Posted On 2010-07-16 In Schoenstatteanos

O confessor do sorriso regressou à casa eterna

P. Johannes Weikamp +Padre Peter Nöthen/mkf. Muitos o conheceram e o recordam com gratidão como seu confessor. Um casal o chamou espontaneamente “nosso confessor sorridente” quando souberam do seu falecimento. O Padre Johannes Andreas Weikamp morreu no domingo, 27 de Junho deste ano, e seu velório foi no sábado, 3 de Julho, às 10h30 na Igreja de Peregrinos em Schoenstatt, onde ele passou seus últimos anos como confessor, intermediando o amor e a misericórdia de Deus a uma grande quantidade de pessoas.

 

 

O Padre Weikamp falava muitas vezes de sua vida aos seus irmãos. Alegremente utilizava as datas especiais para comemorar com sua comunidade. Não era uma manifestação de vaidade, mas sim a alegria ingênua de uma vida feliz, cercada pelo amor aos povos e, finalmente, a benevolência da Divina Providência. A gratidão expressa em seu permanente e maravilhoso sorriso.

Uma infância protegida

Sua vida pode ser definida em quatro períodos marcantes. Filho de Bernhard e Josefine Weikamp,nasceu em Bocholt no dia 29 de novembro de 1926 e foi batizado no dia seguinte, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora. A sua família participou muitas vezes do sacramento do batismo. Antes dele, sua mãe trouxe dez filhos ao mundo, embora apenas três deles sobreviveram à infância dos dias da Primeira Guerra Mundial e do tempo que seguiu. Junto a sua irmã Maria, dois anos mais velha, e seu irmão Willi, dez anos mais velho, cresceu como uma criança cercada de amor. Nunca faltou o amor, nem sequer durante a II Guerra Mundial, período em que terminou seus estudos e se matriculou, em 1945, no Ginásio de Bocholt. Mesmo visto de outra forma, este tempo serviu de base sólida para seu trabalho posterior. Não foi chamado ao serviço militar antes do fim da II Guerra Mundial.

Vocação

Em 1945, quando tinha que tomar uma decisão sobre seu futuro, o Padre Heinrich Struth, sacerdote de Schoenstatt, o falou sobre Schoenstatt e os Padres Pallotinos. Após uma viagem cheia de aventuras a Schoenstatt, reuniu-se com o Padre Alex Menninger. Décadas mais tarde, o Padre Weikamp ria alegremente da forma como Padre Menninger usou a informação errada: ele pensou que Johannes queria entrar para o noviciado Pallotino. Embora a idéia não tenha passado pela sua cabeça, Johannes a seguiu, e assim começou o segundo período de sua vida (1947-1948) no Noviciado Pallotino de Olpe.

Seguiu seus estudos no Colégio Pallotino de Schoenstatt, onde Johannes assimilou as matérias, mas, sobretudo, a espiritualidade mariana de Schoenstatt. Conscientemente, tomou como um dom da Providência de Deus, o fato de ter sido enviado a um lugar de graças de Maria. Com um grande senso Pe. Johannes Weikamp, sempre com um sorriso no rostode humor, gostava de contar sobre um encontro com Padre Kentenich, que o perguntou sobre o andamento de seus estudos. Quando Johannes respondeu que em breve seria ordenado padre, o Padre Kentenich se surpreendeu com sua juventude e brincou com ele sobre isso. Padre Weikamp resumiu a experiência de sua vida com uma observação profunda: “Eu sempre fui jovem e minha vida foi conduzida com um objetivo, eu só tive que dizer ‘sim’, como a Santíssima Virgem na Anunciação.” Ao longo da sua vida se manteve muito grato e unido à comunidade Pallotina, a quem devia seus estudos. Mesmo durante seus últimos anos de vida e afetado por problemas de saúde, não deixou de viajar a Schoenstatt a Limburgo para assistir ao funeral de um irmão de comunidade.

África do Sul

O Padre Johannes foi ordenado sacerdote em 27 de Julho de 1952 pelo Bispo Bernhard Stein, de Trier. Em maio de 1953 viajou para as missões na África do Sul. Foi fácil para ele aprender inglês e seu dialeto de origem (ele veio da Renânia do Norte) o ajudou a dominar rapidamente o africano. Com esta preparação, passou a primeira época de seu fecundo sacerdócio, de 1955 a 1970, em Hot Spring. Até sua morte, aproveitou cada oportunidade para comparar suas experiências recentes com estes quinze anos e tirar suas próprias conclusões. Seu interesse se centrou em dois grupos muito distintos: como um missionário clássico, trabalhando junto com os irmãos pallotinos, e como sacerdote entregue aos problemas de seu povo – também se ocupou com problemas matrimoniais – amou aos africanos e aos negros com carinho e sinceridade.

Junto a Irmã Laetitia, Irmã de Maria de Schoenstatt, sua dedicação e carinho o entregou a uma comunidade de Irmãs fundadas pelo Bispo Bruno Hippel SAC, que queria assimilar-las as Irmãs de Maria. Em 1965, quando se fundou a Comunidade dos Padres de Schoenstatt, soube imediatamente que era sua vocação. No entanto, em uma conversa com o Padre Kentenich em Schoenstatt, prometeu manter-se com as Irmãs da África do Sul até que o padre solucionasse o problema, visitando a África do Sul novamente. No entanto, o sucessor do Bispo Manfred Gottschalk SAC, Monsenhor Skin, terminou inesperadamente com a experiência das Irmãs no local. Juntamente com a morte do Padre Kentenich, em 1968, marcou uma mudança brusca na vida do Padre Weikamp. Considerado concluído seu trabalho na África do Sul (duas das irmãs da comunidade local tinham entrado no Instituto das Irmãs de Maria) ele voltou a Schoenstatt, onde se juntou a nova comunidade dos Padres de Schoenstatt.

Confessor em Schoenstatt

A quarta e mais longa época da vida do Padre Weikamp foi vivida em Schoenstatt, trabalhando ali com os Padres de Schoenstatt. Por mais de 30 anos se dedicou quase exclusivamente aos peregrinos exercendo a pastoral da confissão. Por anos, o podia ver por Schoenstatt em sua bicicleta, sorrindo e saudando a todos em seu caminho ao confessionário, desde o Santuário Original, que visitava todos os dias. Só quando tinha oitenta anos de idade e suas forças começaram a falhar, teve que parar seu trabalho de aconselhamento e perdão em nome do nosso Senhor. O resto de sua vida terrena foi dedicado ao apostolado da correspondência, recebendo todos os pedidos a Nossa Senhora, no Santuário Sião.

Em seus últimos dias de vida, teve que enfrentar deficiências físicas e em parte também uma deterioração mental. Ele ficou surpreso e não conseguia entender porque não podia fazer bem muitas coisas. Pouco a pouco, ele entendeu que não havia maneiras de nenhum médico ajudá-lo. Foi enfraquecendo e em dezembro, foi necessário mudar para uma casa de repouso. Graças a Deus foi possível encontrar um lugar para ele em Schoenstatt, tornando menos difícil para ele aceitar a transferência. Nossos sinceros agradecimentos a cada uma das pessoas que o ajudaram, nesta última parte de sua jornada.

No sábado, 26 de junho, foi necessário chamar os serviços de emergência, pois estava com dificuldades respiratórias e teve que ser transferido a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Militar de Coblença. Ali foi diagnosticada uma paralisia intestinal, provavelmente provocada pelo mal de Parkinson. Foi realizada uma cirurgia de emergência, mas estava muito debilitado e faleceu na mesa de cirurgia.

Que o Pai Celestial receba com um sorriso o Padre Johannes Weikamp e lhe permita compartilhar, com sua alegria de filho, celebrar as glórias do céu!

Tradução: Priscila Bernardo, São Paulo – Brasil

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