JUVENTUD, P. Claudio Martínez/mda. Através da Cordilheira dos Andes, centenas de jovens unirão Argentina e Chile em um percurso de 400 quilômetros, durante 15 dias. No próximo dia 16 de janeiro, iniciam uma nova versão dessa cruzada cujo sentido é ser um sinal de unidade internacional, de renovação pessoal e de fé – no sentido da mensagem do Papa Francisco – integrada por membros de oito países.
É chamada “Cruzada de Maria”. Trata-se da iniciativa de cerca de 200 jovens de oito países: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, México, Equador, Alemanha e Chile, que, durante 15 dias, percorrem 400 km., cruzando a cordilheira dos Andes pelo caminho Los Libertadores, seguindo a rota do Exército Libertador. Saem dia 16 de janeiro de Mendonza/Argentina, para chegar no dia 1o de fevereiro em Santiago do Chile, passando por lugares emblemáticos, como o Cristo Redentor, na fronteira entre Chile e Argentina, o Santuário de Santa Teresa dos Andes e o Templo Votivo de Maipú.
O que parece ser uma aventura esportiva, para os participantes é muito mais. É uma peregrinação, uma marcha de fé jovem e entusiasta, uma loucura de amor a Deus e à vida, sem medo do esforço, como um sinal de unidade internacional, entregando o coração com alegria, buscando um encontro pessoal com Deus em meio à montanha, o que provoca importantes mudanças pessoais. Em edições anteriores da Cruzada, durante esses dias de caminhada, muitos jovens decidiram sua vocação e se animaram para trabalhar mais fortemente pelo bem de seus respectivos países.
Presente da Europa: Tocha da fé
Essa peregrinação foi realizada pela primeira vez em 1999. Essa sexta edição espera ser a mais concorrida e se realizará tendo como foco a celebração dos 100 anos da fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt, cuja Juventude Masculina é protagonista dessa “Cruzada de Maria”. Entre os símbolos que levam consigo como sinal de sua unidade internacional e seu compromisso – bandeiras nacionais, cruz da peregrinação, imagens da Virgem – desta vez tem também uma tocha, presente dos jovens europeus que em outubro realizam uma corrida partindo de Pompéia/Itália até Schoenstatt/Alemanha, no mesmo espirito de levar o “fogo da fé” pelas ruas do mundo.
Protagonistas da mudança
Cada jornada começa às 4 horas da manhã; eles tomam o café da manhã, rezam e se preparam para partir antes do amanhecer, caminhando durante 7 horas, com paradas de 10 a 15 minutos, a cada hora, para descansar.
A primeira hora de caminhada é feita em silêncio; depois cantam e rezam o terço. As conversas entre os jovens dos diversos países vão forjando amizades que perduram.
Dorme-se embaixo de pontes, em encostas de colinas, às margens de riachos, muitas vezes sob intempéries, ou em regimentos e escolas. O almoço de cada dia é simples: um ovo duro, um tomate, uma batata cozida, um pão e uma fruta. Depois, à tarde, eles descansam. Os mais animados jogam futebol ou fazem reuniões temáticas. Antes do jantar, é celebrada a missa; a comida então é um prato de macarrão, de feijão ou de lentilha, que ajuda a dar energia. A jornada termina com a oração da noite; depois, eles dormem sob o céu estrelado da cordilheira.
Os jovens que cruzam a Cordilheira contam o apoio e as orações de centenas de pessoas que se deixam interpelar pela ousadia desses rapazes que têm coragem mostrar sua “alegria pelo Evangelho”, como diria o Papa Francisco, que tem chamado os jovens a serem “protagonistas da mudança” e que ajudem a construir “uma Igreja mais bonita e um mundo melhor”.
Original em espanhol. Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil
