Posted On 2020-08-13 In Vida em Aliança

“I can’t get no desinfection” – Encontro de famílias em tempo de corona vírus

ÁUSTRIA, Pe. Elmar Busse •

I can’t get no desinfection (“Não consigo nenhuma desinfecção!”). Esta versão adaptada da música dos Rolling Stones, composta por Mick Jagger e Keith Richards (o single “I can’t get no satisfaction” – Não consigo nenhuma satisfação – que se converteu no primeiro número 1 dos Rolling Stones nos Estados Unidos) não pôde ser aplicado à fazenda Rojach em Kaernten, na qual houve um encontro para famílias do dia 25 de julho a 1 de agosto,  apesar do corona vírus. —

 

 

Os dispensers com as instruções correspondentes estavam na entrada dos banheiros, na entrada da sala de jantar e dentro dela, no buffet de saladas, bem como na igreja do celeiro. Na grande sala de jantar, podiam estar apenas 10 famílias, para que a distância entre as mesas pudesse seguir as normas sanitárias. Vieram diversas famílias de 5 dioceses com faixa de 5 a 35 anos de casados. As diferentes fases familiares não foram nenhum problema para as motivações, já que cada casal pôde escrever no início do encontro, de forma anônima, as questões que os moviam neste momento.

O casal Derfler como acompanhante e o casal Bieber, a Ir. Gertrud-María Erhard e o Pe. Elmar Busse recorreram à sua experiência de muitos anos como palestrantes em Schoenstatt.

Uma peculiaridade foi a participação da Ir. Julie, da Austrália, que quer aprender o estilo de trabalho das famílias austríacas e que participou como ouvinte. Com seu temperamento, ela não só não se limitou a ser uma ouvinte, como também deu uma palestra tão apaixonada que não teria sido necessário ter café para acompanhá-la com atenção.

 

Falar sobre Deus e sobre o mundo

O café da manhã era, sem dúvida, uma ótima ajuda para começar o encontro, pois durante as noites, depois de terminar o programa oficial, ainda ficávamos muito tempo juntos e falávamos sobre Deus e sobre o mundo. As noites ficavam curtas.

Com o formato provado de outros encontros, havia dois impulsos durante a manhã: tempo para o diálogo matrimonial e a possibilidade de uma eucaristia na igreja do celeiro. A tarde oferecia muitas opções para passeios pelo lugar. O lago Millstatt fica a apenas oito quilômetros do alojamento. Na terça-feira à tarde, a maioria das famílias foram juntas à cachoeira do rio Fallbach, de 200m de altura, no vale do rio Malta, em cujo pé há um maravilhoso parque aquático. As três horas passaram rapidamente. E tanto o vento fresco que soprava da parede da rocha, como a suave neblina pulverizada junto à cachoeira, ofereciam uma sensação de frescor à temperatura de 30°C ao sol.

 

Sete colunas

No que diz respeito aos temas, os palestrantes responderam às perguntas que foram feitas pelos casais, associando-as às perspectivas espirituais da obra de famílias de Schoenstatt, as chamadas sete colunas. Há alguns anos os responsáveis pela obra de família da Áustria resumiram a espiritualidade de Schoenstatt na imagem das sete colunas. O conceito vem do livro dos Provérbios do Antigo Testamento (Pv 9,1): “A sabedoria construiu sua casa; ergueu suas sete colunas”. Este conceito foi popularizado por Lawrence da Arábia em seu relatório autobiográfico sobre a revolta árabe contra o império otomano nos anos 1917-1918, intitulado “Os sete pilares da sabedoria”.

A espiritualidade de Schoenstatt abrange:

  1. Crescimento interior (desenvolver minha personalidade)
  2. Irradiar (todo amor que cresce é uma força transformadora – Papa Francisco)
  3. Construir de uma forma criadora (nos comprometemos por um mundo novo)
  4. De coração a corações (o caminho para construir comunidade)
  5. Encontrar lar – oferecer lar (o que nosso tempo precisa desesperadamente)
  6. Espírito de fundadores (participamos do carisma de fundador do Pe. Kentenich)
  7. Deus no meio de nós (aprofundar a vida diária a partir da fé através do santuário lar e utilizá-lo como fonte de força).

 

Durante a noite aprofundava-se o tema da manhã e se enriquecia com as experiências que os casais traziam às discussões; O programa oficial terminava com o “banco junto à estufa”, uma oportunidade para que cada casal comentasse por si mesmo a colheita do seu dia e se unisse a Deus, em tom de sussurro e à luz tênue de uma lamparina na mão.

 

Aliança de amor, votos matrimoniais e “desinfecção”

Na sexta-feira à tarde e à sombra de uma árvore imensa, aconteceu a solene missa de encerramento, na qual os casais renovaram seus votos matrimoniais e um deles selou sua Aliança de Amor com a Santíssima Virgem.

Não há semana de famílias sem uma “noite colorida”, na qual se apresentaram as vivências e os conteúdos da semana com uma pitada de humor e em estilo cabaré, causando risos. Algo inovador foi o concurso através da plataforma online www.kahoot.it, no qual cada participante, utilizando seu celular, podia escolher uma de quatro respostas possíveis para as perguntas sobre o conteúdo das palestras.

Musicalmente agradáveis foram as versões das músicas com novos textos como Trem especial para Pankow (Udo Lindenberg), O comissário (Falvo), Viva o cemitério central (Wolfgang Ambros) entre outras, com as quais cada família junto ao casal Prem surpreendeu a todos E aqui voltamos ao “I can’t get no desinfection” (Não consigo nenhuma desinfecção).

Infectados 

A fazenda Rojach, dirigida pela família Rindlisbacher, é ideal para este tipo de semanas familiares. Era raro ver algum dos cinco karts da casa parado ao lado do pátio pavimentado; e um ou outro cotovelo teve que ser atendido com curativos porque alguma das crianças fez uma curva com muita velocidade. Na destilaria da casa, o chefe servia vários e saborosos meios de desinfecção bocal de alta gradação, só para adultos, para a pena dos jovens.

No final, as famílias estavam desinfetadas, não do corona vírus, mas sim com muitas propostas práticas para viver a vida familiar com mais intensidade, mas com menos estresse e, assim, solucionar melhor os conflitos e combinar fé e vida diária de forma mais relaxada, mas nem por isso menos séria.

 

Para quem não conhece:

 

 

Original: Alemão (5/8/2020). Tradução: Luciana Rosas, Curitiba, Brasil.

 

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