Posted On 2014-03-05 In Francisco - Mensagem

A tonalidade da vida cristã

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

SEMANA 10/2014

Apresento-me na porta de vossa casa….

Abertura da Carta às Famílias

A vida cristã não é uma vantagem comercial, simplesmente seguir Jesus… É como Ele diz: ‘Sim, vocês deixaram tudo e receberão aqui, na terra, muitas coisas: porém, com perseguição!’.  Como uma salada com o azeite da perseguição: sempre!  Isto é o que o cristão ganha e este é o caminho de quem quer seguir Jesus, porque é o caminho que Ele percorreu: Ele foi perseguido!  É o caminho da humilhação.  Aquilo que Paulo diz aos Filipenses: ‘Se humilhou.  Se fez homem e se humilhou até a morte, e morte de cruz’.  Esta é exatamente a tonalidade da vida cristã.  Assim também nas Bem-aventuranças, quando Jesus diz: ‘Bem-aventurados sois quando vos injuriarem, vos perseguirem por minha causa’; a perseguição é uma das Bem-aventuranças. Imediatamente depois da vinda do Espírito Santo, os discípulos começaram a pregar e começaram as perseguições: Pedro foi preso, Estevão foi assassinado e, depois, tantos outros discípulos até os dias de hoje.  A Cruz está sempre no caminho cristão! Na Igreja, na comunidade cristã, nós temos muitos irmãos, muitas irmãs, muitas mães, muitos pais; mas também temos a perseguição.  Porque o mundo não aceita, não tolera a divindade de Cristo.  Não aceita o anúncio do Evangelho.  Não aceita as Bem-aventuranças.  E assim começam as perseguições: com a palavra, as calúnias, as coisas que diziam dos cristãos nos primeiros séculos, as difamações, a prisão…  Nós nos esquecemos facilmente.  Pensemos em tantos cristãos, há 60 anos, nos campos, nas prisões dos nazistas, dos comunidades: quantos!  Por serem cristãos!  Hoje também.. ‘Mas hoje temos mais cultura e essas coisas não acontecem!’ Acontecem sim!  E eu lhes digo que, atualmente, existem mais mártires que nos primeiros tempos da Igreja.

Santa Marta, 4.3

No Evangelho de Lucas, vemos Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levarem o Menino ao templo para oferecê-lo ao Senhor. Duas pessoas idosas, Simeão e Ana, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2,22-38).  Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque finalmente tinha ‘visto’ a salvação; Ana, apesar de sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino.  É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus.  Verdadeiramente, Jesus faz com que as gerações se encontrem e se unam!  Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza.  No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade… Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão da vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.

Carta às famílias (publicada em 25 de fevereiro)

Atualmente, pela economia que se tem implantado no mundo, no centro da qual está o deus do dinheiro e não a pessoa humana, todo o resto é ordenado e o que não cabe nessa ordem é descartado. São descartadas as crianças que sobram, que incomodam ou que não convém que nasçam.  Recentemente, os bispos espanhóis me informavam sobre o número de abortos – eu fiquei paralisado.  Eles têm o censo com esses números.  Descartam-se os velhos, precisam ser descartados.  Em alguns países da América Latina, é praticada a eutanásia disfarçada, existe a eutanásia camuflada, porque os planos de saúde pagam até certo valor, nada além – e então, os pobres velhinhos… como são capazes de fazerem isso.  Lembro-me de ter visitado um lar cheio de idosos em Buenos Aires; esse lar pertence ao Estado; todas as camas estavam ocupadas; então, como não havia mais camas, colocavam colchões no chão e deixavam os velhinhos ali.  Um país não pode comprar uma cama?  Isso indica outra coisa, concordam?  Porém, são material descartável.  Lençóis sujos, todo tipo de sujeira; não havia guardanapos… e os velhinhos comiam ali; limpavam a boca com o lençol.  Isso eu mesmo vi, não foi ninguém que me contou.  São material descartável…

Discurso aos membros da Pontifícia Comissão para a América Latina

Se dermos a Deus um lugar que cabe a ele, ou seja o primeiro lugar, então o seu amor nos levará a compartilhar também as riquezas, a colocá-las a serviço de projetos de solidariedade e de desenvolvimento, como demonstram tantos exemplos, inclusive recentes, na história da Igreja.  E, assim  a providência de Deus se realiza através do nosso serviço aos outros, do nosso compartilhar com os outros. Se cada um de nós não acumular riquezas só para si, mas as puser a serviço dos outros, a Providência de Deus se tornará visível como gesto de solidariedade. E quando alguém acumula só para si, o que lhe acontecerá? Quando ele for chamado por Deus, não poderá levar as riquezas com ele. Porque vocês sabem: o sudário não tem bolsos! É melhor compartilhar, porque nós levamos para o céu só o que compartilhamos com os outros.

O caminho que Jesus indica pode parecer pouco realista diante da mentalidade comum e dos problemas da crise econômica. Mas, se pensarmos bem, é ele que nos leva à escala justa de valores. Ele diz: “Não vale mais a vida do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?” (Mt 6, 25). Para que ninguém fique sem pão, sem água, sem vestes, sem casa, sem trabalho, sem saúde, é necessário que todos nos reconheçamos filhos do Pai que está no céu e, portanto, irmãos entre nós, e nos comportemos em coerência. Eu recordei, na Mensagem da Paz do dia 1º de janeiro: o caminho para a paz é a fraternidade. Caminhar juntos, compartilhar as coisas.

Angelus, 02/03

O momento atual, no qual as medidas da fé são cada vez mais escassas e não faltam dificuldades para serem transmitidas, exige colocar vossas Igrejas em um verdadeiro estado de missão permanente, para chamar aqueles que se afastaram e fortalecer a fé, especialmente as crianças.  Para isso, não deixeis de prestar atenção especial ao processo de iniciação da vida cristã.  A fé não é uma mera herança cultural, mas um presente, um dom que nasce do encontro pessoal com Jesus e da aceitação livre e alegre de uma vida nova que nos é oferecida.  Isso requer anúncio incessante e animação constante, para que crente seja coerente com sua condição de filho de Deus, graça que recebeu no Batismo.  Despertar e animar uma fé sincera favorece a preparação ao matrimônio e ao acompanhamento das famílias, cuja vocação é ser um lugar nativo de convivência no amor, célula originária da sociedade, transmissora de vida e igreja domestica onde se forja e se vive a fé.  Uma família evangelizada é um valioso agente de evangelização, especialmente irradiando as maravilhas que Deus realiza nela.  Além disso, por sua própria natureza de generosidade, promoverá o nascimento de vocações ao seguimento de Jesus no sacerdócio ou na vida consagrada.

Aos bispos espanhóis, 03/03/2014.

Quantos jovens sentem em seu coração este ‘chamado’ para aproximar-se de Jesus e ficam emocionados, não se envergonham de ajoelhar-se diante d’Ele, de demonstrar publicamente a sua fé em Jesus Cristo e querem segui-Lo; porém, quando o coração deles se enche de outras coisas, não são suficientemente valentes para continuar, recuam, e aquela alegria se converte em tristeza.  Hoje também, existem muitos jovens que têm vocação; porém, às vezes, existe algo que os detém: precisamos rezar para que o coração desses jovens possa esvaziar-se, esvaziar-se de outros interesses, outros amores, para que o coração volte a ser livre.  E esta é a oração pelas vocações: “Senhor, envia-nos; envia-nos freiras, envia-nos sacerdotes; defende-os da idolatria, da idolatria da vaidade, da idolatria da soberba, da idolatria do poder, da idolatria do dinheiro”.  E nossa oração é para preparar esses corações para que possam continuar perto de Jesus.

Santa Marta, 03/03/2014.

A sociedade de hoje tem uma grande necessidade de um estilo de vida que reflita a novidade que nos deixou o Senhor Jesus: irmãos que se gostam, apesar das diferenças… Esse testemunho faz nascer o desejo de nos envolvermos na grande parábola de comunhão, que é a Igreja.

Aos bispos amigos do Movimento de Focolares, 27/02/214.

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O objetivo da peregrinação
é a renovação da Aliança de Amor
em sua força formadora e missionária;
a que se manifestará – internamente em Schoenstatt -,
a renovação da Família
e – externamente – na formação da uma Cultura de Aliança.

Documento de Trabalho 2014

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