ESPANHA, Miguel Lasso de la Vega Zamora. Em Roma, Pe. Heinrich Walter nos dizia que, nesses dias, fizemos de Schoenstatt o Paraíso; e que agora era preciso voltar à nossa realidade, ao cotidiano, levando a nossa família e aos nossos amigos tudo o que vivenciamos. Aí está nosso desafio: como colocar os pés sobre a terra, depois de ter estado no Céu, de ter desfrutado o amor de Deus, em um ambiente fraterno? E o mais difícil ainda: como, com palavras e imagens, por muitas que existem, fazer os outros participarem de tudo que sentimos? Como lhes contar em que momento nosso coração vibrou?
Não é fácil, pois mesmo que garantimos que tudo lhes contamos é emocionante, é preciso ter um carisma especial para con-emocionar o outro. Porém, se eu puder contribuir, direi que a mim o que mais me tocou em Roma foi, como Família, entregar nosso centenário ao Papa Francisco e à Igreja; me surpreendi com um Pontífice que nos recebia e nos falava como pai, em um estilo simples e direto, sem meios termos, respondendo às nossas perguntas, estendendo sua mão, acariciando as crianças, incentivando-nos a sair de nossa comodidade para ir às periferias. Com certeza, onde sinto que meu coração vibrou especialmente foi em Schoenstatt.
Não éramos muitos espanhóis ali, durante o Jubileu; muito menos em Roma; porém, onde estivéssemos, éramos notados; existia uma tendência natural de agrupar-se em todas as atividades, vigília, liturgias, renovação da Aliança; e a rir, chorar, cantar, dançar, quando éramos mencionados ou recebíamos uma piscadela especial; enquanto isso, nossas bandeiras eram agitadas. Não se tratava de patriotismo; na verdade, ali afloravam os fortes vínculos de cada comunidade schoenstattiana, alegrando-nos por saber de onde vinham uns e outros, pois na Aliança nos declaramos filhos de uma mesma família que tem em Maria sua Mãe Educadora, e no Padre Kentenich um pai para todos; aquele que, em seu desejo eterno de ser instrumento de Maria, nos espera, sempre nos espera.
Fico com alguns momentos especiais, presentes do Céu, como a irrupção de nossos jovens enquanto cantávamos à sombra do Santuário Original, gritando, pulando, para louvar a Maria com o hino de Franz Reinisch e com mi Reina y mi Señora; passear pelo jardim do pai, apoiar-se onde ele apoiou, sentar-se onde ele se sentou, olhar para onde ele olhou; Mãe, eu estou aqui, entre a multidão da Arena; a procissão do quadro da MTA, na renovação da Aliança, saudada com pétalas, ladeada por bandeiras, “um de nós”, enquanto os sinos, às cinco horas repicavam e as pombas voavam, Maria, luz de esperança; mais beijos e abraços no final; a íntima consagração noturna de alguns poucos, diante das cruzes dos heróis ou perto da janela da arcada do Santuário Original, olhando para Maria; e a bênção final a vários madrilenos no Santuário das Famílias, antes da partida.
Agora, precisamos transmitir tudo o que vimos, tudo que ouvimos, tudo que sentimos. Jesus nos impulsiona, Maria nos impulsiona. Caminhamos nas mãos do Pai e Fundador. Contigo vamos confiantes, Pai, tua Aliança, tua Aliança nossa missão.
Original em espanhol – Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil