Posted On 2015-07-10 In Segundo século

Três preguntas… sobre o Schoenstatt do segundo século da Aliança de Amor (31)

Hoje respondem: Alicia e Carlos Ferré, colaboradores da Obra das Famílias, diocese de San Miguel, província de Buenos Aires, Argentina. Carlos Ferré é autor do livro “El santo social. Pensamiento y praxis de José Kentenich en torno a la Doctrina Social de la Iglesia” e co-autor de “Francisco: la alegría que brotó del pueblo” •

A meio ano de peregrinarmos pelo segundo século da Aliança de Amor… Como sonha este Schoenstatt no seu ser, no seu estar na Igreja e no mundo, e na sua tarefa?

Renovando a fidelidade ao carisma original, num momento de graça especial para a Igreja que tanto anelamos e pelo que pedimos à Mãe e Rainha durante um século, pondo no centro de tudo Jesus.

Estamos a chegar à Igreja das novas praias. O encontro com a Igreja sonhada e amada pelo Padre Kentenich está à vista. Revela-a dia após dia o Papa Francisco. Não fechemos os olhos. Não olhemos para outro lado.

O nosso jubileu aconteceu no meio da alegria de todo o Povo de Deus, e a profecia do nosso Fundador está-se a cumprir. Esta a ser confirmado o anúncio do Concílio Vaticano II e o Vigário de Cristo convida-nos a torná-lo realidade, a anunciar a alegria do Evangelho.

Sonhamos com uma Família em saída, humilde e vitoriosa, colaborando na construção da cultura do encontro que é a projeção da nossa cultura de aliança, promotora de paz e construtora de vínculos em todos os ambientes, animada pela misericórdia, com um compromisso com a transformação da realidade no sentido do Reino, que nos faça ser santos sociais, como o queria o nosso Fundador, geradores de uma Igreja pobre para os pobres.

Para chegarmos a cumprir este sonho, o que temos que evitar ou deixar?

Devemos evitar o “síndrome do Tabor”. Não propormos construir três tendas para ficarmos no cimo da montanha, mas que transfigurados por e com Jesus, desçamos do monte para assumir a missão.

Deixar de nos “sentirmos bem” no nosso pequeno refugio para assumir, audazes no risco, os perigos do caminho da marcha do Povo de Deus, numa atitude verdadeiramente solidária com o mundo.

O legado do Padre Kentenich não pode ser uma coleção de recordações. Não somos um museu. Ele quis-nos como um movimento, sempre em marcha, sempre novo em consonância com a história, assumindo o novo para anunciar a salvação.

Como Família devemos abandonar a tentação de “pentear ovelhas” e decidirmo-nos a estar de guarda no hospital de campanha, atendendo os feridos da nossa sociedade provocados pelo individualismo, o relativismo e a idolatria do dinheiro e do poder.

Para chegarmos a cumprir este sonho, que passos concretos devemos dar?

Levar a sério o conselho de Francisco: ser pastores com cheiro a ovelha. Amar todo o povo e gostar de fazer parte dele. Não somos nem os melhores nem os piores. Somos o que somos, servos inúteis, mas se pusermos o nosso empenho em ser discípulos missionários, atentos ao exemplo de João Pozzobon, tudo se simplifica.

Abandonar todo o comportamento que nos leve a fecharmo-nos em nós próprios e à auto-referencialidade.

Somos um movimento apostólico que tem como meta transformar o mundo e a Igreja. O nosso lugar está na rua, nos lares, em todo o lugar onde haja uma necessidade. Cada ermida, cada Santuário, deveriam ser os primeiros “postos sanitários” do hospital de campanha.

Estar junto a Maria e às pessoas, ao lado do cristão, que necessita das graças que a Virgem reparte e que nós devemos encarnar nas obras de misericórdia. Encarar una permanente formação na ação como metodologia educativa para que o contacto com a realidade nos ajude a discernir os sinais dos tempos.

Insistir em ser uma grande família onde todos nos cuidemos uns aos outros.

Fotografia: Carlos Ferré (esq.) numa reunião de representantes da “Geração Francisco” com schoenstatt.org, em Buenos Aires
Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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