mkf. “Vejo negro o futuro de Schoenstatt”, assim considera um dos fiéis participantes da Santa Missa deste domingo de outono soalheiro, 4 de setembro, celebrada em Schoenstatt. Sua face radiante afigura desmentir suas palavras, ao referir-se às jovens faces negras que se encontram tanto no presbitério quanto nos primeiros bancos da Igreja dos Peregrinos de Schoenstatt: jovens presbíteros e seminaristas da comunidade dos Padres de Schoenstatt da Nigéria, Burundi e Congo; jovens Irmãs de Maria do Quênia, o coral das “Daugthers of Divine Love” da Nigéria e o Choeur des Tropiques do Camarões, um número bem considerável de jovens e casais outrossim jovens com seus filhinhos… Isto é uma Igreja, jovem e viva, o futuro da Igreja.
Com sua alegria vital, mediante tambores, danças, palmas e expressões de profunda fé, deram seu contributo “para que neste domingo vivenciássemos aqui, em Schoenstatt, a universalidade da Igreja”, tal como disse na homilia o Bispo Auxiliar de Trier, D. Jörg-Michael Peters. Este acentuou “que o acontecimento ocorrido, aqui, hoje de manhã, não é assunto particular de alguns poucos”, senão ” um acontecimento sumamente necessário tanto para o povo de Deus quanto para a Igreja, como totalidade”.
Ser sacerdote a exemplo do Pe. Kentenich
A pedido da comunidade dos Padres de Schoenstatt, D. Peters presidiu, neste dia, a ordenação diaconal de quatro seminaristas da Nigéria: Paschal Ndubeuze Agor, José Chikwe Anyanu, Stanley Chibuike Ekwugha e Nicodemos Chigozie Okenawa. Juntamente com vinte presbíteros e seminaristas da Índia, de Burundi, da Nigéria e do Congo, estes quatro diáconos nigerianos permanecerão em Schoenstatt por um período de três meses para uma intensiva formação espiritual que irá dotá-los para seu ministério presbiteral a serviço da Igreja local de seus respectivos países e no Movimento Apostólico de Schoenstatt. Na Nigéria encontram-se atualmente 30 candidatos na formação para o presbiterado; e, atualmente, o Instituto dos Padres de Schoenstatt conta com 300 sacerdotes, mais de 200 noviços e seminaristas a caminho da ordenação presbiteral, espalhados pelo mundo inteiro. Só na Índia, encontram-se atualmente 70 jovens no noviciado. Noviços da Alemanha, da Suíça e da Polônia que atualmente fazem seu noviciado em Schoenstatt, seminaristas e Padres de Schoenstatt provenientes de vários países ocuparam os primeiros bancos da Igreja dos Peregrinos – imagens que fazem recordar as grandes festividades e jornadas do Ano Sacerdotal, assim como o jubileu da ordenação presbiteral do Pe. Kentenich, que ocorreram este ano tanto em Schoenstatt quanto em tantos outros lugares, e que ainda ocorrem, como sucedeu nesta semana, em Buenos Aires, Argentina.
Dado que a Igreja e a paróquia nunca se podem “fazer” por si mesmas
Nesta Santa Missa, celebrada em alemão e inglês, com cânticos em inglês, alemão, francês, latim, ibo e bamiléké, D. Peters acentuou a relevância da ordenação diaconal e presbiteral para todo o povo de Deus: “Mediante nosso testemunho, a Boa-Nova do Evangelho deve patentear sua força de veracidade e de irradiação, a fim de que homens de todos os tempos encontrem o acesso à fé. Porém, dado que a Igreja e a paróquia nunca se podem “fazer” por si mesmas”, há mister de vivos portadores deste serviço de testemunho, dotados com a força do Santo Espírito, para anunciar a Boa-Nova do Evangelho, confirmá-la mediante o serviço prestado ao próximo e, por fim, ministrar os sacramentos. Esta faculdade, na força do Santo Espírito, dá-se no sacramento da Ordem; e isto é o que Deus quer operar agora, aqui, nestes quatro homens que se encontram em nosso meio; eis pois a razão de estarmos aqui reunidos.”
Maria Santíssima é a medida para a nossa conduta
Do encontro tido com os quatro seminaristas, ocorrido na segunda-feira derradeira, em Trier, D. Jörg-Michael Peters citou alguns testemunhos que o haviam profundamente tocado:
“Quero ser instrumento na Casa de Deus – servo ao serviço de Deus na pessoa de todos nós e aberto à sua vontade, assim quanto às exigências de nosso tempo.”
Ou como outro disse: “Quero ver, em atitude mariana, o ministério a mim transmitido, e nela, Portadora do Verbo feito carne, ver o modelo da medida para a minha conduta, e, assim, ser um servo de Deus e da humanidade”.
Ou então: “Quero esforçar-me pela santidade tendo como modelo o próprio Cristo em minha vida e, a partir desta atitude, celebrar os santos sacramentos, com os fiéis.”
Servir a Cristo em sua Igreja
D.Peters saudou outrossim todos os que participaram da cerimônia da ordenação, mediante a transmissão ao vivo, via Internet, desta Santa Missa, sobretudo os que se encontravam em África.
Outrossim este mostra que a cerimônia da ordenação diaconal não é algo privado, por outra, não é ” a distinção de alguns poucos de nosso meio.
Pelo contrário, é a cerimônia da missão, da entrega ao serviço de homens vivos e aceitação deste serviço, para servir com disponibilidade ao Senhor em sua Igreja nesta nossa concreta situação eclesial, para assim serem testemunhas de uma magnificência, estarem juntos dos homens em suas necessidades e sofrimentos e um dia atravessarem o umbral da morte. Em uma época, em que carreira, rendimento e êxito são de grande importância para os homens, estes quatro homens têm a firme vontade de se deixar conduzir pela imagem deste Jesus humilde, que é Senhor Nosso.”
E ele desejou-lhes um diaconato copiosamente abençoado por Deus.
Rito da consagração
A seguir, chegou então o momento tão esperado. O Pe. Fred Kistler, Reitor do Seminário de Ibadan, e que acompanha estes quatro candidatos ao diaconato ao longo de sua caminhada até a este momento presente, apresenta-os ao bispo, que, por sua vez, chama-os a cada um pelo seu respectivo nome, e este responde em alto e bom tom: Presente. É o rito que se realiza em cada ordenação diaconal e presbiteral e que toca sempre profundamente aquele que é testemunha deste momento tão sagrado. Os quatro jovens adultos encontram-se prostrados no chão, enquanto o coral das Irmãs da Nigéria entoa a ladainha de todos os santos, em latim – língua da Igreja universal. Segue-se a imposição das mãos, a colocação da estola e da dalmática, a entrega do Evangeliário e o ósculo da paz: mediante o rito da consagração, rico em palavras e gestos, estes quatro jovens adultos tornam-se diáconos, consagrados ao serviço de Cristo e dos homens. Trocam de lugar, entram no presbitério, preparam o altar para o ofertório, e um deles, Nicodemos Chigozie Okenawa, permanece ao lado bispo até o final da Santa Missa. Magnífico e carinhoso aplauso irrompe na assembleia dos fiéis quando, no término da Santa Missa, ele entoa, em alemão, o “Ide em paz!”
Em Aliança de Amor
Ao renovarem, no final da Santa Missa, sua Aliança de Amor, selada com Maria Santíssima, os quatro diáconos colocaram seu ministério diaconal, assim quanto a caminhada rumo ao presbiterado, sob especial proteção de Maria Santíssima – cantando, como não poderia deixar de ser!
Pois na vida coisas há, segundo o dizer de um deles, que são tão profundas e preciosas que não podem ser expressas por palavras, senão apenas mediante o cântico.
