CHILE, Mario Jara. Uma das últimas cadeiras da Igreja é ocupada pelo Papa. Assim pode-se ver pela foto. Ele está celebrando uma missa muito peculiar: os participantes são os jardineiros e o pessoal de limpeza do Vaticano. Em um momento da celebração, o Papa pede a todos que se levantem, um de cada vez, e façam o pedido que está no coração. No mesmo instante, ele se levanta de sua cadeira que está à frente e vai para uma das últimas cadeiras para fazer sua própria oração. O que se pode concluir é que esse chefe preferiu que todos se focassem para enxergar, bem de frente, a verdadeira razão de sua existência – esse Cristo crucificado que está ali presente – e não vejam a ele, seu chefe que, enfim, é um homem que tem falado e falará e a quem hoje todos chamamos de Papa Francisco.
A diferença entre chefe e líder
Aquela famosa diferença entre chefe e líder está clara nesta foto. O chefe sempre quer aparecer mais que os outros, colocando-se na frente de todos, para que as pessoas o vejam e lhe obedeçam; o líder, porém, sabe quando deve ir sentar-se atrás; não coloca dificuldades, acompanha; facilita o caminho para que os outros consigam atingir seus propósitos; o líder é capaz de fazer-se invisível no momento certo, para que seus companheiros cresçam e enfoquem no que é de fato importante. O líder não tem medo de perder seu cargo, porque sabe que, acima de “seu posto”, ele precisa mesmo ajudar aos outros a encontrarem seu caminho.
O admirável Francisco está de costas, na foto. Ele sabe que muitos querem vê-lo de frente; mas, nesse instante tão íntimo, ele prefere ficar de costas para os fotógrafos e olhar para o Deus de todos, Amor para o jardineiro e Amor para o Papa, esse Deus que não faz diferencia abraços, nem dá mais para um ou para o outro – ambos são pecadores e ambos precisam d’Ele.
Para me dedicar pelo resto de minha vida
Quantos chefes teriam a capacidade de irem sentar-se na cadeira do fundo? Quando, como mães e pais, teremos que ‘celebrar’ essa cerimonia chamada vida com nossos filhos e, no momento oportuno, irmos nos sentar atrás, para que eles fiquem de frente à missão de cada um? Como podemos retribuir ao Papa Francisco em aplauso, em ruído dos ‘clicks’, em elogios, para oferecer-lhe a face, em um momento íntimo dessa oração profunda que nosso coração faz, despido de orgulho, a um Deus que, com todo fervor, deseja nos escutar? Essa imagem do Papa fica gravada em mim e espero que hoje essa injeção me sirva para dedicar o resto da minha vida.
Minha reflexão
SANTO PAPA… Rezo pela felicidade de sua missão, hoje mais do que nunca necessária frente ao ataque complicado e às atitudes lascivas do próprio ser humano.
Sua humildade, pequenez e condutas, neste breve período, têm estremecido meu espírito, mostrando-me que os líderes espirituais, com certeza, ainda existem.
Tu me trouxeste de volta a fé e a confiança heroica na Igreja, debilitada e escarnecida por seus próprios sacerdotes, produtos dos abusos e ocultismos por todos conhecidos.
Um paroquiano emocionado.
Enviado por Carmem M. Rogers
Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil