Posted On 2015-01-01 In Vida em Aliança

ALEGREM-SE (Mt 28,9)

PARAGUAI, José Aníbal Argüello. 15 de novembro último, dia de Roque González de Santa Cruz, primeiro Santo Paraguaio, foi o dia escolhido pela providência para tornar pública a vontade do Pai Celestial que, por meio do Bispo de Roma, o Santo Papa Francisco, nomeou como novo Bispo da Diocese da Santíssima Encarnação o Pe. Francisco Javier Pistilli Scorzara.

 

 

 

Pe. Francisco nasceu em 26 de maio de 1965, em Asunción, Paraguai.  Viveu no Bairro Cidade Nova; toda sua vida paroquial e sacramental desenvolveu-se na Paróquia São Miguel Arcanjo.  Começou a fazer parte do JUMAS em 1985, selando sua Aliança de Amor dois anos depois.  Em 1988, ingressou no Primeiro Noviciado Ibero-americano dos Sacerdotes de Schoenstatt em Florencio Varela, sendo ordenado sacerdote em 10 de maio de 1997, em Tuparendá/Paraguai.  Entre 2000 e 2004, trabalhou em várias tarefas pastorais no Santuário Jovem, principalmente como Assessor da Juventude Masculina.  De 2004 a fevereiro de 2012, foi Mestre de Noviços do Noviciado dos Sacerdotes de Schoenstatt em Tuparendá, sendo o formador de quatro cursos de noviços.  Em setembro de 2011, foi eleito Superior Regional dos Sacerdotes de Schoenstatt da Região do Pai (Paraguai, Argentina, Uruguai, Itália e Nigéria), para o período 2011-2017, cargo que exerceu até sua designação como Bispo de Encarnación, em 15 de novembro de 2014.

Mais de 100 sacerdotes e boa representação da família de Schoenstatt

Desde as primeiras horas, a Igreja “São Roque González de Santa Cruz”, da cidade de Encarnación, foi enchendo-se de fiéis, em sua maioria membros da família de Schoenstatt, muitos vindos de diversos pontos do país, principalmente de Asunción e Ciudad del Este, para acompanhar o querido Pe. Francisco nesse acontecimento tão especial.  Cabe destacar também que a organização de toda a liturgia esteve sob a responsabilidade de vários integrantes da família de Schoenstatt de Encarnación que, com especial carinho e alegria, planejaram até o último detalhe para essa grande festa.

A Celebração Eucarística iniciou pontualmente às 10h.  Entrada da procissão solene, encabeçada por seminaristas, diáconos, mais de 100 sacerdotes e treze Bispos de todo o Paraguai, enquanto toda a igreja cantava “Es hermoso ver bajar de la montaña, los pies del mensageiro de la Paz”. [É bonito ver os pés do mensagem da Paz descendo da montanha].

Ordenação

O Bispo Ordenante Principal foi D. Claudio Giménez – que já tinha ordenado Pe. Francisco como sacerdote – e os Bispos Concelebrantes, D. Ignacio Gogorza Izaguirre, Bispo Emérito de Encarnación, e D. Gilles Lemay, Bispo de Quebec.

Imediatamente após a Liturgia da Palavra, iniciou-se a Ordenação do Bispo Eleito, cantando a invocação ao Espírito Santo.  Depois, fez-se a leitura do mandato apostólico escrito pelo Papa Francisco, que, no mesmo indicou: “… Em vista de que a Igreja da Santíssima Encarnação precisa de um administrador para as questões sagradas, devido à renúncia venerável do Irmão Ignacio Gogorza Izaguirre, S.C.I. de Betharram, consideramos que faremos bem, caro filho, encarregarmos a administração a ti, a quem conhecemos como dotado de riqueza e qualidades necessárias para governar o povo de Deus…”.

A seguir, o Bispo Eleito fez as promessas de fidelidade ao mandato que lhe era outorgado, conforme a antiga regra dos Santos Papas, que estabelece que quem tenha sido eleito para a Ordem Episcopal seja, diante do povo, previamente examinado a respeito de sua fé e sobre seu futuro ministério.  Depois, o Bispo Eleito deitou-se no chão, enquanto se cantava a Ladainha dos Santos, pedindo sua intercessão e bênção para a tarefa do novo Bispo.  Em continuidade, todos os Bispos do Paraguai presentes, enquanto o Bispo Ordenante impunha suas mãos sobre o Bispo Eleito, rezaram juntos a oração de ordenação: [cf. http://www.liturgia.pt/pontificais/Ordenacoes.pdf] “Enviai agora sobre este eleito a força que de Vós procede, o Espírito soberano, que destes ao vosso amado Filho Jesus Cristo, e Ele transmitiu aos santos Apóstolos, que fundaram a Igreja por toda a parte, como vosso templo, para glória e perene louvor do vosso nome.”

Finalmente, para concluir o rito de ordenação, o Bispo eleito recebeu a unção da cabeça, tendo lhe sido entregue o livro dos Evangelhos para a proclamação da Palavra de Deus; a entrega do anel como símbolo de fidelidade à Igreja, esposa Santa de Deus; a entrega da mitra e do báculo, sinal do ministério pastoral, sendo-lhe encomendado o cuidado do rebanho que o Espírito Santo encarregou-o de guardar como Pastor da Igreja de Deus.

Sua primeira frase “célebre”

Terminado o rito de ordenação, o novo Bispo, D. Francisco Pistilli, foi revestido e saudado por toda a comunidade presente com um forte, extenso, carinhoso e caloroso aplauso.  Notava-se que estava muito emocionado, assim como estavam todos os presentes.  Prosseguiu-se a liturgia eucarística, presidida pelo novo Bispo.

Ao terminar a missa, foi saudado por todos os Bispos, assim como por todos os sacerdotes e diáconos que pertencem à Diocese de Encarnación.

Em sua mensagem ao final da missa, D. Francisco Pistilli comentou a respeito de seu lema episcopal: “Alegrem-se”, convidando-nos a acompanhá-lo com alegria e oração nessa tarefa que Deus e a Mãe lhe confiaram.  Ficou marcada também sua primeira frase “célebre” como novo Bispo, quando nos disse que “A fé deve ser transpirada”, um convite imperativo para nos esforçarmos, com alegria, a nos colocarmos à disposição do cumprimento do plano de Deus.

EXPLICAÇÃO DO ESCUDO EPISCOPAL

O escudo de D. Francisco Javier, seguindo a tradição da heráldica eclesiástica, adota a forma de “cálice”; no meio, estão os símbolos relacionados com seus ideais de vida e com sua espiritualidade.

O campo do escudo é de cor azul, que recorda o escudo do Papa Francisco, que o chamou para o ministério episcopal, confiando-lhe o cuidado pastoral da Diocese da Santíssima Encarnação.

No centro do escudo, como símbolo principal, aparece uma árvore de folhagem verde com fruto, sobre um monte.  Essa imagem recorda o jardim que Deus plantou em seu éden, para colocar ali o homem que havia criado (Gênesis 2,8); além disso, a árvore ilustrada é a árvore da vida (Gênesis 3,22), que Jesus Cristo torna acessível a todos os homens na árvore da cruz: “esta é a cruz de nossa fé, a mais nobre das árvores: nenhum bosque produza outro igual em ramos, flores e frutos”. A referência ao jardim do éden leva também a pensar no anseio de uma terra sem mal para os indígenas guaranis.

O monte recorda o Monte Sião (Hb 12, 22-24), ideal sacerdotal da Comunidade dos Sacerdotes de Schoenstatt, da qual provém D. Francisco Javier.

No escudo destaca-se, à direita de quem o observa, a radiante estrela branca, a qual representa a Santíssima Virgem Maria, estrela da nova evangelização. Na Aliança de Amor com Maria, D. Francisco Javier encontrou sua vocação de vida e, ao convite dela, aprendeu a dizer “Sim” aos sempre surpreendentes desígnios de Deus (cf. Lucas 1,38).  A estrela é também aquela que os Reis Magos do Oriente seguiram para encontrar Jesus (cf. Mateus 2,2), os quais, ao vê-la, “encheram-se de alegria” (Mateus 2,10).  Assim, por isso, a estrela refere-se à estrela de Belém, fazendo assim presente o Natal e o mistério da Encarnação do Verbo de Deus.

Finalmente, da árvore da vida emana uma luz branca, que insinua uma cruz.  Na trave vertical dessa cruz luminosa, aparecem representados o lugar de origem espiritual e a experiência existencial de D. Francisco Javier: Digitus Paternaedexterae, o dígito da direita do Pai, o Espírito Santo; que representa proximidade de Deus, seu amor pessoal que toca a vida humana, a escolhe, a cura e a transforma.  O Santuário, lugar de graça, de presença de Maria, é o lar espiritual de D. Francisco Javier.  Na trave horizontal, aparece uma coroa, que convida à confiança em Maria, Rainha dos Apóstolos; e uma cruz, que simboliza a infância espiritual, a entrega filial a Deus Pai.  Esses elementos decorrem da espiritualidade do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Em volta do escudo, aparecem os símbolos heráldicos próprios de um Bispo.  O pingente verde com seis borlas de cada lado e a cruz episcopal com as cinco chagas de Jesus Cristo.  Na base do escudo aparece um pergaminho com o lema do Bispo: “Alegrem-se”.

ALEGREM-SE – explicação do lema episcopal

Na Igreja Católica, é costume expressar-se, por meio de um lema que pode ser formado por várias palavras ou de apenas uma, “um ideal ou programa de vida”, que inspire e oriente o exercício de seu ministério.

D. Francisco Javier escolheu um lema simples, mas que transmite toda a força da vida do Evangelho: “ALEGREM-SE”.  Essa palavra é tirada do Evangelho segundo São Mateus, fazendo parte do relato do encontro das mulheres que foram ao sepulcro com o Ressuscitado (Mateus 28, 1-10): “Imediatamente, Jesus saiu ao seu encontro e as saudou dizendo: Alegrai-vos” (Mt 28,9).

Essa saudação expressa o Dom que Jesus Cristo ressuscitado quis dar à humanidade: a alegria de sua presença em nosso meio.  Sim, sua presença traz uma alegria luminosa e serena à nossa vida.  Trata-se da alegria do Evangelho, que “enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, porque “Quantos se deixam salvar por Ele e são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.  Com Jesus Cristo, a alegria renasce sem cessar”.  (Evangelii Gaudium, 1).

Essa alegria de Jesus nasce da relação filial com Deus Pai; assim, Ele pode nos convidar a nos alegrarmos, porque nossos nomes estão inscritos no céu, no coração de Deus (cf. Lucas 10,20).  Nas bem-aventuranças, o seguimento de Jesus se torna promessa de alegria plena em meio aos desafios: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12).  Finalmente, a alegria de Jesus é a alegria plena de misericórdia pelo encontro da ovelha perdida (cf. Lc 15,6b)

Assim, a alegria do ressuscitado é uma alegria pascal, ou seja, uma alegria que amadureceu na cruz e por isso se faz plena na ressurreição e pode alegrar-se.  A alegria do Ressuscitado é, portanto, o fruto mais formoso da árvore da cruz.  “O Evangelho, em que resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria” (Evangelii Gaudium, 5).

Com a alegria de Jesus ressuscitado, D. Francisco Javier quer sair ao encontro de todos os homens e mulheres da Diocese da Santíssima Encarnação.

Maria, estrela da Nova Evangelização, implore por toda a Igreja de Encarnación; que a alegria da ressurreição ilumine todas as dimensões de sua vida, e chegue onde mais se necessita de misericórdia.

Original em espanhol. Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil


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