Entre vento e tempestadeJubileu de Ouro da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt em Santa Maria/RS Brasil |
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(Ir. M. Neiva, Luciana Gomes) Com um encontro que reuniu mais de dez mil pessoas em Santa Maria, Brasil, comemorou-se, no último dia 10 de setembro, os 50 anos da Campanha da Mãe Peregrina, conduzida pelo Diácono João Luiz Pozzobon. Participarem representantes de sete países: Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile, Estados Unidos, Alemanha, e de 13 estados do Brasil. Depois de uma intensiva preparação com orações, sacrifícios e trabalhos práticos de organização, tanto do lado das Irmãs de Maria como do Movimento, com muita alegria, pudem celebrar o triunfo da MTA. Já na sexta-feira, dia 8, começaram a chegar as delegações e representantes dos mais diversos lugares do Brasil, e também do exterior. Em maior ou menor número, participarem representantes de 7 países e de 13 estados do Brasil. Alguns vieram do extremo norte do País, numa viagem de mais de 6 mil quilômetros. Quase todas as casas de hospedagem da cidade foram reservadas e ocupadas pelos hóspedes da Mãe e Rainha de Schoenstatt. Estes grupos que chegaram na véspera tiveram uma programação especial. Eles foram introduzidos na história e puderam conhecer a herança que o Pai-Fundador legou ao Tabor. Durante o dia, foi possível visitar os lugares históricos que são fonte e origem da Campanha: o Santuário Tabor, de onde saíram as graças concedidas para os lares de milhares de famílias; a Capela Tabor, que representa simbolicamente o ideal do Schoenstatt brasileiro: "Ser um Tabor das glórias de Cristo e Maria"; o quarto do Pe. José Kentenich em suas visitas a Santa Maria; a Peregrina Original, entregue ao Sr. João Luiz Pozzobon em 10 de setembro de 1950, pela Ir. Teresinha Gobbo; a Casa do Diácono Pozzobon, hoje museu, onde através de seu santuário-lar, sentia a presença de Maria e o Cemitério Santa Rita, local onde ele está enterrado. O trabalho de explicação e acompanhamento foi realizado pelos leigos do Movimento, especialmente pelas Mães. Elas estavam muito bem preparadas e introduzidos em tudo, assim que puderam transmitir profundas vivências a todos, e o fizeram com muita responsabilidade e consciência de missão. A descentralização do trabalho foi uma boa estratégia organizatória, porque assim as Irmãs ficaram na coordenação e assim estavam mais disponíveis para acolher e conversar com as pessoas. Um único homen pode mover o mundoNo sábado à noite houve um encontro familiar, onde as diversas delegações foram apresentadas e algumas apresentaram-se bem originalmente num momento de alegre convívio. O Pe. Antônio Maria Borges, Padre de Schoenstatt que é cantor, animou esta noite com alegres cantos marianos. O Sr. Germano Arendes, Irmão de Maria, único representante da Alemanha presente na celebração jubilar, deu seu testemunho sobre o Sr. João. Entre outros, ele relatou sobre o último encontro do Sr. João com o Sr. Bispo Diocesano de Santa Maria, na época, Dom Luiz Sartori. Estando o Sr. Bispo muito doente, Sr. João foi visitá-lo com a Mãe Peregrina. Após a saudação do Sr. João, o Sr. Bispo dirigindo-se à Mãe Peregrina de Schoenstatt, disse profeticamente: "Esta Campanha salvará o mundo." Poucos dias depois ele morreu. Este mesmo Bispo havia feito várias proibições ao Movimento e também ao Sr. João. A Mãe vence sempre! Como conclusão nesta noite, foi apresentado um vídeo elaborado pelas Irmãs do Movimento, sobre a história da Campanha da Mãe Peregrina, que traz o título: "Um único homem pode mover o mundo". Existe um segundo vídeo que se chama: Herói hoje. Assim, as pessoas já foram motivadas e introduzidas no grande acontecimento. Uma corrente mariana que nasceu no Santuário TaborNo domingo, já pelas 4 horas da manhã anunciava o badalar do sino do Santuário a chegada do primeiro ônibus de peregrinos. Ao todo chegaram cerca de 145, totalizando aproximadamente 10 mil pessoas presentes. A celebração jubilar constava de duas partes. Pela manhã realizou-se a hora festiva no Clube Esportivo Dores, que fica uns l5 minutos à pé distante do Santuário. Após as saudações e acolhida dos peregrinos, de uma forma bela, profunda e alegre, através de coreografias, canções e músicas, foi apresentada a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, desde o início até hoje. Uma imagem peregrina com mais de cinco metros de altura adornava o palco. Percebia-se a compenetração e até a emoção das pessoas, que acompanhavam tudo muito atentamente. Especialmente profundos foram os momentos em que encenaram no palco o início da Campanha, quando Irmã M. Teresinha (Irmã de Maria) entregou a primeira imagem da MTA ao Sr. João, no Ano Mariano de 1950. Depois, a entrada solene da Mãe Peregrina Original, contornada por um coração feito de flores vivas e ciprestes, foi um momento de emoção e vibração. No momento em que entrou a Peregrina Original, uma chuva de pétalas a saudou, enquanto o povo aplaudia. A gente podia perceber o vivo e palpitante amor à Maria do povo brasileiro e também do povo latino-americano. Por fim, foi conduzida ao palco uma grande foto do Sr. João com a Mãe Peregrina, que foi colocada ao lado da foto do nosso Pai, que já estava lindamente ornamentada no palco, desde o início. O Sr. João foi apresentado como o "aluninho do Pe. Kentenich", como ele mesmo se denominava. Frases importantes pronunciadas pelo Sr. João foram escritas em cartazes e colocadas em diversos locais. Uma delas é: "Minha vocação nasceu no Santuário". Pequenos textos explicativos eram lidos por dois locutores. Estes momentos de reflexão e coreografias eram intercalados com cantos do Pe. Antônio Borges e também do grupo de cantores do Movimento que animava a platéia a cantar junto. Pe. Antonio Maria cantou várias músicas cujas letras falam do trabalho desenvolvido por este homem simples, que considerava-se um "burrinho de Maria" a levar Jesus e Maria ao mundo, mas que desenvolveu um trabalho, presente hoje nos cinco continentes. São mais de 150.000 imagens que percorrem as famílias levando a Mãe de Deus para dentro dos lares e unindo pais e filhos em torno da oração do terço. Por fim, algumas pessoas deram seu testemunho de como a Mãe de Deus as chamou, como se comprometeram com a Campanha da Mãe Peregrina e como experimentam o seu atuar nas almas, o que comprova que esta corrente mariana que nasceu no Santuário estava no plano de Deus desta forma. Havia um clima profundo, familiar, de muita alegria e gratidão. A gente podia sentir que todos os que ali estavam eram realmente devotos, pessoas comprometidas com a Campanha e interessadas em saber mais e vivenciar profundamente este acontecimento como uma hora de graças. "Ameaçados por tempestades em nossa fé"À tarde, às 14:30, realizou-se a S. Missa de ação de graças ao ar livre, diante do Santuário. Mas aí a Mãe de Deus provou duramente a fé e a confiança, enviando um vento tempestuoso e chuva, assim que muitas pessoas, apesar da boa vontade, tiveram que se retirar do local. A santa Missa foi celebrada por nosso Bispo Diocesano, Dom Ivo Lorscheiter e concelebrada por cerca de 15 sacerdotes, vindos dos mais diversos lugares. Apesar da chuva e do vento forte, o Sr. Bispo estava muito animado e não queria retirar-se dali. Porém, a partir do momento da Consagração, os celebrantes tiveram que entrar no Santuário por causa da chuva, e permaneceram lá até o final. Mas a Mãe ainda cuidou que os aparelhos de som funcionaram até o fim, de modo que todos puderam acompanhar as orações do Sr. Bispo. Até este momento, Dom Ivo rezou tudo bem tranqüilamente sem se importar com a tempestade, e fez um belo sermão, no qual agradeceu pelo que o Sr. João fez através da Campanha da Mãe Peregrina, contou sobre o andamento do processo de canonização, que está praticamente encerrado a nível diocesano e agora só aguarda o "sinal de Deus", o milagre. Ele estimulou as pessoas a serem continuadores desta missão, como evangelizados e evangelizadores. E, no final da s. Missa, aludindo ao tempo, disse: :"Assim também acontece na nossa vida, somos ameaçados por tempestades em nossa fé, mas não devemos ter medo, temos que permanecer firmes". No final da celebração, a Mãe Peregrina foi novamente coroada pelo Sr. Bispo e todos juntos rezarem uma oração de envio para os novos 50 anos. Uma Irmã contou:"Ficamos admiradas com a piedade das pessoas, e que muitas não se importaram com a chuva e o vento e simplesmente permaneceram ali rezando até o fim. Para elas era muito natural suportar isto, para fazer sacrifício." Outra pessoa conta: "O Sr. João suportou chuva, vento e tempestades muitas vezes ao longo de sua peregrinação, e nunca desanimou." "Aqui é bom estar!"Impressionou também a observação de como as pessoas amam a Mãe e manifestam este amor de tantas formas: trouxeram flores, velas, cartazes, bilhetes com pedidos e contribuições para o Capital de Graças, e algumas subiram de joelhos desde o portão de entrada até o Santuário. E todos queriam entrar no Santuário, o que era quase impossível. Ali elas expressavam seu amor e suas aflições, rezando, cantando ou mesmo chorando, especialmente aqueles que, depois de longos anos de espera, chegaram aqui pela primeira vez. Era muito bonito observar suas exclamações. Muitas dizem, literalmente: "Aqui é bom estar!" ou, "Aqui é um pedacinho do céu!", ou "Que lugar especial!"... Foi um bonito dia onde todos puderam agradecer a Deus por tão importante missão evangelizadora e comprovar o que disse o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich: "No trabalho do Sr. Pozzobon se faz visivelmente realidade o que dizia Vicente Palotti: 'Ela é a Grande Missionária, Ela fará milagres.'" João Luiz Pozzobon, uma vida dedicada à evangelizaçãoO Diácono João Luiz Pozzobon nasceu no Vale Vêneto, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, a 12 de dezembro de 1904. Procedente de família profundamente religiosa, encontrou no Santuário de Schoenstatt e em contato pessoal com o Pe. José Kentenich, um novo sentido para sua vida. O Santuário era seu lugar predileto de oração. A 10 de setembro de 1950 recebeu da Ir. M. Terezinha Gobbo a imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, com a qual peregrinou, no ombro, ao longo de 35 fecundos anos, 140.000 Km, visitando famílias, escolas, hospitais, presídios e paróquias e incentivando a oração do terço. Nada o impedia de peregrinar: calor, poeira, geadas, chuvas, enchentes. A vida do Diácono João Pozzobon como esposo e pai foi um testemunho de fidelidade, amor e dedicação. Era abnegado, humilde, piedoso, honesto e caridoso. Teve especial amor às famílias pobres, construiu-lhes uma vila de moradia gratuita, ajudou-os na alimentação, encaminhou muitos à prática dos sacramentos e a participar da vida da Igreja. Em 04.08.1951, João Pozzobon recebe a bênçãodo Pe. Kentenich, para ele pessoalmente e seu apostolado. Em 11.04.1968Pe. Kentenich expressou-se frente ao Sr. Germano Arendes: "Perceba comotodas as forças fundamentais de Schoenstatt se tornam eficazes noapostolado do Sr. João". Para favorecer o trabalho apostólico do Sr. João, a 30 de dezembro de 1972, Dom Érico Ferrari o ordenou Diácono Permanente da Diocese de Santa Maria, na Capela Nossa Senhora das Graças, construída com sua colaboração. Em 1979, o Sr. Joao visitou Schoenstatt e Roma e a Campanha foi tomando dimensão universal. Na manhã de 27 de junho de 1985, no ano do Centenário do nascimento do Pe. José Kentenich, o Diácono João Luiz Pozzobon foi colhido por um caminhão em meio a uma espessa neblina, enquanto se dirigia ao Santuário de Schoenstatt para participar da Santa Missa, como fazia todos os dias. O céu ganhava mais um aliado. Suas últimas palavras foram: "Misericórdia, Senhor! Mãe, misercórdia. Eu vou morrer me ajudem, eu não posso mais!" Sua vida exemplar levou D. Ivo Lorscheiter a abrir, solenemente, no dia 12 de dezembro de 1994, a causa de sua beatificação. Quando o Diácono João Pozzobon faleceu, haviam 2.750 imagens da Mãe de Deus peregrinando nas famílias. Hoje são mais de 150.000. A semente caiu na terra e frutificou.
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Letzte Aktualisierung: 03.10.2000 13:14 Mail: Redaktion
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