Rumo a 2014 – Procurando vestígios do Fundador em Ennabeuren, espessamente coberta de neve

ALEMANHA, Roswitha e Hubert Schadt. “Mas afinal onde estamos nós?” assim pergunta um casal que havia chegado a uma cidade espessamente coberta de neve, situada no planalto do Alb suábio, onde até as próprias placas de sinalização se encontravam ilegíveis. “Os senhores estão em Ennabeuren. Pretendem ir ao encontro das famílias?”, responde a jovem senhora a quem o referido casal se havia dirigido. Era exatamente esse o motivo que levou este casal a deslocar-se a essa cidade, pois o grupo de dirigentes da Liga das Famílias da Diocese de Rottenburg-Stuttgart se reuniu no sábado 20 de fevereiro derradeiro, no âmbito de seu encontro de primavera, em Ennabeuren, Alemanha, para procurar vestígios do Fundador, em vista de 2014. E a este encontro compareceram dez famílias.

Volvidos poucos dias da Conferência 2014, já se havia inflamado no grupo de dirigentes das famílias: É isso! A Aliança de Amor , “a essência do ser de nossa Família”, “este ato de fé silencioso do Pe. Kentenich e de um pequeno grupo de congregados – o acontecimento da fundação de 18 de outubro de 1914 no Santuário Original”; isto é que move e motiva centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro; e é isso que elas pretendem celebrar. Celebraremos conjuntamente este grande evento? Sem dúvida alguma! Porém temos de iniciar agora nossa peregrinação rumo a 2014; depois, temos de conhecer mais de perto o Pe. Kentenich, pois sem ele não iremos compreender o dia 18 de outubro de 1914. E assim se inicia uma peregrinação em busca de vestígios do Fundador na diocese, peregrinação essa que neste 20 de fevereiro os conduz a Ennabeuren.

A presença das Irmãs de Maria em Ennabeuren desde 1927

Transcorrida uma cordial saudação de boas-vindas às famílias participantes e de um segundo café da manha, a Ir. M. Andita deu a conferência introdutória. Antes de mais, foi necessário dirigir o olhar para o período em que o Pe. Kentenich se deteve aqui por mais tempo, por outra, para as semanas do fim da guerra, em 1945: os últimos dias da guerra, a capitulação, a trajetória do Pe. Kentenich de Dachau para Ennabeuren…

E por que justamente Ennabeuren? Desde 1927 as Irmãs de Maria têm uma casa em Ennabeuren, onde em outubro desse mesmo ano havia permanecido pela primeira vez o Pe. Kentenich. Por isso visitava quase anualmente o jovem pároco local, Pe. José Kulmus , um sacerdote de Schoenstatt, as irmãs e igualmente demais sacerdotes de Schoenstatt de Alb suábio. Para estas visitas a distância não representava para ele obstáculo algum. Prestava seus préstimos com toda a humildade, servindo a cada um que dele necessitava, pretendendo ao mesmo tempo anunciar o reino da MTA.

Anunciador da inabalável confiança em Deus nos distúrbios da guerra

Depois de sua libertação do Campo de Concentração de Dachau, ocorrida em 6 de abril de 1945, passou por Munique, Freising e Ulm, fisica e espiritualmente fortalecido, com destino a Ennerbeuren. O Pe. Kentenich pretendia, a bem dizer, ir de imediato para Schoenstatt; porém, devido a circunstâncias externas nas últimas semanas da guerra, não lho foi permitido fazer. Assim, permaneceu quatro semanas em Ennabeuren, até 18 de maio de 1945, onde assistiu ao cerco da cidade por parte dos americanos e ao fim da guerra.

Neste período celebrou aqui diariamente uma Santa Missa e fez uma alocução; encorajou as pessoas desesperadas pelos acontecimentos da guerra, visitando-as outrossim em seus lares. “Vim para fazer a vontade de Deus e servir o próximo”, dizia ele ao mesmo tempo de si mesmo. O Pe. Kentenich queria que em todas as incompreensibilidades da vida as pessoas reconhecessem que à retaguarda de tal incompreensibilidade se encontra um Deus Pai que ama e que elas fizessem a experiência de um encontro com esse Deus de amor. E as pessoas acreditavam na palavras dele, uma vez haver ele próprio sofrido penosissimamente, e, não obstante, com uma fé inabalável em Deus.

Descobrindo testemunhos de sua confiança em Deus e de sua fé na Divina Providência

Foi um desejo de todos os casais presentes de aproximarem-se mais do Fundador – talvez em uma palavra por ele outrora proferida ou em um encontro desse período. Por isso, como trabalho de grupo, a Ir. Andita havia preparado a coleção de alocuções dadas nessa ocasião, assim quanto uma procura de vestígios de sua presença em Ennabeuren. Assim, cada um dos três grupos debruçou-se por sobre uma passagem do texto cabida a cada um dos grupos e destacou a ideia essencial. As ideias essenciais refletem a espiritualidade do Pe. Kentenich:

• Fazermos à noite uma avaliação do dia findo a respeito das situações em que Deus ao longo do dia efetuou seu encontro conosco e nos demonstrou seu amor.
• Vermos o amor e o cuidado paternal de Deus à retaguarda de todas as coisas;e considerarmos e admirarmos as disposições de Deus.

Em busca de vestígios do Pai em Ennabeuren

Na procura de vestígios do Pai em Ennabeuren, as famílias utilizaram o mesmo caminho que o Pe. Kentenich havia amiúde percorrido. Este caminho conduz à igreja paroquial, dedicada em 1935; da parede da torre um grafito de São Miguel Arcanjo saúda com os dizeres: “Quem é como Deus?” Uma exortação contra o perigo nacional-socialista de então. Em seguida, o caminho leva à denominada ” cela do Pai”, dois quartos de dimensões demasiado pequenas – com instalações muito modestas, sem aquecimento – no subtérreo do anexo da sacristia. Em um desses quartos morou o Pe. Kentenich; e no outro, o capelão Heinz Dresbach, que veio juntamente com ele de Dachau para Ennabeuren. Aliás, este vestígio do Fundador ainda tocou alguém que viveu sua Aliança de Amor em toda a fidelidade e fecundidade nas pegadas do Fundador: o Servo de Deus João Pozzobon, o iniciador da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, que, em 1979, passou aqui uma noite em oração.

Três vezes por dia, o Pe. Kentenich subia a escada íngreme que o conduzia à sacristia para celebrar a Santa Missa ou rezar na igreja. Na própria igreja sobressai a parede do coro , mantida em cor castanha, com a cena da crucifixão. O tom da cor castanha recorda igualmente o perigo nacional-socialista de então e seu desfecho desditoso.

E para encerrar a procura de vestígios do Pai nesta cidade, as famílias visitaram a capela de Nossa Senhora que , sob o Paro. Kulmus, foi instituída como Santuário de Schoenstatt, tendo entretanto um altar original. Aqui as famílias apresentaram suas preces à MTA. O Pe. Kentenich visitou amiúde esta capela fazendo outrossim aqui algumas das alocuções da coleção já supramencionada.

A colheita do dia

O dia ocorrido em Ennabeuren, em vista de encontrar vestígios do Pe. Kentenich, foi para todos uma profunda vivência com o nosso Pai Fundador, de que testemunham os seguintes comentários:

• Para ele cada pessoa era importante, valiosa, pois estava inteiramente voltado para ela.
• O Pe. Kentenich foi um cura de almas no mais verdadeiro sentido da palavra.
• Era uma alma que amava, sustentado pelo amor de Deus e inteiramente convicto desse amor de Deus pelos homens.
• Tinha uma confiança inabalável em Deus e vivia convictamente a fé prática na Divina Providência.
• Foi comovente estar onde o Pe. Kentenich viveu e rezou num período difícil de sua vida.
• O serviço abnegado do Pe. Kentenich prestado ao próximo é inacreditável.
• É de importância visitar os lugares onde ele permaneceu para seguir suas pegadas, e não apenas escutar algo referente a sua pessoa; pois o que faz a diferença é percorrer os mesmos caminhos que ele percorreu.
• Podemos deveras dizer: O caminho do Pai é o nosso caminho. E até 2014 este caminho será sempre mais o nosso caminho.