Posted On 2014-08-18 In Vida em Aliança

É como chegar em casa – a terceira etapa de peregrinação que parte de Borken até Schoenstatt

ALEMANHA, Ir. M. Hanna-Lucia Hechinger. No final de julho, a realidade: realizou-se a peregrinação do “Santuário do amor misericordioso de Deus” de Borken/Alemanha até o Santuário Original. As primeiras duas etapas foram realizadas no ano 2013, de Borken a Bottrop e depois até Bergisch Gladbach. E em julho deste ano realizou-se a última etapa, saindo de Bergisch Gladbach até Rösrath, Bad Honnef, Waldbreitbach, terminando em Schoenstatt.

Doze peregrinos experimentaram serem guiados pelo Deus da vida. “Tivemos a experiência de ter Maria entre nós”, disse um peregrino, uma noite. ELA estava entre eles – visível na Imagem da Mãe Peregrina e com ELA pudemos experimentar os altos e baixos que tal peregrinação traz consigo. Seja em uma pausa, apoiado a uma árvore, munidos de bastões de trekking (caminhada) ou em um perigoso declive em uma ribanceira acentuada, ela foi o centro da atenção! Assim também aconteceu durante um dos acampamentos, onde uma mulher viu a Mãe Peregrina e ficou “apaixonada” pelo olhar da Santíssima Virgem e, por isso, o grupo lhe emprestou a Imagem até o dia seguinte. Ela esteve presente nas manhãs e no meio do dia, quando cada peregrino apresentava um novo pedido de oração, que pessoas lhe tinham entregado para a peregrinação.

Experiências no caminho

As experiências que cada um dos peregrinos teve durante esse caminho foram muito variadas e coloridas. Porém, há experiências que criaram uma atmosfera comum, que impressionaram, além das que foram ‘saboreadas’ não apenas nos 150km da última etapa.

Algumas dessas experiências do caminho ainda serão esclarecidas.

Aí estava o dique que, em razão de trabalhos de construção, estava fechado. Não era possível passar por ele, por isso tivemos que seguir adiante. Sob um sol ardente e nada de sombra, a caminhada foi em silêncio, para não gastar muita energia. Parecia que estava se formando uma tempestade elétrica. “Tomara que cheguemos a tempo”, foi o pensamento de todos os peregrinos. Finalmente conseguiram terminar esse trecho! E o que, inesperadamente, estava esperando por eles, no fim do caminho? Uma ermida da MTA. Uma experiência no caminho que emocionou a todos. Também na vida real existem caminhos em construção e caminhos sem sombra. Porém, não caminhamos sozinhos, ainda que, a princípio, possa parecer assim. Existe alguém que está esperando por nós e nos diz: “Eu estou aqui, e vou contigo”.

Como é bom ter uma meta

O último trecho até chegar no albergue da juventude em Bonn, que fica no monte Venusberg, foi percorrido de ônibus, por causa da distância. Durante o trajeto, conversamos com uma jovem mulher muçulmana, divorciada e com dois filhos. “Eu posso acompanhar vocês até o albergue”, ofereceu-se ela. “Ah, vocês são peregrinos. Eu já estive duas vezes em Meca”, contou ela, enquanto esperávamos o segundo ônibus. Quando nós oferecemos levá-la espiritualmente a Schoenstatt, ela começou a chorar. Ela não conseguia falar e mais tarde, já no ônibus, disse para nós: “Não sei como será quando eu for maior. Não posso simplesmente viajar de ônibus”. Essa mulher também peregrina, mas sem uma meta. Muito agradecida e emocionada, ela recebeu várias pequenas imagens da MTA para ela e para seus filhos. Os caminhos de peregrinação tocam a realidade da vida. Esses caminhos de peregrinação unem as mais diversas pessoas, muito além de seu credo; nós percebemos que “caminhamos com uma tarefa” e que “como é bom ter uma meta”.

Pequenas sinalizações

Ali estava a pequena capela em Röhndorf, onde celebramos a Santa Missa. De repente, ouviu-se um grande ruído. Formou-se uma tempestade totalmente inesperada, mas estávamos protegidos. O raio, o trovão e a chuva só podem ser desfrutados quando se está em segurança. Outra experiência na peregrinação vivida e, por isso, inesquecível: não importa como seja o seu caminho de vida, aquele que busca refúgio em Deus está seguro, ainda que as tormentas da vida nos amedrontem.

Por causa da desativação de uma bomba, a rota prevista rumo a Schoenstatt teve que ser alterada. Em lugar de “Rheinsteig”, chamou-se “Limes-way”. Tivemos que nos afastar das rotas planejadas e traçar um novo caminho. Nessa última etapa do caminho, percebemos o que significa ir com a ajuda de um mapa (que não tínhamos nesse trecho) ou de se orientar e novamente avançar de uma sinalização a outra sinalização. Novamente, no caminho se encontra uma sinalização, em um sinal vivo que nos fala de nosso próprio caminho de vida e nos ensina: não depende da situação geral. Se prestarmos atenção aos pequenos sinais que Deus nos dá, conseguimos chegar ao nosso destino, inclusive se não soubermos antecipadamente como será o caminho.

Passar pelo umbral do Santuário Original

Os últimos quilômetros até o Santuário Original foram uma experiência muito especial; aqui vão alguns flashes:

Alguém escreveu: “Finalmente, depois de seis dias de caminhada, chegamos ao final de nossa peregrinação. Decidimos caminhar em silêncio o último trecho de nossa peregrinação e também passar pelo umbral do Santuário Original conscientemente em silêncio. Esse foi um momento muito comovente. Como grupo, e também pessoalmente, nos sentimos acolhidos e calidamente recebidos por Maria. Foi realmente como chegar ao lar, onde a mãe estava nos esperando. Foi um desses momentos onde a gente precisa se beliscar para não chorar… Demonstramos isso cantando a música ‘Grande Deus, nós te louvamos’. Um momento muito comovente, inesquecível”.

R.B. descreveu assim os últimos quilômetros:

“Quando nos perguntaram quem levaria a Imagem da Santíssima Virgem até o Santuário Original, eu pedi para levar. Rapidamente entreguei a alguém um de meus bastões de trekking para poder levar a Imagem de nossa Mãe fortemente apertada em meus braços… Quando se pôde ver os primeiros edifícios, fui invadido por uma sensação de estar sozinho com a Santíssima Virgem no caminho de casa até a capelinha. O longo caminho, em alguns trechos bastante difíceis, chegava quase ao seu final; eu estava profundamente agradecido pela experiência de compartilhar meus pensamentos sozinho com a Santíssima Virgem, contemplando-a diretamente em seus olhos”.

Um peregrino descreveu assim sua experiência vivida à noite: “Quando cheguei ao Santuário Original, tive uma sensação: aqui, a Santíssima Virgem me pega em seus braços”.

Depois da peregrinação começa a peregrinação

No final do caminho, alguém disse: “Enquanto caminhávamos, eu pensei: esta é nossa última peregrinação?”.

Não, de jeito nenhum. E nisso todos estão de acordo. Depois da peregrinação, começa a peregrinação. “Eu não vou sair de férias”, opina o Sr. S. “Estou comprometido com uma missão”. E porque a missão de Schoenstatt está longe de ser cumprida, com certeza chegará a próxima peregrinação.

Nota da redação:

O Movimento de Schoenstatt da Alemanha assumiu como tema para sua preparação para o jubileu a razão da peregrinação e estimulou todos a peregrinarem partindo de diferentes lugares até o Santuário Original.

Original em espanhol – Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *