Posted On 2012-03-10 In Vida em Aliança

50 anos da presença do Movimento Apostólico de Schoenstatt na Escócia (1962 -2012)

ESCÓCIA, Pe. Michael Savage. Certo estou de que cada um de nós, e certamente cada família, tem, no álbum de família ou em uma caixa de sapatos, uma fotografia pela qual nutre um carinho todo especial. Talvez essa não tenha sido bem tirada, esteja manchada ou haja sido excessivamente exposta à luz; não obstante, é algo de singular, devido ao que retrata: um acontecimento singular na vida de uma família; a primeira fotografia de um recém-nascido; talvez a única fotografia de uma avó querida, de uma festa especial. E eis aqui uma fotografia como essas; ela pertence ao álbum de família da nossa Família de Schoenstatt escocesa; como já supramencionei, esta fotografia encontra-se um tanto manchada; e dado haver sido tirada no verão sul-africano, o contraste é alto, e as cores estão um tanto desbotadas. Lamenta-se que a fotografia não esteja em melhores condições; mas é o que ocorre amiúde com fotografias que têm grande significado para nós. Esta fotografia foi tirada na Festa dos Santos Inocentes, em 1961. Mostra um evento que é o motivo por que estamos hoje sentados aqui no Santuário de Schoenstatt da Escócia – com o centro de formação bem defronte do estacionamento. Se olharmos mais atentamente, verificamos de que se trata de uma fotografia da despedida da Irmã Xavera da Casa do Movimento da Cidade do Cabo, antes da viagem para o porto para apanhar o navio para a Grã-Bretanha, e de lá para Glasgow. Muitos na Escócia não tinham a menor ideia do turbilhão que iria atingi-los e que faria que suas vidas nunca mais fossem as mesmas.

A Ir. Xavera ingressou no Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt nos inícios da década de quarenta, em um período assaz crítico para o Movimento, pois o Padre Kentenich havia sido aprisionado pela Gestapo. Ela pertencia a uma geração de irmãs que viveu bem de perto os perigos da vida da fé, não somente em face das forças hostis, senão outrossim assassinas; essas forças pretendiam subjugar o espírito humano e aniquilar a fé em Deus, substituindo-a por uma imagem deturpada do homem. O Padre Kentenich tinha uma sensibilidade iniludível pela Divina Providência, por outra, que Deus nos conduz e instrui mediante os acontecimentos mundiais. Desde a fundação do Movimento, ocorrida em 1914, acreditava que Schoenstatt havia sido fundado como uma resposta às necessidades de nosso tempo. Sob o título de Mãe Três Vezes Admirável, Nossa Senhora, a partir do Santuário, chama pessoas para colaborar na formação do novo tipo de homem.

Sim, pode-se!

Hoje é fácil dizê-lo. Porém, quando se defronta forças como o nazismo, palavras pias e belas teorias vão prestamente por terra abaixo. O Padre Kentenich viu que esse seria o momento em que sua fé na Divina Providência iria ser colocada à prova até o limite; porém, confiava que Maria Santíssima, que os havia conduzido até então, iria cuidar de que atingissem seu objetivo, caso depositassem, de fato, tudo nas mãos da MTA. A história diz-nos que o Padre Kentenich sobreviveu ao encarceramento pela polícia secreta e, posteriormente, por vários anos em Dachau e que sua comunidade, inclusive a Irmã Xavera, o seguia passo a passo, em espírito e verdade. Isto gerou uma inabalável convicção: “Sim, pode-se!”. Era a certeza inabalável de que o Santuário é o trono de graças de Nossa Senhora; e a Irmã Xavera, ao dirigir-se para a Escócia, sentia que Maria Santíssima queria também operar aqui os mesmos prodígios de graças, independentemente nosso querer!

Um pedaço da Renânia na Escócia?

É de referir ainda que aqui, na Escócia, nos compraz que nossos santos já tenham há muito morrido e as mudanças que introduziram façam parte da rotina do cotidiano de nossa fé. Francisco, Bento, Inácio de Loyola são grandes personalidades; porém, o que tínhamos na pessoa da Irmã Xavera, era um espírito análogo, vivendo em nosso próprio tempo; e levou algum tempo para acostumarmo-nos a seu modo e força espiritual.

Volvidos alguns anos, obteve auxílio das Irmãs Vicentinas; seu trabalho consistia em dar assistência aos expatriados alemães que haviam permanecido na Grã-Bretanha, finda a guerra. Esse foi seu trabalho diário, a pedido dos bispos alemães. É óbvio que quando ela chegou, trouxe consigo a espiritualidade schoenstattiana, visando construir um Santuário aqui, na Escócia.

Somos nós quem terá de almejar a construção do Santuário

As pessoas não compreendiam que éramos nós quem teria de almejar a construção do Santuário. Tivemos de tomar a iniciativa e aprender o que significava construir primeiramente o Santuário em nós mesmos. Tínhamos de imitar o primeiro grupo de jovens e convidar Maria Santíssima a estabelecer-se aqui e provar-lhe nossas intenções mediante a oração, sacrifício e autoeducação para sermos caráteres firmes, livres e presbiterais. Na verdade, isso exige muito, mas aqui, na Escócia, apesar de nossos defeitos, muitos o lograram.

No dia 3 de março, a Santa Missa “Rumo a 2014” foi celebrada em aliança com a Escócia.

 

 

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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