Posted On 2018-04-21 In Projetos, Schoenstatt em saída

Construindo o meu Santuário-Trabalho

COSTA RICA, por Rudolf Sauter e Fabian González •

Um dos projectos mais ambiciosos que podemos ter, como empresários e executivos, é levar Deus, com a Mater, aos nossos locais de trabalho. Existem uma quantidade de limitações que nos impedem, abertamente, de manifestar a nossa fé nos locais de trabalho sem afectar os outros trabalhadores que professam outras confissões religiosas, ou, porque não lhes parece bem misturar o trabalho com a religião. A Comunidade Internacional de Empresários e Executivos Schoenstatteanos (CIEES) da Costa Rica propôs-se desenvolver ferramentas para poder levar uma espiritualidade schoenstatteana, por intermédio da incorporação de um Santuário-Trabalho.—

 

Na última conferência de Março realizada nos escritórios corporativos de Álvaro Castro, reuniu-se um grupo de empresários e executivos, membros activos e não activos da CIEES, para a apresentação desta conferência unida a um valioso testemunho. Isto é o que nos conta Álvaro Castro sobre a sua conferência e experiência vivida.

“O meu Santuário – Trabalho nasceu como uma necessidade vital. Era o ano de 2014, a minha mulher e eu próprio tínhamos consagrado o nosso Santuário – Lar há pouco tempo, na nossa casa de S. José, Costa Rica. De imediato, diria inclusivamente, antes da bênção, tínhamos sentido o influxo benéfico de Nossa Senhora no nosso lar e, em cada um dos membros da nossa pequena família. Contudo, no trabalho estava a passar por uma provação muito grande. Grandes pressões, incertezas e problemas criavam um desgosto constante. Tinha a sensação de que faltava alguma coisa importante para me sentir, verdadeiramente, acompanhado por Deus e por Nossa Senhora no meu emprego.

Barcelona e o Santuário em Valldoraix

Nessas condições tive que viajar a Barcelona com um cliente na primeira semana de Outubro desse ano. Depois das nossas reuniões despedi-me do cliente e no sábado, 4 de Outubro, fui de comboio à procura do Santuário filial de Schoenstatt, localizado em Valldoraix nos arredores da cidade. Posso dizer, com toda a certeza, que Nossa Senhora me conduziu ali e sinto que foi um anjo quem me deixou, justamente, às portas do Santuário. Lá, pude entregar-me como uma criança que procura refúgio no regaço da sua Mãe e implorei que me acompanhasse nas vicissitudes do meu trabalho.

No dia seguinte empreendi o meu regresso à Costa Rica, sabendo que no meu escritório me esperava um acumulado de tarefas típico de uma semana fora do escritório.

O meu 18 de Outubro de 2014

Já de regresso e, justamente no sábado, 18 de Outubro, Jubileu dos 100 anos de Schoenstatt, estava eu a trabalhar no escritório, tratando de pôr em dia um monte de assuntos. Foi aqui, onde tudo começou a fazer sentido. Por volta do meio-dia ia com o carro para a saída do estacionamento do edifício quando reparei que outro automóvel obtinha licença do guarda e entrava. A senhora que o conduzia fez-me sinal para parar. Abrimos as nossas janelas e depois de nos cumprimentarmos fez-me a pergunta que eu menos esperava: “Desculpe, cavalheiro. Aqui, está Nossa Senhora de Schoenstatt?” Não posso descrever o impacto que teve em mim aquela pergunta tão singela. Mas, o efeito foi maior quando, recuperado dessa impressão, me surpreendi respondendo: “Não, minha senhora, não está”. Assim, desse modo tão simples, tinha ficado evidente – precisamente nesse dia do Jubileu – que eu tinha convidado Nossa Senhora a acompanhar-me no meu trabalho mas, não tinha feito nada para A invocar e para que me acompanhasse no dia-a-dia.

 

O anseio de ter um Santuário no meu trabalho

Aquela pergunta tão estranha rapidamente ficou explicada porque, a senhora procurava a Casa Sede do Movimento de Schoenstatt para agradecer a Nossa Senhora um milagre. Tinha visto um anúncio das celebrações do Jubileu mas, não conseguia encontrar o local. A Casa Sede ficava a uns 400 metros do meu escritório e, conduzi-a até à saída do estacionamento para lhe dar as indicações de como chegar. Mas, como a Mater não gosta de deixar “pontas soltas”, a senhora perguntou-me no final da minha explicação: “Por que razão não me leva você?”. Assim fiz… Desde esse dia se cristalizou em mim o anseio de ter um Santuário no meu trabalho, não simplesmente, para falar a Nossa Senhora das minhas incertezas e pesares mas, para A invocar para que habitasse ali e, trabalhar em união com Ela. Por isso, me decidi a pedir-Lhe que fôssemos sócios no trabalho. Isto é, que ali selássemos Aliança de Amor a partir desse momento. Sócios que se conhecem intimamente e têm confiança um no outro, fazem contribuições para o objectivo comum, partilham lucros e prejuízos e trabalham ombro a ombro diariamente. Também, para dar testemunho da minha fé e, quiçá, trazer outros a Seus pés e que descubram a maravilha que é contar com a presença de Deus a cada passo, durante todas as horas do dia e todos os dias do ano.

Contei esta história à minha mulher e ao meu grupo de Schoenstatt e, quase de imediato, tive na minha frente todos os símbolos necessários para o Santuário, trazidos de Milwaukee por um dos nossos companheiros, A partir desse momento, dei-me ao trabalho de os conquistar, com base na oração, meditação da vida e contribuições ao Capital de Graças; cultivando o sentido da filialidade e do acolhimento para a imagem da Mater; a confiança na Divina Providência para o Símbolo do Pai; o sacrifício por amor e sentido de serviço para a Cruz da Unidade; o agradecimento das graças recebidas para o Espírito Santo; e a manifestação aberta de uma missão e um testemunho de fé para a imagem do Padre Kentenich.

Também, para a conquista do meu símbolo pessoal: S. José adormecido que, confiante sonha a vontade de Deus para tomar conta do Menino e da Sua mulher.

Santuário – Trabalho: Trabalhar com uma sócia

Muitos foram os presentes e bênçãos que se me depararam, trabalhando associado com a Mater. Não somente, a procura da pureza da intenção e dos propósitos para que os esforços do trabalho sejam dignos de ser oferecidos a Deus como Capital de Graças. Também para crescer na minha relação pessoal com os meus superiores, pares e subordinados, interessando-me pelas suas vidas e destinos; agradecendo publicamente o bem alcançado e pedindo pela meta desejada no meu pequeno Santuário – Trabalho.

Tudo isto me conduziu a dar um testemunho cristão no fazer, pensar, dizer, calar; fazendo que o nome de Deus e a fé sejam motivo de reflexão e conversa espontânea em vez de um tabú ou artigo de propaganda.

É preciso dizer que os problemas, dificuldades e incertezas no trabalho não desapareceram. Pode ser que, por vezes até aumentem. Contudo, agora enfrento-os com a certeza de que sou acompanhado por uma sócia que me ajuda a discernir e a confiar na vontade de Deus nas noites de insónia. A minha sócia convida-me, em cada dia, a não perder a perspectiva do amor e da esperança em cada situação e sei que nunca me largará da Sua mão nem faltará a presença Trinitária no meu trabalho”.

Uma pergunta e uma resposta surpreendente

Retomando a experiência vivida nesta conferência de testemunho do Castro, podemos acrescentar que ao fazer ao público presente a pergunta: “Quem de vocês tem uma imagem de Nossa Senhora ou um crucifixo ou algum tipo de símbolo religioso no vosso local de trabalho?” Verificámos que a resposta foi afirmativa em todos os casos. Esta resposta foi muito significativa já que mais de metade dos assistentes eram convidados, pela primeira vez, para uma actividade do CIEES.

A partir de agora, o grande desafio com que ficamos é acabar de desenvolver as ferramentas necessárias para fazer um guia que sirva para mostrar os passos a seguir para a conquista de um Santuário – Trabalho.

 

Página oficial do CIEES: cieesinternacional.org

Original: espanhol (30/3/2018). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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