Posted On 2016-10-26 In Schoenstatteanos

Um grande coração para os sacerdotes – Requiem por Monsenhor Hermann Gebert

ALEMANHA, Claudia e Heinrich Brehm •

Mais de 60 sacerdotes das três comunidades sacerdotais de Schoenstatt, membros do Conselho Internacional da Família de Schoenstatt e membros das distintas comunidades schoenstattianas, assim como familiares da Selva Negra chegaram no dia 10 de outubro de 2016 à Igreja da Adoração do Monte Schoenstatt em Vallendar, para estarem presentes no funeral de Monsenhor Hermann Gebert. O antigo superior geral do Instituto de Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt faleceu no mesmo dia em que faleceu José Engling, num 4 de outubro, depois de uma longa doença. O Arcebispo emérito Dr. Robert Zollitsch, de Friburgo, presidiu à missa de exéquias e pregou para o seu irmão de comunidade, “quem sempre se viu a si mesmo como servidor de Cristo, disposto a servir na Igreja, como servidor das pessoas…”

Nascido em 30 de agosto de 1929, em Schramberg, Hermann Gebert conheceu Schoenstatt como estudante secundário, explicou o Arcebispo Zollitsch. Especialmente fascinou-o a frase do Pe. Kentenich: “Sob a proteção de Maria queremos aprender a educar-nos a nós mesmos, para chegar a ser personalidades fortes, livres e sacerdotais”. Desde a sua infância esteve vinculado a Maria, a qual foi para ele modelo e educadora, e quem o conduziu, como ele próprio o reconheceu, pelo caminho da sua vocação sacerdotal.

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Dedicado e com sensibilidade

O seu coração acolhia cada pessoa concreta, disse Zollitsch. O seu coração inclinava-se especialmente pelos sacerdotes. A maior parte do tempo do seu serviço era-lhes destinado. Um ano após a sua ordenação sacerdotal foi chamado ao Seminário em Rottenburg como ajudante, e depois como docente e vice-reitor. Ao mesmo tempo, trabalhava dirigindo e animando um círculo interno da sua comunidade em Schoenstatt: durante dez anos foi o responsável da comunidade jovem. Posteriormente, e aos18 anos, foi Reitor geral do Instituto de Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt. Com sensibilidade e com muito tato, teve a tarefa de reunificar as distintas gerações da sua comunidade, procurando sempre orientar o seu atuar de acordo com o fundador, o Pe. José Kentenich, a quem visitou em Milwaukee no ano 1964, procurando compreendê-lo a ele e às suas intenções de forma direta, sem filtros. Zollitsch acrescentou: depois desta visita, o Pe. Kentenich falou acerca de um “vice-reitor” desperto, interessado, dedicado às pessoas, e mostrou-se satisfeito pela sua eleição como responsável do “jovem instituto”.

Anos de construção interior e exterior.

Seguiram-se anos de construção interior e exterior da comunidade dos sacerdotes diocesanos. A esta etapa pertence também o compromisso com Belmonte, o Centro internacional schoenstattiano em Roma, e a construção do santuário dos sacerdotes e da casa dos sacerdotes no Monte Moriah, em Schoenstatt. Contudo, segundo disse o Arcebispo Zollitsch, “o seu coração não pertencia nem às estruturas nem às construções. O seu coração pertencia aos seus irmãos de comunidade”, ao acompanhamento espiritual, aos sacerdotes que participavam em cursos e seminários, assim como também em incontáveis conversas individuais. Nisto Hermann Gebert tinha sempre um olhar que abarcava para lá da sua própria comunidade, por exemplo, os membros da Liga de sacerdotes, ou os irmãos recém-chegados da América do Sul.

Rosto da comunidade

Ele transformou-se no rosto da comunidade, sobretudo para os sacerdotes de Schoenstatt da América do Sul. De igual forma, devido à sua longa participação no Congresso Internacional da Família de Schoenstatt, converteu-se num rosto de Schoenstatt.

Na sua primeira missa que celebrou como neosacerdote em Schoenstatt, Hermann Gebert encontrou-se com jovens sacerdotes do grupo schoenstattiano de Karl Leisner. “Não conheço outra pessoa que o tenha fascinado tanto e com quem se tenha relacionado tão pessoalmente como com Karl Leisner”, sublinhou o Arcebispo Zollitsch. O seu livro: “História de uma vocação”, acerca da vida e morte de Karl Leisner mostra que para ele, Karl Leisner se tinha convertido não só num amigo, mas também num lutador fascinante e num modelo para o o seu próprio seguimento de Jesus Cristo. Uma quarta parte do livro sobre Karl Leisner dedica Gebert ao tema “sacrifício e imolação”. “O sacerdote não oferece apenas o sacrifício, mas envolve-se no sacrifício de Cristo, e converte-se ele próprio em oferenda.”. Assim descreve Zollitsch a atitude de Leisner, que Hermann Gebert tornou sua e que marcou especialmente os seus últimos anos de vida.

O mistério da semente

No ano 2010, um grave derrame cerebral deixa-o sem poder falar. A  partir desse momento Gebert depende completamente da ajuda e cuidados de outros, que lhes prestaram com muito esmero na unidade de cuidados especiais das Senhoras de Schoenstatt no Monte Regina. Zollitsch acrescenta que assim se manifesta claramente na sua vida o mistério da semente: ser uno com Jesus Cristo no sofrimento e na morte, como caminho de vida. “Despedimo-nos de Hermann Gebert com um coração cheio de gratidão por todas as forças e capacidades que colocou à disposição da comunidade e que marcaram o rosto interior da nossa comunidade”.

Exemplo de amor e entrega sacerdotal.

O Pe. Catoggio, na sua saudação, “em nome da comunidade dos Padres de Schoenstatt e do Conselho Internacional da Família de Schoenstatt”, mencionou o modo simples, humilde, digno e amável de Hermann Gebert, com que recebia e dava as boas-vindas a todos. Disse ainda que ele contribuiu muito para que Schoenstatt se abrisse amplamente e se internacionalizasse, convertendo-se num lugar onde se chega com agrado”. Gebert irradiava muito amor pelo pai e  fundador, o Pe. Kentenich. Ao estar perto dele também nos sentíamos próximos do Pe. Kentenich. E o Pe. Catoggio diz que para ele, Hermann Gebert é um exemplo de amor e entrega sacerdotal, e o rosto amável e atraente de Schoenstatt”.

A última conversa que tive com ele girou em torno de Karl Leisner. Por isso agora pede que a curta vida sacerdotal de Karl Leisner e a longa vida sacerdotal de Hermann Gebert atraiam muitos jovens e que ele, do céu, continue a atuar no sentido da sua missão de vida.

Funeral no Monte Moriah

Hermann Gebert encontrou o lugar do seu último repouso no pequeno cemitério da comunidade no Monte Moriah, mais abaixo da casa paterna da sua comunidade. No encontro que se seguiu, um dos seus sobrinhos projetou várias fotos, das várias passagens da sua rica e fecunda vida sacerdotal.

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Fonte: schoenstatt.de, con gentil autorização Foto acima: Brehm. Foto abaixo: Neiser

Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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