade.  São as armas do diabo.

Missa em Santa Marta, 23/01/2014

Hoje, nesta Missa, rezemos por nossas comunidades cristãs, para que a semente do ciúme não seja plantada entre nós, para que a inveja não encontre lugar no nosso coração, no coração de nossas comunidades, e assim poderemos seguir avante louvando o Senhor, falando do Senhor, com alegria.  É uma grande graça, a graça de não cair na tristeza, de ficar ressentido pelo ciúme e pela inveja.

Missa em Santa Marta, 23/01/2014

Nessa situação de divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto, “em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”, a serem unânimes no falar, para que não haja divisões entre eles, mas que estejam perfeitamente unidos no mesmo pensar e no mesmo sentir (cf. vers.10).  Porém, a comunhão que o Apóstolo prega não pode ser fruto de estratégias humanas.  De fato, a perfeita união entre os irmãos só é possível quando se referem ao pensar e ao sentir de Cristo (cf. Fl 2,5).  Esta tarde, enquanto estamos reunidos aqui em oração, percebemos que Cristo, que não pode estar dividido, quer nos atrair a si, até os sentimentos de seu coração, até seu abandono total e confiante nas mãos do Pai, até o despojar radical por amor à humanidade.  Só ele pode ser o princípio, a causa, o motor de nossa unidade.

26/01/2014

Quando estamos em sua presença, ficamos mais conscientes de que não podemos considerar as divisões na Igreja como um fenômeno de certa forma natural, inevitável em qualquer forma de vida associativa. Nossas divisões ferem seu corpo, prejudicam o testemunho que estamos chamados a dar no mundo. (…).  Todos nós temos sido feridos pelas divisões!  Nenhum de nós quer chegar a ser um escândalo!  E, por isso, todos nós caminhamos juntos, fraternalmente, pelo caminho rumo à unidade, que leva a uma singularidade especial, que só o Espírito Santo pode fazer: essa diversidade reconciliada.  O Senhor espera por todos nós, acompanha todos nós: está com todos nós, neste caminho da unidade!

26/01/2014

Humilhar-se é sempre construir pontes, sempre, sempre.  E isso é ser cristão. Não é fácil.  Não é fácil.  Jesus assim o fez: humilhou-se até o fim, nos fez ver o caminho.  E é necessário que não passe muito tempo: quando há um problema, resolver o mais rápido possível, no momento em que se possa resolver; depois que a tormenta passa, aproximar-se pelo diálogo, porque o tempo faz crescer os muros, como faz crescer a erva daninha que impede o crescimento do grão.  E quando os muros crescem, a reconciliação é mais difícil: é mais difícil!  Não é um problema se alguns pratos voem – na família, na comunidade, no bairro.  O importante é buscar a paz o quanto antes possível, com uma palavra, com um gesto.  Uma ponte antes que um muro, como aquele que durante tantos anos dividiu Berlim.  Porque também, em nosso coração, diz o Papa Francisco, está a possibilidade de nos convertermos em Berlim com seu muro em relação ao próximo.

Missa em Santa Marta, 23/01/2014

 

O objetivo da peregrinação
é a renovação da Aliança de Amor
em sua força formadora e missionária;
a que se manifestará – internamente em Schoenstatt -,
a renovação da Família
e – externamente – na formação da uma Cultura de Aliança.

Documento de Trabalho 2014

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