Posted On 2010-01-12 In Schoenstatteanos

Jere Ruiz: um coração missionário

Jere Ruíz con su noviaARGENTINA, Juan Barbosa. A tarde de 16 de dezembro derradeiro foi a tarde mais penosa de toda a história da Juventude Masculina de Schoenstatt, de Córdoba: um dos seus membros mais engajados e queridos, Jeremias Ruíz, “o Jere”, como foi e continuará a ser por todos chamado”, regressou à casa do Pai, com a idade de 25 anos. Sua morte foi tanto inesperada quanto repentina. Em seis horas, um aneurisma cerebral levou-o a óbito, permitindo-lhe, não obstante, fazê-lo em paz com Deus, confortado com a recepção da Unção dos Enfermos e na companhia de familiares e de amigos mais chegados.


Jere Ruíz con la Peregrina, en Chilecito

Alegre, próximo e pragmático

Com estas três palavras que traçam sua personalidade, o Pe. Marcelo Gallardo, da Comunidade dos Padres de Schoenstatt e seu diretor espiritual, descreve Jere Ruíz, acrescentando que a perseverança e empenho foram dois dons peculiares nele notáveis, de modo particular na hora do empenho apostólico, algo que tanto amava.

Alianza de Amor (jere: segundo de izq.) - Foto: JM CordobaJá noivo de sua inseparável Mechu Aliaga, Jere ingressou na Juventude Masculina de Schoenstatt, onde veio a descobrir seu segundo grande amor: Maria Santíssima. Com ela selou, em 22 de novembro de 2003, a Aliança de Amor, que foi o ponto de partida de todo o seu empenho apostólico. No Santuário da Vida e da Esperança, situado na Colina das Rosas, Córdoba, prometeu à Senhora de Schoenstatt sua fidelidade , seu empenho apostólico, assim quanto o esforço pela santificação da vida diária. Em sua oração de consagração pediu a Nossa Senhora luz para dar o melhor de si mesmo em todas as áreas, segundo os desígnios de Deus.

“Jere foi um dom incrível”, assim disse o Pe. Marcelo Gallardo, “onde ele se encontrava, estava com todo o seu vigor. E onde quer que estivesse, “criava aí lar”, porque irradiava uma forte presença, podendo assim estacionar seu R6* ao lado dos carros mais luxosos, sem perde sua grande auto-estima, vivida com grande humildade.”

Uma história de amor

Aliados en el SantuarioNos 8 anos de inseparável noivado com Mechu, ambos não deixaram de cultivar, nem um único dia, seu amor a Maria Santíssima. Compartilhavam sonhos e ideais sumamente elevados tanto em relação a si mesmos quanto ao noivado, levando-os avante com santidade e com profundo compromisso com eles e com os demais. Não se encerraram entre si, senão cultivaram profundamente seu amor, irradiando-o aos demais, assim em imagem quanto em atos concretos.

Ambos foram profundamente missionários, a tal ponto que Jere chegou a dizer que durante anos havia nutrido o sonho de ser um dia dirigente das Missões “Guadium Mariae”. Guadium Marie – Alegria de Maria – é o nome das missões que a Juventude de Schoenstatt, de Córdoba efetua todos anos no verão, sendo este ano o sétimo ano consecutivo, contanto com a presença de 180 jovens. E desta vez teria sido ele o chefe, não por ter sido por ele mesmo proposto, senão que havia sido escolhido pelo próprio grupo, dado seu alto consenso no grupo. Ele queria dar o melhor de si a uma Comunidade Missionária.”Capitalario de las misiones GM7

Outra paixão sua foi o canto, bem como o canto folclórico tradicional, sendo integrante de um conhecido grupo folclórico Los Nogales, de quem sentia um profundo orgulho. Fotos e CDs de amigos seus o rodeiam em vida assim quanto na reta final de sua caminhada terrena.

Seus amigos relatam de sua permanente escuta ativa. Sua natural disposição para a ação e seu coração aberto aos demais – por isso o título deste artigo : “Jere Ruíz: um coração missionário – o impulsionavam sempre a solucionar qualquer eventualidade que se apresentava, tanto o é com os seus amigos quanto com o seu grupo missionário. Não é em vão que as duas comunidades a que pertencia trazem o nome que bem descrevem quem era Jere”, assim prossegue o Pe. Marcelo Gallardo. “Cor unum (um coração missionário) o nome de seu grupo nas missões e Magis (mais), o Ideal de seu grupo de vida.”

Rumo ao Pai

Na manhã de 16 de dezembro derradeiro, Jere sentiu repentinamente em seu trabalho – que pretendia em breve deixar para concluir seu curso de Agronomia -fortes dores de cabeça; dado estas não haverem melhorado, levaram-no para a emergência, havendo sido de imediato internado na UTI do hospital onde seu pai é médico-chefe do grupo de neurocirurgiões.

Perfeitamente consciente, Jere recebeu a visita de seus familiares, amigos e do Pe. Marcelo Gallardo. Transcorrida uma profunda conversa entre ambos, o Pe. Marcelo administrou-lhe o sacramento da Unção dos Enfermos, e Jere ainda pôde desfrutar um “belo encontro com seus irmãos da “J.M.”, como os mesmos jovens chamam a Juventude Masculina de Schoenstatt; enquanto estes renovavam a Aliança de Amor e repetiam pela última vez com Jere o lema das missões – Rainha de Chilecito, nós ardemos por tua Missão”, Jere entrou em coma, e dele já não saiu….

Santuario de la Vida y de la Esperanza, Córdoba - Foto: BarbosaSua querida MTA manifestou-se qual Rainha sua mediante um oferecimento que o Pe. Marcelo Gallardo havia feito espontaneamente a seu pai: a despedida no Santuário, Santuário esse que Jere tanto havia amado. A cerimônia ficou a cargo da Juventude Masculina, qual forma de acompanhar seu Ícone. Sem dúvida alguma, o Pe. Marcelo Gallardo assim o definiu: “Agradeço a Nossa Senhora que neste ano da coroação haja tido a delicadeza de dar-nos um ícone: uma verdadeira e real personificação da juventude missionária na figura de Jere. Sem dúvida alguma, viveu em constante luta pela santidade e em permanente serviço aos demais; pois foi isto que ele almejou para sua vida.” Em derradeira visita sua ao Santuário, Jere jazia aos pés do altar, sob o olhar de sua Rainha e diante do Santíssimo exposto, constantemente acompanhado por muitas dezenas de jovens, e ao longo da noite por algumas centenas.

Ele não nos deixa. Ele parte conosco para as missões

Duas celebrações eucarísticas marcam a despedida final: em 16 de dezembro à noite, centenas de pessoas se reuniram ao redor do altar para despedir-se dele, e no dia seguinte às 16:00h, hora em que se aguardou a chegada de sua mãe, de uma viagem empreendida a Espanha. ” A Missa de Exéquias”, no dizer do Pe. Marcelo, ” foi , na verdade, uma Missa de ENVIO.” Como Reitor das Missões Gaudium , entregou dois símbolos das missões – o Terço e o Evangelho. O Terço, colocou-o na urna de Jere; e o Evangelho, entregou-o a Mechu Aliaga, noiva de Jere, para fosse ela própria a depositá-lo junto de seu grande amor, para que depois todos juntos enviassem Jere em sua última missão que jamais conhecerá fim. “Jere nos não deixa; ele não vai descansar. Vai trabalhar juntamente com a Rainha que coroamos com a coroa de Schoenstatt e cuidar desta comunidade e de cada missionário no mundo inteiro, a fim de que abram seus corações e peregrinem com Nossa Senhora , em toda a plenitude da glória dela!”

Junto da enorme placa de sinalização que se encontra à entrada do Centro Padre Kentenich ocorreu a despedida final. Por quê justamente aí? Porque, em grande parte, esta aí se encontra por mérito de Jere. Por seu empenho e persistência, levou-se avante a instalação dessa, pois ele mesmo havia assumido com grande zelo a arredação de fundos em prol desta causa. E uma piada graciosa mostra de “corpo inteiro”, como se diz na Argentina, quem era Jere. “Jere tinha um fortíssimo vínculo com o espiritual e natural, o que é necessário para amar e compreender a Deus de todo o coração”, assim comenta o Pe. Marcelo Gallardo. ” Quando surgiu o anseio de uma grande placa de sinalização, foi ele o primeiro a organizar uma rifa. O primeiro prêmio devia ser algo de atraente, portanto, algo tecnológico; o segundo devia ser algo de admirável, portanto, algo espiritual – um grande quadro da MTA. Agora faltava ainda o terceiro prêmio. Jere, sem dúvida alguma, disse: um leitão! E àqueles que não entenderam seu raciocínio, explicou-lhes pacientemente que com esse prêmio dá-se então o vínculo orgânico da natureza e do espiritual na rifa, e com isto ela é schoenstattiana. Talvez esses ainda não hajam entendido nada, mas de fato foi uma verdadeira rifa schoenstattiana!”

No término, Pe. Marcelo Gallardo manifestou seu enorme agradecimento, tanto em seu nome quanto em nome de toda a Juventude, ” à Família de Schoenstatt que nos acompanhou nestas penosas horas de despedida de um amigo. Isto mostrou claramente que Jere não pertencia somente à Juventude Masculina de Schoenstatt , senão que à Família de Schoenstatt , e isto nos revela com toda a convicção de que cada membro é de toda a Família de Schoenstatt, independentemente a que ramo ou comunidade ele pertença.” Por isso, na noite de Natal, encontrava-se junto do presépio do Santuário Original uma estrela com o nome de “Jere”.

Padre, quem era este jovem?

Concluímos esta homenagem com três comentários entre muitos outros que mostram claramente que Jere era alguém especial:

“Sem dúvida alguma, não poderia ser outra pessoa a não ser Jere a quem Nossa Senhora a si chamou, devido à sua coragem e seu sim incondicional.” (Eugenio Méndez, Dirigente da Juventude Universitária de Córdova).

“Temos de empenhar-nos para que o mundo inteiro conheça estes testemunhos. Nossos heróis encontram-se nos livros e não somente neles. Eles vivem entre nós, hoje.” (Uma Irmã de Maria de Schoenstatt).

“Padre, quem é este jovem? Nunca em um funeral de um pessoa pública vi tanta gente; e tampouco, tantas provas de carinho e de profunda dor.” (Um dos motoristas da agência funerária).

El cartel

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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