Posted On 2015-03-22 In Schoenstatt em saída

O grande mestre em perder tempo é Jesus

por Maria Fischer.

“O grande mestre em perder tempo é Jesus. Não é verdade? Perdeu tempo acompanhando, para fazer amadurecer as consciências, para curar feridas, para ensinar…” – uma frase da mensagem do Papa Francisco durante a audiência do jubileu, no dia 25 de outubro, que marcou e emocionou o fim-de-semana da Academia Internacional Kentenich para quadros diretivos (IKAF).

Perder tempo, para começar, com a chegada: a viagem foi mais longa, pela quantidade de neve que caiu e mais do que um participante precisou de ajuda no último quilómetro da encosta que sobe a “Schönstatt auf`m Berg” (Schoenstatt na montanha). Um pouco mais tarde do que o costume e numa volta um pouco mais pequena, mas também mais intensa, os participantes “perderam” tempo, contando uns aos outros o que tinham conseguido fazer no último ano e o que agora os preocupa.

“Isto criou um ambiente muito especial”, disse alguém no final do dia, “desde o princípio. Ter tempo sem olhar para o relógio, para, simplesmente, contar o que cada um conseguiu, o que foi uma exigência, o que agora o preocupa. E o interesse e a escuta dos outros faz com que o vivido seja mais concreto, maior. ” Outro: “O relato é, muitas vezes, como na caixa do supermercado em hora de ponta. Cada um vai tirando as coisas do carrinho, o mais rápido possível, por que atrás esperam impacientes os outros que esperam a sua vez. E aqui, de repente, é como se todos estivessem à espera de tomar as rédeas, relaxadamente, com cuidado…” Tomar as rédeas com muito cuidado – histórias como a de uma empresa, na qual se foi embora, por duas vezes, um novo encarregado antes de começar a trabalhar e, em poucos dias, encontra o encarregado adequado, um homem que já pensava na reforma e que já conhecia a empresa – uma história assim necessita de tempo, o que se perde para contá-la e escutá-la.

Simplesmente, perder tempo

„Perder“ tempo rezando juntos, dormindo mais no sábado de manhã, fazendo uma boa pausa ao meio-dia, junto à máquina do café, na cafetaria – foi um fim-de-semana que soube muito bem. Apesar de ser ter trabalhado intensamente, talvez por isso mesmo.

Passou-se quase todo o sábado com os relatos de experiências do dia-a-dia profissional. Tempo para nos enriquecermos mutuamente, descobrir perguntas e respondê-las juntos. Porque há tanto barulho na empresa, porque se grita e já não se fala, depois dos colegas terem posto uma estupenda máquina de café? E porque não se chega a lado nenhum falando das vantagens e inconvenientes da máquina de café? Porque não se trata da máquina de café, mas da invasão do território protegido da “minha cozinha do escritório”.

Contribuir com competências

Há um casal que trabalha junto há tanto tempo, que ela, como esposa, contribui com a sua competência no trabalho do marido; personal coach, no melhor sentido da palavra, não só em questões de direção de pessoal mas também em decisões muito importantes para o rumo da empresa. E depois numa viagem de trabalho da equipa, ambos experimentaram que algo não funcionava, se ela fosse só como acompanhante em vez de participar.

Palavra chave, contribuir com competências: a questão é sempre esta, “levar a pedagogia e a competência diretiva do Pe. Kentenich para a empresa. O contrário também não é verdade? Não deveríamos contribuir também com as competências das nossas profissões, a competência especializada, bem como a maneira de pensar, planificar e tratar na empresa a Igreja e Schoenstatt? Está certo que contribuamos para a Igreja (como temos feito sempre) com soluções caseiras, quando na profissão mercantil, na gestão de um projeto, na direção de pessoal, somos competentes e altamente qualificados? Ou temos, como gestores de empresa, também aí uma missão?”

E ao mesmo tempo: através de histórias concretas da vida diária na empresa e da vivência deste fim-de-semana de perder tempo, cresce, de novo, o reconhecimento de que é importante começar a próxima reunião com bolinhos, em vez de um diagrama de Gantt e respeitar o tempo para comer como descanso.

Perder tempo com os meus colaboradores – ¿posso fazê-lo?

E continuamos com o tema de perder tempo; a decisão de pôr este tema no próximo jour fixe para gestores já estava tomada antes deste fim-de-semana do IKAF e antes da conversa de impulso de Melanie y Ulrich Grauert. Agora sabemos todos que a decisão foi bem tomada.

“Durante a audiência com a Família de Schoenstatt, o Papa Francisco falou de perder tempo. Isto interpelou-nos e, ao mesmo tempo, desafiou-nos. O que significa isto no dia-a-dia concreto da empresa? Posso fazê-lo realmente? Na vivência ficou claro. O “sim, mas” mantém-se, dizem Christine y Erwin Hinterberger no seu convite aos gestores para o próximo jour fixe, neste 21 de março em Memhölz.

E com quem e para quem perco eu tempo?

Original: alemão – Tradução: Maria de Lurdes Dias – Lisboa, Portugal

 

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