Posted On 2014-07-13 In Vida em Aliança

Uma rede de Santuários vivos, um tempo para forjar a unidade

ESPANHA, org. Em sua projeção pastoral para o mês de julho de 2014, o Diretor do Movimento de Schoenstatt da Espanha, Pe. Carlos Padilla, oferece à Família de Schoenstatt da Espanha, e a todos os leitores de nossa página schoenstatt.org, um impulso importante e atual a serviço da vida e da peregrinação jubilar – a exatamente 100 dias do 18 de outubro de 2014.  Seu ponto de partida é o presente jubilar da Família de Schoenstatt da Espanha: formar uma rede de santuários vivos, uma rede de vida, uma rede missionária.  No caminho a 2014, este mês é dedicado à unidade, como presente e condição do peregrinar.

Estamos construindo essa rede de Santuários vivos que queremos oferecer à Maria, em seu ano jubilar

Neste mês, queremos cultivar a unidade.  É uma graça, um dom do Espírito Santo, que expressa a unidade.  As cordas entrelaçadas umas às outras.  Uma unidade sólida e firme.  Um viver ancorado uns nos corações dos outros.  A unidade tem muito a ver com a missão que Maria nos entrega, a partir do Santuário.  O Padre Kentenich sonhou, desde o começo, com o ideal de formar um homem novo em uma nova comunidade.  Falava de forjar na terra uma comunidade ideal, uma verdadeira família: “A verdadeira felicidade consiste em procurar sempre criar um céu, um paraíso na terra, uma família de Deus” [1].  Por um lado, desde o começo, acentuou a importância de cuidar da própria originalidade, o mais autêntico de cada um.  E, ao mesmo tempo, respeitar as diferenças.  Não somos iguais.  Cada um tem sua missão, seu carisma, sua forma de ser, sua história.  Porém, precisamos uns dos outros.  Precisamos nos complementar e nos enriquecermos, uns aos outros.  O Pai não queria uniformidade, mas, sim, respeito à diversidade.  Trata-se de vencer as diferenças e as separações.  Temos mais coisas em comum do que diferenças.  Por isso, falava de comunhão.  Estar uns ancorados nos outros, respeitando o que seja diferente.  Minha forma de pensar, meus julgamentos, não são os únicos válidos.  O orgulho e o amor próprio não ajudam a forjar a comunhão.  Podemos impor nossos critérios, queremos ficar por cima, ter a última palavra.  Hoje, sonhamos em ser construtores da unidade.  Por isso, é preciso sermos mais humildes e mansos.

Aceitar as diferenças é um desafio

Às vezes, sentimos que possuímos a verdade absoluta e nos afastamos daqueles que têm outros pontos de vista.  Inclusive nossos hábitos, nossas aflições, nossos gostos, nossa história, podem levar a uma separação.  Unir significa criar laços para compreender aquele que não compartilha nossos pontos de vista.  A empatia é um dom pelo qual se precisa trabalhar.  Aprender a nos colocarmos no lugar do outro, antes de julgar e condenar.  Temos empatia quando compreendemos as razões que provocam comportamentos diferentes.  Temos empatia quando aceitamos a realidade que pode ser vista a partir de outro ângulo.  Um coração compreensivo, misericordioso é um coração que une.  Um coração pacífico que leva a paz onde haja conflito.  É mais fácil colocar lenha no fogo do que apagá-lo.  Nossas críticas podem ser essa lenha.  Nossos julgamentos nos condenam.  Nossos olhares e gestos.  Como somos construtores de uma verdadeira comunhão em nossa Família de Schoenstatt?  Como é importante rezar por aqueles que sentimos mais distantes, por aqueles por quem nos custa rezar, por aqueles que consideramos quase nossos inimigos!  Como ajuda pedir por aqueles que nos julgam e criticam, por aqueles que não gostam de nós!

Podemos voltar a começar e superar as divisões

Podemos perdoar e sermos perdoados, se houve feridas.  Há ocasiões em que nossa excessiva sensibilidade nos pesa.  Sentimo-nos feridos ou não levados em conta ou simplesmente não valorizados ou esquecidos.  Então, é difícil para nós perdoar as ofensas.  O Papa Francisco nos diz: “Aos qu “Aos que estão feridos por divisões históricas, é-lhes difícil aceitar que os exortemos a perdoar e a reconciliar.  Porém, pode-se ver o testemunho de comunidades autenticamente fraternas e reconciliadas, que sempre são uma luz que atrai.  Rezar por aquele com quem estamos irritados é um maravilhoso passo no amor, um ato evangelizador”. Um ano jubilar é um ano de graças, um ano de perdão, um ano em que são perdoadas todas as nossas dívidas.  O perdão de Deus nos chega do alto como um dom.  Gostaríamos de perdoar com mais simplicidade.  Sem levar em conta as ofensas, esquecendo, construindo a partir da ferida que nos acompanhará sempre.  Porém, nem por isso esquecemos o perdão.  É preciso ter laços, reconciliarmo-nos.  É importante acolher em nosso coração aquele que se afastou.  Maria unia os que estavam distantes, os que estavam feridos.  É nossa missão.  Unir sem impor, perdoar sem fechar a cara, aceitar os outros sem querer mudá-los.  Schoenstatt é família e, como tal, tem uma missão clara nesse ponto.  Geramos unidade na Igreja a partir de nossa própria unidade.  É um grande desafio.  Queremos formar uma família unida em torno de Maria.

Original em espanhol. Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil


[1] J. Kentenich, Las fuentes de la alegría

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