ALEMANHA, por Birgit Brömmel •
Estava um dia nublado, mas a minha amiga e eu não queríamos que nada nem ninguém nos fizesse mudar de ideias quanto ao nosso propósito. A viagem ao lugar de peregrinação de Kevelaer tinha sido planeada há muito tempo e essas poucas nuvens não iam atrapalhar o nosso projeto, sobretudo porque do local de onde vinha a minha amiga estava um sol radioso. E assim fomos, sem guarda-chuva nem casaco…
Desta maneira iniciámos a nossa peregrinação. Quanto mais nos aproximávamos de Kevelaer, mais chovia. Ainda não tínhamos alcançado a nossa meta e dizíamos uma à outra: a esperança é a última a morrer.
Quando chegámos, “chovia a cântaros”. O que vamos fazer agora? Completamente molhadas da cabeça aos pés parecíamos “ratinhos”. A ideia de nos sentarmos na Capela das Graças e depois irmos tomar uma refeição deliciosa parecia possível, mas devido à minha mobilidade limitada, a calçada de Kevelaer, molhada e coberta de folhas de outono, converteu-se em algo muito perigoso. Refletimos por um momento enquanto não parava de chover. Não havia outra alternativa: regressar.
E agora? Tirar o melhor partido da situação!
Durante o caminho pensámos o que poderíamos fazer para que este dia, apesar de tudo, fosse bem passado. Comer algo delicioso, poderíamos fazê-lo também na minha cidade, mas a confissão teria que esperar algumas semanas, uma pena.
Eu tinha encomendado na minha livraria preferida de Kevelaer dois livros. “Einer muss sie tragen” (Alguém tinha que ir buscá-los) era o título do livro e eu tinha planeado oferecer um exemplar. O livro sobre a Fackellauf, a corrida de tochas. Claro que poderia ter encomendado o livro diretamente à editora, mas era mais apostólico fazê-lo através da livraria.
Que fazer?
Voltar já não podíamos porque continuava a chover.
Fomos para casa e telefonei de lá para a livraria em Kevelaer pedindo que me guardassem os livros.
A nossa próxima visita a Kevelaer será, provavelmente, em finais de outubro e até essa data não será problema reservarem os livros. E se já estivessem na montra e tivesse que voltar a encomendá-los, tanto melhor!
Desde já alegro-me muito pela nossa próxima viagem a Kevelaer – oxalá com melhor tempo e com uma boa conversa na livraria!