published: 2006-10-13 |
Salvar a famíliaSimpósio Teológico-Pastoral sobre a Família (2) |
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BRASIL, Paula Cristina Cassis. Londrina sediou nos últimos dias 16 e 17, o Simpósio Teológico Pastoral sobre a família, sob a coordenação do Pe. Alexandre Awi Mello. Contou com a participação de aproximadamente 150 pessoas, vindas de diversos estados brasileiros. O encontro, cujo tema foi "João Luiz Pozzobon, Evangelizador da Família na Pós Modernidade", iniciou um debate teológico sobre questões fundamentais da família, frente ao tempo atual que chamamos pós-modernidade, mas que não se sabe ainda ao certo quais são os seus reais contornos. O que este tempo faz transparecer é que liberdade, justiça e verdade deixaram de ser pontos de referência. Tempo de profundas mudanças antropológicas onde o mercado coloniza o mundo da vida e o homem renunciou investigar o que remete para além do cálculo. Um contínuo processo de banalização, mostrando que "viver sem ideal e sem um fim transcendente torna-se possível." Lipovetsky Neste cenário encontramos João Luiz Pozzobon com seu projeto pastoral "salvar a família" resgatando os valores cristãos, sobretudo, vivendo ele próprio como modelo de marido, pai dedicado e missionário leigo. Ele acreditou, lutou e empenhou toda a sua vida para sustentar o "bem inestimável" da família (Bento XVI), conforme a idéia do Criador. A família, a mais importante instituição socialO Professor Dr. Dom João Carlos Petrini, Bispo de Salvador, abriu o evento com a palestra que abordava as chances e armadilhas da família na pós-modernidade. De maneira ampla e consistente, destacou o drama vivido pela sociedade moderna frente às inovações tecnológicas, como a pílula contraceptiva ou a fertilização assistida, que separou o amor da sexualidade e da procriação. Mais que isso, tornou também a maternidade uma opção de realização e não mais uma dádiva divina. Defendendo a família como a mais importante instituição social, em que se constituí a dimensão afetiva, comunicativa e estrutural do ser humano, Dom Petrini concluiu sua participação fazendo um quadro comparativo com as características principais de um relacionamento nupcial e as de um relacionamento ocasional. Nela foram apontados, respectivamente, os antagônicos valores das duas concepções, como a totalidade e a parcialidade, a cooperação entre os sexos e o descompromisso, a satisfação e o prazer. Destacou a importância do Sacramento do Matrimônio que aviva no cotidiano da vida familiar a presença do Ressuscitado. José Aloyseo Bzuneck, professor da Universidade Estadual de Londrina, foi o segundo palestrante do primeiro dia do Simpósio. Trazendo à tona outra questão muito relevante para a sociedade: a figura paterna na família de hoje, que precisa fazer o amor vencer o cansaço físico e as frustrações do dia a dia, para se mostrar sempre presente na vida do filho. O grande erro cometido pelos chefes de família da modernidade é acreditar que seu papel seja suprir as necessidades materiais e financeiras do filho, quando a real carência está no vínculo à figura do pai. Pesquisas mostram que, na maioria das vezes, a causa da delinqüência dos adolescentes é a falta de vínculo ou contato com o pai. Segundo psicólogos, pais são o caminho e exercem influência decisiva na interiorização dos valores por parte de seus filhos, na medida em que amam seus filhos e exprimem esse amor, tornando-o algo bem perceptível no dia a dia. A Mãe de Deus como paradigma de humanidadeRessaltou em João Luiz Pozzobon a educação para o "sacrifício", educar o filho, segundo as palavras simples, mas cheias de vida do próprio Pozzobon, "a não querer tudo, tudo, senão como ele será quanto ficar maior?" A Irmã Maria da Graça Sales Henriques trouxe o último tema do dia: "Maria, paradigma de humanidade na espiritualidade mariana de João Luiz Pozzobon". Em sua palestra, apoiada na mariologia de importantes teólogos atuais, mostrou a Mãe de Deus como paradigma de humanidade, justamente para o tempo atual. Em seguida, apresentou a espiritualidade mariana de Pozzobon, mostrando como, nas atitudes de pobreza e na consciência da pequenez, Pozzobon ilustrou com sua vida a tese da palestra. O primeiro dia do Simpósio foi encerrado com uma belíssima apresentação cultural realizada no Ginásio de Esportes do Colégio Mãe de Deus. Membros da Juventude Masculina e Feminina do Movimento de Schoenstatt, crianças e professores do Colégio Mãe de Deus encenaram a trajetória da vida de João Luiz Pozzobon em três fases, sendo representadas por um adolescente, por um jovem e por um dos filhos de Pozzobon, Humberto Pozzobon. A encenação teve como pano de fundo a família unida que se separa pelo egoísmo, infidelidade, raiva e volta a unir-se pelo contato com a Mãe Peregrina. Nesta trajetória foi ressaltado o despertar de Pozzobon para sua missão e o encontro com o Santuário da Mãe Três Vezes Admirável, a partir do qual realizou sua missão de vida. Ela culmina na atividade missionária de Pozzobon, levando a imagem de Nossa Senhora aos lares, às escolas, aos hospitais e presídios, com a reza do terço e o anúncio da Palavra – o que chamou de "campanha", hoje espalhado pelo mundo inteiro. E finalmente João Pozzobon representado por seu filho, Humberto aparece como o herói missionário levando a Mãe Peregrina, cuja penetração já se encontra nos cinco continentes. O domingo começou com a participação do casal Professor Dr. Aron e Regina Petruci, que falou sobre o papel da família na formação do cidadão. Entre os direitos e deveres sociais salientou o de uma vida digna de um ser humano. A base de nossa civilização ocidental, firmada na filosofia grega, na religião cristã, no direito romano, entrou em crise. Constata-se hoje a perda da natural referência a Deus e a ascensão de uma sociedade hedonista e materialista. Além disso, afirma-se o direito como vontade de uma maioria. A linguagem padronizada na pós-modernidade, repetida à exaustão pelos meios de comunicação, revela os desafios que a família tem que enfrentar para formar cidadãos. As expressões típicas são "queremos ter", "queremos comprar", reduzindo, muitas vezes, os objetivos de vida de uma pessoa à metas quantificáveis. Minha família, minha primeira missãoPozzobon, além de ser um cidadão que cumpriu com suas obrigações cívicas, era um comerciante, portanto, um profissional dedicado ao sustento de sua família, e alguém que sempre "empenhou-se pela dignificação dos homens a serviço dos mais necessitados", não se afastando das obrigações cotidianas de pai de família. Em seguida, a Irmã Maria da Graça convidou o Professor Olindo Toaldo, Dr. José Luiz e Carmen Silvia da Costa Porto, Marcelo e Gislaine Mafra e Humberto e Nair Pozzobon para comporem a mesa do painel "Minha família, minha primeira missão". Fundamentado no magistério, ilustrado pela fala de Pozzobon, vários deles deram o seu testemunho de como as famílias, participantes da "Campanha" iniciada por Pozzobon, as tornam sua primeira e mais importante missão. A atuação pastoral de Pozzobon, através da Campanha,O Professor Ms. Padre Alexandre Awi Mello foi o último orador desse dia. Coube-lhe a tarefa de apresentar a atuação pastoral de Pozzobon, através da Campanha, como uma resposta aos desafios da família na pós-modernidade, exatamente porque repropõe muitos temas da atualidade eclesial e pastoral, desenvolvendo o potencial evangelizador neles contido e mostrando sua eficácia quando respaldados por uma espiritualidade como a que o Sr. Pozzobon viveu. O simpósio foi encerrado pelo Pe. Antonio Bracht, autor da causa de canonização de João Luiz Pozzobon, com os agradecimentos a todos os que colaboraram na realização do mesmo, convidando os presentes para um futuro evento que dê continuidade ao simpósio encerrado. Simpósio Teológico Pastoral sobre a contribuição da Campanha da Mãe Peregrina para Família na Pós Modernidade (1) |
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Last Update: 13.10.2006
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