Estar presente de corpo e alma – na cabine de comando e na família

Depoimentos dados no sábado dentro do âmbito do evento "Noite do Santuário – 2008", com a presença de Martin Ott, o "Piloto do Papa" – Três testemunhos comovedores extremamente encorajantes

Martin Ott conversando con la Hna M. Rafaela y el P. Thomas Jochheim Martin Ott in conversation with Sr. M. Rafaela and Fr. Thomas Jochheim Martin Ott im Gespräch mit Sr. M. Rafaela und P. Thomas Jochheim Foto: Clemens Mann © 2008
Moderación: Theresia Strunk y Frank Blumers Moderators: Theresia Strunk and Frank Blumers Moderation: Theresia Strunk und Frank Blumers
Lena Schwendemann Lena Schwendemann Lena Schwendemann
Marina Wehner Marina Wehner Marina Wehner Fotos: Manuel Immler © 2008

SCHOENSTATT, Clemens Mann. Ele pilotou o avião que trouxe o papa de regresso a Roma, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, ocorrida na cidade de Colônia, Alemanha, em 2005. Sem dúvida alguma, um ápice na vida de Martin Ott, sobretudo quando alguém é convicto de que professa a fé católica e "aluno de Ratzinger", como Ott. Quando jovem, hoje conta com a idade de cinqüenta e três anos, assistia às aulas de José Ratzinger e ficava peculiarmente fascinado pela fluência lingüística e brilhantismo profissional do então professor de Dogmática e História dogmática. "É simplesmente desoladora esta combinação de sabedoria e humildade."

O bávaro oriundo de Pfaffenhofen, localidade situada nas abas de Ilm, Alemanha, tinha ainda, porém, algo mais a narrar aos cerca de 350 expectadores; em face das experiências de tempestade que, devido à profissão, sempre de novo se vê confrontado, aprendeu modéstia e humildade:" Com a melhor boa-vontade não consigo mover do chão oitenta toneladas. Toda a aviação só poderá funcionar mediante uma atuação conjuntamente ordenada ."

Assim, ordem e harmonia representam outrossim na vida de Ott , pai de sete filhos, um papel importante. O comandante da companhia aérea alemã Lufthansa fala, não somente com certo assombro de que o ar sustenta o enorme peso de um avião, senão que como sua esposa rege a lida da casa e cuida de sete filhos, e "que tudo decorre simplesmente de forma tão afável". Como homem tem de estar presente de corpo e alma, tanto na cabine de comando quanto na família. "Você", assim disse ele, " não pode ver em tudo isso separação alguma, visto que a profissão e família ,e quiçá ainda a música ou um passatempo, são de pertença mútua; não pode haver atrito algum entre ambos; ambos têm de crescer conjuntamente..."

Visto em tal ótica, não admira que o simpático bávaro, sem hesitar um só instante, responda com um não à pergunta de uma jovem ouvinte, se o vôo com o papa havia sido o ápice absoluto de sua vida. O momento mais belo vivido de sua vida, segundo ele, foi: "Ver meu filho a nascer!". E isso ocorreu sete vezes!".

Um fio condutor em minha vida

O depoimento de N.A. atinge em cheio Marcel Brunner: "Este tem muito a ver com a situação momentânea em que me acho. Estou prestando vestibular em Wuerzburg; e depois tenho então de decidir-me o que fazer em termos de futuro."

Um tanto antes, Neuner havia falado algo a respeito de seu currículo. Concluído um ano de serviço comunitário * e outro como limpa-chaminés, deparou-se ante a decisão de dar continuidade ao exercício de sua profissão ou seguir novo caminho incerto. Ao mesmo tempo Neuner, oriundo de Bamberge, região da Franca, percebeu que não se encontra sozinho neste processo decisivo. Mediante as anotações feitas em seu diário, reconheceu que um fio condutor lhe atravessa a vida e, ao mesmo tempo, sem dúvida alguma, "alguém tem o jogo na mão". Deus e Nossa Senhora iriam acompanhá-lo neste processo decisivo para, encorajado, fazer então a devida decisão. "Decide-te, seja qual for a profissão, mas decide-te!", assim percebera o antigo jovem a exigência de Deus a ele dirigida. Unido a Deus e a Maria Santíssima na Aliança de Amor, decidiu-se então corajosamente pelo novo caminho e rumo a uma profissão resistente a crises.

O excelso de nossa fé...

Não menos interessantes foram os demais depoimentos dados nesta manhã. Maria Wehner, uma educadora de 25 anos de idade, oriunda de Fulda, Alemanha, narrara algo referente à sua confiança ilimitada em Deus depositada, que sempre tem. O lema high – higher- highest, vê-o qual crescimento que sempre se vai interiorizando de forma mais elevada e profunda na vontade de Deus. "Desde toda a eternidade cada um de nós é um pensamento de Deus; nosso objetivo consiste em interiorizar-se neste plano de Deus e realizá-lo." Esta confissão fundamental depositada na Divina Providência não fora outrossim por completo abalada por ocasião do falecimento de sua irmã Catarina, de 14 anos de idade, ocorrido em 31 de setembro de 2001, portadora de graves deficiências de nascença. Sua morte abalou profundamente toda a família e, por longo período de tempo, entrou em atrito com Deus. Mas, por fim, reconheceu que outrossim à retaguarda das fatalidades e casos de morte se encontra o plano do amor de Deus. "Com o passar do tempo o sentimento de fúria e incompreensibilidade em face dos planos de Deus foram-se transformando em profunda gratidão. Gratidão pelo tempo que pude ainda passar em companhia de minha irmã. Catarina foi um raio de sol e alegrou toda a família. De mais a mais, ela pode esperar com maior certeza por um reencontro." Na verdade, é o ápice de nossa fé de podermos esperar por um reencontro, crendo na ressurreição – high – higher- highest!"

Tomar a peito a dignidade do próximo...

Lena Schwendemann, de 26 anos de idade, proveniente de Blaubeuren, situada nas abas de Ulm, Alemanha, relata a partir do horizonte da experiência de uma médica. Como futura médica, encontra-se quase diariamente ante o desafio de ter de respeitar a dignidade do paciente, quando este coloca resistências a alguma prescrição, seja por limitação física ou por vontade própria. Ela não é a medida para a decisão do paciente. É ele quem decide como homem e não a partir de um horizonte médico. Parte de sua própria dignidade é ter de respeitar a dignidade do próximo para também fomentar, se possível, apesar de maior conhecimento médico, tal dignidade. Durante a permanência de quatro meses em Roma, Lena fez a experiência de que o contato pode ser muito benéfico. "Experimentei", assim comenta ela, " que os contatos libertam temores tolhidos ante uma operação de risco ou de um resultado de um importante exame. Por vezes, só o fato de entrar o médico em contato com o paciente ou existir um contato estabelecido entre ambos, a reação do paciente ante a doença de que padece pode ser apenas o lacrimejar de algumas lágrimas, pois tal contato o encoraja a enfrentar a doença!" Mediante a permanência em Roma aprendeu o quanto para os homens podem ser importantes os contatos.

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil