CHILE, por Verónica Ciudad Pap •
Preocupadas com os acontecimentos no Chile e no mundo e fiéis ao presente que demos ao nosso Pai e Fundador no centenário da aliança de amor, a equipe gestora do “Alegra-te mulher” viajou pelo Chile capacitando e avaliando monitoras para que a fecundidade deste apostolado chegue a todos os lugares de nossa pátria.
Equipe gestora: Carola Gerstle, Paulina Respaldiza, María de la Luz Ferrada, Margarita Popelka, Alejandra Tike, Marcela Bustos, Verónica Ciudad. Assesora: Hermana M. Yerthy
Um pouco da história
Já contamos em crônicas anteriores e também em outros meios de comunicação internos, externos e em diversas Jornadas de Dirigentes de ramo etc, a criação do nosso projeto. Mas vamos relembrar.
Desde o ano de 2011 até hoje presenciamos como a sociedade tem reagido aos diferentes problemas sociais, que longe de ser justo ou injusto, têm provocado muitos estragos com relação aos valores. Estamos perdendo cada vez mais o sentido da transcendência e do pensar e atuar dados por Deus, que se orienta para o fim da criação, fazendo com que tudo se torne relativo e confuso. Um grupo de senhoras de Schoenstatt do Santuário Cenáculo da Fundação (Água santa), pensando no que entregaríamos ao Padre fundador pelos cem anos da Aliança de Amor, refletiu sobre o significado destes acontecimentos, e depois de muito discernimento, descobriu que o Padre Kentenich mesmo tinha a resposta quando expõe muito claramente sua visão sobre a missão da mulher na família, no trabalho ou em qualquer outro lugar que atua. Na primeira reunião formal com a assessora nacional se uniram ao grupo duas senhoras do Vale de Maria e uma da Liga de Mães.
A primeira oficina “Alegra-te Mulher, toda alma” começou a ser realizada em março de 2013, logo depois do “Alegra-te Mulher, toda entrega”, em março de 2015. Já são aproximadamente mil e quinhentas mulheres que participaram destas oficinas, e neste ano de 2016 já a caminho de começar a criar a terceira oficina.
Ao longo do projeto tivemos a graça de contar com Irmãs assessoras que fielmente nos acompanharam e guiaram nesta caminhada. Não tem como esquecer a confiança que nos depositou a Irmã Maria Beatriz, assessora nacional do ramo quando iniciamos o projeto, o entusiasmo que colocou em nossos corações a Irmã Luz Maria, assessora do ramo também no começo, logo depois, no último ano a grande contribuição, o entusiasmo e a perseverança na criação e desenvolvimento da segunda oficina da Irmã Maria Paz, e claro, a alegria e a ternura de nossa atual assessora, Irmã M. Yerthy.
É a vontade de Deus
Em cada um dos muitos passos que estamos dando para realizar os conteúdos e poder transmitir de forma genuína a grande herança do Pai, percebemos que é um caminho que Deus tinha traçado para nós. Não estamos isentas de problemas, especialmente no lado econômico. É por isso que estamos estudando uma forma de consolidar um financiamento permanente que nos permita crescer em iniciativas e no universo de mulheres, para seguir cumprindo com o objetivo do projeto.
Como nos organizamos?
Com a necessidade de nos organizar e poder estabelecer um controle, no ano de 2014 propusemos um sistema de apadrinhamento. Cada uma das que formamos como equipe gestora ficamos responsáveis por algumas cidades do Chile que adotamos como madrinhas. Assim ficamos responsáveis pelas monitoras, coordenadas por elas, mantendo um contato próximo e direto. Também nos cabe ir visita-las uma ou duas vezes ao ano para estreitar o vínculo e poder fazer uma avaliação no lugar.
Por causa disso, em setembro de 2015, surgiu uma inquietação de visitar o Chile e reunir as diferentes localidades por zonas: Zona Norte Grande, Norte Pequena, Centro-sul e sul, e assim nasceram as “Alegretón”.
Nossa inspiração foi a grande cruzada das 27 horas de amor, a Teletón, para dar uma identidade a nossa iniciativa, e assim nossas visitas ficaram instauradas com o nome de “Alegretón”. Também coincidimos com a data, já que nosso primeiro grande encontro foi com as monitoras e coordenadoras da zona Centro-sul, em novembro do ano passado.
Alegretón!
Nesse dia, estávamos em aproximadamente 25 monitoras, compartilhando uma motivadora jornada no Santuário Vale de Maria, em Buin. A maioria delas já tinha alguma experiência com oficinas, o que foi muito enriquecedor o intercâmbio de vivências, estratégias e conselhos diante dos diferentes cenários que lhes foram apresentados.
Em abril passado, seis senhoras da equipe (somos em 8 incluindo a assessora nacional, Irmã M. Yerthy) viajamos a Puerto Montt para nos reunirmos com as futuras monitoras das cidades de Temuco, Valdivia, Osorno, Puerto Montt, Coihaique e Punta Arenas. Com muito entusiasmo, em três dias de árduo trabalho e com algumas dificuldades, capacitamos um grupo de senhoras que se comprometeram com o projeto. Para finalizar nossa visita ao sul, fomos com algumas das futuras monitoras dar a oficina “Alegra-te Mulher, toda entrega” a 42 mulheres, administrativas, auxiliares, docentes, e algumas responsáveis de um importante colégio do setor.
Em maio fomos a La Serena para nos reunirs com as senhoras de Ovalle, Copiapó, Vallenar e La Serena. Tivemos uma cansativa jornada de capacitação para conseguir que as senhoras ficassem aptas para dar ambas oficinas como também fizessem o procedimento de avaliação. Esta última ferramenta, estudada e aplicada pela psicóloga da nossa equipe, é fundamental para tentar futuros financiamentos.
De 8 a 11 de junho passado estivemos em 5 senhoras da equipe em Iquique, acompanhou-nos também a Irmã M. Yerthy. Estiveram reunidas as senhoras de Calama, Arica, Antofagasta e Iquique. Aquí a acolhida foi excepcional. Estava tudo disposto para que a jornada fosse exitosa. O trabalho foi intenso, mas muito fecundo. A família nos recebeu em peso, o ramo de Senhoras se preocupou com todos os detalhes, com muito carinho e delicadeza.
Oitenta senhoras de diferentes lugares, classes sociais, situação de trabalho, e crenças religiosas chegaram a receber nosso tesouro. Várias delas, ao finalizar a atividade programada, manifestaram interesse em manter um vínculo com o Santuário para seguir se enriquecendo com a espiritualidade de nosso Pai e Fundador.
Igreja em saída, Schoenstatt em saída
“…quero agito nas dioceses, que vocês saiam às ruas. Eu quero que a Igreja vá para as ruas, eu quero que nós nos defendamos de toda acomodação, imobilidade, clericalismo, de tudo aquilo que nos prenda a nós mesmos. As paróquias, colégios, movimentos, instituições, são para sair. Se não saem, se convertem em uma ONG. A igreja não pode ser uma ONG!” (25-7-2013 JMJ Río).
Fazendo vida ao que nos pede o Papa Francisco, podemos concluir que todo o “agito” que fizemos nos encheu de satisfação. A sensação de dever cumprido nos inunda, de ser os instrumentos que Deus e a MTA escolheram para esta missão. Para cada uma de nós, e me atrevo a afirmar em nome também de muitas monitoras, com este projeto “Alegra-te Mulher” Schonestatt saiu com este tesouro que precisava ser entregue ao mundo. O fato de focar mais no ser da mulher do que no lado religioso foi também uma acertada que nos abriu um imenso leque de possibilidades.
Como mulheres deste tempo, fomos privilegiadas de receber este valioso legado de nosso Pai e Fundador. A jornada já iniciamos, estamos como pede a Família de Schoenstatt: “em saída”. Com trechos muito isolados e outros pedregosos, mas com a certeza de que é o que Deus quer. Mas isto tem um grande desafio, muitas senhoras deverão assumir esta tarefa de forma íntegra e responsável, só assim podemos cooperar com sua continuidade contribuindo com um grãozinho de areia para esta nova mulher, imagem de Maria, essa mulher que nosso Pai e Fundador sonhava, essa mulher que será a construtora da Igreja das Novas Praias.
Mulheres de Schoenstatt! Estamos em saída! Continuemos “agitando”!
Original: Espanhol. Tradução: Isabel Schmid Lombardi, Guarapuava, Brasil
