Posted On 2013-10-22 In Francisco - Mensagem

Igreja apostólica

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

SEMANA 43/2013

A Igreja é apostólica porque é enviada a levar o Evangelho a todo o mundo. Continua no caminho da história da mesma missão que Jesus entregou aos Apóstolos: “Ide, pois, ensinai a todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 19-21). Isto é o que Jesus nos pede que façamos. Insisto neste aspecto da missionaridade porque Cristo convida a todos a “ir” ao encontro do próximo, nos envia, nos pede que nos movamos para levar a alegria do Evangelho. Uma vez mais nos perguntemos: somos missionários só com nossa palavra, e também com toda nossa vida cristã, com nosso testemunho? Ou somos cristãos fechados em nosso coração e em nossas igrejas, cristãos de sacristia? Cristãos apenas de palavra – ou vivemos o que pregamos? Devemos nos fazer estas perguntas, que não são censuras. Eu também digo a mim mesmo: como sou cristão? Realmente dou meu testemunho?

Audiência geral 16/10

A Igreja tem suas raízes no ensinamento dos Apóstolos, testemunhas autênticas de Cristo; porém, a Igreja olha para o futuro, tem a firme consciência de ser enviada – enviada por Jesus – para ser missionária, levando o nome de Jesus com a oração, o anúncio e o testemunho. Uma Igreja que se fecha em si mesma e no passado, uma Igreja que olha apenas para as pequenas regras de costumes, de atitudes, é uma Igreja que trai a própria identidade; uma Igreja fechada trai a própria identidade! Então, redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica. E lembrem-se: Igreja apostólica porque rezamos – primeira tarefa – e porque anunciamos o Evangelho por nossa vida e com nossas palavras.

Audiência geral 16/10

O apóstolo tem um começo alegre, entusiasmado, vibra com Deus dentro dele, certo? Porém, não é salvo por acaso. E me faz bem pensar no ocaso do Apóstolo… Me ocorrem três ícones: Moisés, João Batista e Paulo. Moisés é aquele que é o chefe do povo de Deus, valente, lutando contra inimigos e também lutando com Deus para salvar o povo: forte! E, no final, está sozinho sobre o Monte Nebo, olhando para a terra prometida, mas sem poder entrar nela. Não podia entrar na promessa. João Batista: nos últimos tempos, as angústias não lhe foram poupadas. João Batista deve enfrentar também uma angústia duvidosa que o atormentava e terminou sob o poder de um governante fraco, bêbado e corrupto, sob o poder da inveja da adúltera e do capricho de uma dançarina. E também o apóstolo Paulo, na Primeira Leitura, fala daqueles que o abandonaram, daqueles que lhe causaram danos protestando sua pregação. Conta que ninguém o ajudou no tribunal. Todos o haviam abandonado. Porém, diz São Paulo, o Senhor esteve ao meu lado dando-me forças, para que a mensagem fosse proclamada. Isto é grandioso no Apóstolo que, com sua vida, faz o que disse João Batista: “É preciso que ele cresça e eu diminua”. O apóstolo é aquele que dá a vida para que o Senhor cresça. E, finalmente, sai-se bem… Também Pedro, em relação à promessa: “Quando ficares velho, te levarão para onde tu não queiras ir”. E quando penso no ocaso do Apóstolo, me vem ao coração a lembrança desses santuários de apostolado e santidade que são as casas de repouso para sacerdotes e freiras: bons sacerdotes, boas freiras, envelhecidos, com o peso da solidão, esperando que o Senhor venha chamá-los para a porta do seu coração. Esses são verdadeiros santuários do apostolado e da santidade que temos na Igreja. Por favor, não nos esqueçamos deles!

Santa Marta, 18/10

Me pergunto: nós, cristãos, temos o desejo de fazer uma visita – que será uma verdadeira peregrinação! – a esses santuários de santidade e de apostolado, que são as casas de repouso dos sacerdotes e freiras? Um de vocês me disse, há alguns dias, que quando ia em missão a um país, ia ao cemitério e visitava os túmulos dos antigos missionários desconhecidos, sacerdotes e freiras, sepultados ali há 50, 100, 200 anos. E me disse: ‘sim, todos esses podem ser canonizados, porque no final o que conta realmente é a santidade diária, a santidade de todos os dias’. Nos lares de idosos, essas irmãs e esses irmãos esperam o Senhor à semelhança de Paulo: um pouco tristes, é certo, mas também com uma certa paz, com o rosto alegre. Será bom para todos nós pensarmos nessa etapa da vida que é o ocaso do apóstolo e rezar ao Senhor: ‘Cuida daqueles que, neste momento, estão na reta final, dizendo novamente; sim, Senhor, quero te seguir!

Santa Marta, 18/10

Estamos às portas do Ano Internacional que, por iniciativa da FAO, será dedicado à família rural. Isso me dá a oportunidade para propor um terceiro elemento de reflexão: a educação na solidariedade e em uma forma de vida que supere a ‘cultura do descartável’ e realmente coloque no centro todas as pessoas e sua dignidade, como é característico da família. Nela, que é a primeira comunidade de educação, aprende-se a cuidar do outro, do bem do outro, a amar a harmonia da criação e desfrutar e compartilhar seus frutos, favorecendo um consumo racional, equilibrado e sustentável. Apoiar e proteger a família para que eduque para a solidariedade e para o respeito é um passo decisivo rumo a uma sociedade mais igualitária e humana. A Igreja católica percorre convosco estes caminhos, ciente de que a caridade, o amor, é a alma da sua missão. Que a celebração hodierna não seja uma simples comemoração anual, mas uma ocasião verdadeira para nos estimularmos a nós mesmos e às instituições a agir segundo uma cultura do encontro e da solidariedade, para dar respostas adequadas ao problema da fome e da subalimentação e às outras problemáticas que se referem à dignidade de cada ser humano.

Mensagem do Santo Papa Francisco para o Dia Mundial da Alimentação – 16/10/13

Quando andamos pela rua e encontramos uma igreja fechada, sentimos algo estranho, porque não se entende por que uma igreja está fechada. Às vezes, nos dão algumas explicações que não mais do que pretextos, justificativas; porém, a realidade é que a igreja está fechada e as pessoas que passam por ela não podem entrar. E, pior ainda, o Senhor que está dentro não pode sair. Hoje, Jesus fala dessa imagem da clausura; é a imagem dos cristãos que têm a chave mas a escondem, não abrem a porta. Pior ainda, ficam na frente da porta e não deixam as pessoas entrarem; às vezes entram sozinhos, mas não deixam os outros entrarem. A falta de testemunho cristão leva a isso; e quando esse cristão é um sacerdote, um bispo ou o Papa, pior ainda. Como o cristão cai nessa atitude de chave no bolso e porta fechada? A fé passa, por assim dizer, por um alambique e se converte em ideologia. E a ideologia não atrai. Nas ideologias não está Jesus: sua ternura, seu amor, sua docilidade. E as ideologias são sempre rígidas. Ideologias de todos os tipos: rígidas. E quando um cristão se converte em discípulo da ideologia, perde sua fé: não é mais discípulo de Jesus, é um discípulo dessa atitude do pensamento, disto, daquilo… Por isso Jesus disse: ‘Vós pensais que levam a chave da ciência’. O conhecimento de Jesus é transformado em um conhecimento ideológico, inclusive moralista, porque alguns fecharam a porta com tantas prescrições”.

Santa Marta, 17/10

A fé se converte em ideologia e a ideologia assusta, a ideologia persegue as pessoas, aleija, aleija as pessoas e aleija a Igreja de todas as pessoas. É uma enfermidade grave, a dos cristãos ideológicos. É uma enfermidade, mas não é nova, entendem? Já o apóstolo João, em sua primeira carta, falava a esse respeito. Os cristãos que perdem a fé e preferem as ideologias. A atitude de um cristão assim é: tornar-se rígido, moralista, especialista em ética, porém sem bondade. A pergunta pode ser essa, não pode? Como um cristão pode se tornar assim? O que acontece no coração daquele cristão, daquele sacerdote, daquele bispo ou daquele Papa para se tornar assim? Simplesmente uma coisa: esse cristão não reza. E se não há oração, a porta sempre está fechada. Esses cristãos não rezam. Abandonam a fé e a transformam em uma ideologia moralista, casuística, sem Jesus. E quando um profeta ou um bom cristão os repreende, fazem o mesmo que fizeram com Jesus: “Quando saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos, para pegá-lo de surpresa por qualquer palavra que saísse de sua boca”. Eles não são transparentes. Pobrezinhos, são pessoas manchadas pela soberba. Primeiro, peçamos ao Senhor a graça de não deixarmos de rezar, para não perdermos a fé: permanecermos humildes, e assim não nos fecharmos, como pessoas que fecham o caminho do Senhor”.

Santa Marta, 17/10

Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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O objetivo da peregrinação
é a renovação da Aliança de Amor
em sua força formadora e missionária;
a que se manifestará – internamente em Schoenstatt -,
a renovação da Família
e – externamente – na formação da uma Cultura de Aliança.

Documento de Trabalho 2014

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