Posted On 2017-04-18 In Casa Mãe de Tuparendá, obras de misericórdia

Celebrando o grande abraço misericordioso de Deus na Casa Mãe de Tupãrenda

PARAGUAI, Maria Fischer •

No dia 21 de março de 2017 na Casa Mãe de Tuparendá (CMT) teve uma grande celebração. A Casa é um centro de formação laboral e de desenvolvimento humano para jovens da cadeia de menores, à sombra do Santuário de Schoenstatt de Tuparendá, fruto permanente do Ano da Misericórdia.

Este dia foi de festa pela celebração do Batismo, Primeira Comunhão e Crisma de sete participantes do Projeto da CMT. Estes jovens, por decisão própria, se prepararam muito entusiasmados ao longo destes meses com Cristina Santa Cruz, quem generosamente os acompanhou.

Eram sete jovens vestidos com camisetas brancas, dispostos a receber Jesus em seu coração, dispostos a seguir a vida de mãos dadas com aquele que veio para salvar os pecadores; para receber o homem que acolheu os que nunca tiveram uma oportunidade, aos doentes de corpo e de alma, aos marginalizados, aos pobres… a eles. As bexigas brancas e amarelas, as flores e toda a decoração da CMT parece refletir uma grande festa celebrada no céu por este momento de graças, este momento de grande abraço de Jesus aos seus irmãos prediletos, de boas-vindas paternal de Deus Pai a estes Filhos que voltam à casa, ou melhor, que vem pela primeira vez a casa.

“Estamos dentro de um milagre, podemos tocar com nossas mãos um milagre”, comentou Ani Souberlich, diretora da CMT. Sentimos falta disso. O que se vive nesta festa é um milagre, um milagre de transformação da acolhida humana e divina que experimentam os jovens, um milagre que nasce nos abraços caloroso, eternos, repetidos que estes jovens buscam e dão. Abraços que se convertem em sinais deste grande abraço do Pai Misericordioso que neste dia lhes devolve livremente ao pedir o batismo, a comunhão e o Crisma.

Vale a pena deixar tudo para estar nesta festa

Valeu a pena enfrentar o trânsito espantoso de carro desde Assunção para estar presente; valeu a pena pegar o voo noturno desde Costa Rica para estar presente. Valeu a pena deixar tudo para participar… Ana Maria Mendoza de Acha, Presidente do Fundaprova, entidade legal da Casa Mãe de Tuparendá, junto com outros membros do Fundaprova, o Pe. Pedro Kühlcke, Maria Fischer, Cristy Santa Cruz, os instrutores, voluntários, uma jornalista… todos estavam presentes ao meio dia para compartilhar a festa com os sete jovens e seus companheiros e para dar as boas Vindas ao Mons. Joaquin Robledo, bispo de San Lorenzo, em sua primeira visita à CMT, o primeiro centro de reinserção (ou primeira inserção, na verdade) para jovens infratores da lei em suas dioceses e em todo o país, seguindo em frente com a ajuda do Ministério da Justiça do Paraguai e a solidariedade e o compromisso de muitos no Paraguai e o Movimento internacional.

A festa começou com o almoço festivo. Teve um breve discurso do bispo, da Ana Maria Acha, do Pe. Pedro, da Ani Souberlich… mas a surpresa veio depois. Dois jovens da CMT pediram a palavra. De forma simples e emocionados falaram de seus sonhos, de seus agradecimentos… Martin faz aos sábados um curso de reparo de computadores. Como pagar o curso que não é grátis? “Com o que recebo com meu trabalho na CMT.” Qual dos dois rostos transparece mais orgulho, a de Martin ou a do Pe. Pedro? Rafael conta que quer trabalhar como cabeleireiro “e depois estudar para ser advogado e ajudar jovens como eu”, acrescenta. Mais tarde, depois do almoço, enquanto o Pe. Pedro e Ani Souberlich mostraram ao bispo a padaria e as salas da Casa, Martin explicou a Maria por que na Casa todas as paredes estão pintadas de branco. “É a primeira vez que estou em uma casa com paredes brancas. Antes tudo era escuro. Branco é a cor da paz e da tranquilidade, é o que me faz tão bem. Quero paz e tranquilidade, e é o que a CMT me dá. ” Mais tarde, explicou o que significam as cores verde e amarela dos frutos na grande árvore em frente à casa. Alegria, futuro e esperança. É o fruto que me deu este sorriso tímido, é o presente mais precioso de toda minha vida.

Os dois meninos que discursaram, com Ana Maria Acha, Presidente do Fundaprova

Filhos de Deus

Alguns de carro, mas a maioria caminhando, todos se dirigiram finalmente ao Santuário, onde se encontravam os pais, irmãos, namoradas e vários bebês. Sim, muitos destes jovens já são pais… assumindo sua responsabilidade.

No salão, tudo foi preparado para a Missa e os sacramentos. Acompanhados pelo violão e cantos, como são cantadas nas Missas das Missões, nas Missas do Movimento, a Missa foi celebrada. Só que não era uma Missa como as outras. É uma Missa com 23 jovens que se sentiram, como explica Pe. Pedro, como uma bola jogada no campo aberto, sem pertencer a ninguém, objeto para pegar e jogar fora… deixado para sobreviver e conhecendo somente o idioma das armas, violência e do roubo. É aqui que aprenderam a cantar, a falar (ao invés de gritar), a viver ao invés de sobreviver… Agora sete deles estão a um passo de ser mais Filhos de Deus. Mais: porque filhos de Deus já são. Jesus morreu e ressuscitou tanto para eles como para mim.

Todos renovamos as promessas do Batismo junto com os dois meninos que pediram o sacramento. Não quisemos deixá-los sozinhos dizer sim e não. Enquanto o rito ia acontecendo, algo mudou. Eles, os marginalizados, os excluídos, não nos deixaram excluídos deste momento único de graças. Sim. Somos os privilegiados participantes da maior festa de Deus, a festa da misericórdia.

Celebramos o Ano da Misericórdia, e agora?

Celebramos o Ano da Misericórdia, e agora? Obras de misericórdia… libertar os presos. Não é visitar os presos. Mas também libertá-los. Libertá-los de seus vícios que lhes fazem esquecer da fome e do abandono, seus hábitos adquiridos na rua, na cadeia… para levá-los a um lugar onde se sentem queridos, acolhidos, dignos, que sentem o que são: Filhos de Deus, amados e chamados.

Pensei em levar um presente para eles, além da minha presença, meu artigos e meu chamado a apoiá-los com oração e doações. Trouxe de Roma uma bolsa com cruzes do Papa Francisco, estas cruzes do Bom Pastor, abençoadas por ele. Tomara que tenham sete, pensei. Para os sete que recebem os sacramentos. Ou para todos? Contei as cruzes e me arrepiei. Tinha exatamente 23. Este é o número atual dos participantes do programa da CMT.

Depois do Ano da Misericórdia, o que ficou é a Casa Mãe de Tuparendá.

A realidade e o milagre

No final da Missa, todos peregrinaram até o Santuário para a bênção final, para entregar estes jovens à MTA. Uma vez por semana celebram aqui a Santa Missa. Agora cantaram, rezaram, e com alegria receberam seus presentes… uma festa da Aliança, da solidariedade, da esperança e confiança.

A Mãe de Tuparendá recebe, acolhe, transforma e envia…

A festa culminou com um lanche com todos os familiares presentes, com bolo, chocolate, e as fotos de todos com todos, com discursos breves de agradecimento, entrevistas, palavras de reconhecimento ao Ministério da Justiça por seu apoio e a todos os voluntários, colaboradores, bem feitores…

E fica este momento de voltar por alguns segundos para a realidade – um momento duro ao final da festa – que serve para relembrar sempre, que o que se viveu neste dia é um milagre e que a realidade onde vivem e onde vão é outra, é muito diferente e que vale conhecê-la para entender que somos testemunhas de milagres, e agentes de milagres.

Cada um pode ser testemunha e agente de milagres através de oração e doações para a CMT e cada um de seus usuários. Às vezes é um violão, um sapato ou uma camiseta branca que faz a diferença entre a falta de esperança e milagre.


Outras opções:

Conta no Paraguai:

Fundaprova
Conta: 102792992
Sudameris Bank SAECA, BIC  BSUDPYPXXXX
RUC80079669-1

Conta na Europa (transferênciascias desde SEPA são gratuitas)

Schönstatt-Patres International e. V.
IBAN: DE91 4006 0265 0003 1616 26
BIC/SWIFT GENODEM1DKM
Uso previsto: P. Pedro Kuehlcke, Casa Madre de Tuparenda

Nossa esperança não é um conceito, não é um sentimento, não é um telefone celular, não é o acúmulo de riquezas: não! Nossa esperança é uma Pessoa, é o Senhor Jesus que o reconhecemos vivo e presente em nós e em nossos irmãos, porque Cristo ressuscitou.”

 

Papa Francisco, 5.4.2017

Original: espanhol, 07.04.2017. Tradução: Isabel Lombardi, Guarapuava, Brasil.

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