ARGENTINA, Lilita e Carlos Ricciardi •
Aqueles de nós que conhecem Marisa e Marcelo Bulfón podem afirmar, com razão, que estão plenamente identificados com Schoenstatt. De La Plata, o seu lugar de residência na Argentina, viajaram de norte a sul e de leste a oeste por todo o país e são conhecidos e admirados pelo seu amor, entrega de si próprios e missão à vida da Igreja e de Schoenstatt. Visitaram também o Chile e a Alemanha, entre outros países, recolhendo ideias que mais tarde aplicaram na sua vida apostólica. —
Durante 25 anos foram secretários da Obra Familiar, uma tarefa que realizaram com muito amor e dedicação. Marcelo faleceu em Dezembro de 2012. Há alguns meses, quando visitámos a Marisa com a María Fischer, ela contou-nos sobre o seu início no Movimento de Schoenstatt na cidade de La Plata, onde se encontra o Santuário da Libertação, como a Irmã Noemí os acompanhou e guiou nos seus primeiros passos de formação em Schoenstatt, a entrega da imagem da Mãe de Deus, a fotografia do Padre Kentenich, a vela e um pequeno lenço… Quando o Padre Kentenich morreu em 1968, eles eram um dos poucos casais que estavam no Movimento de La Plata. Juntamente com Marcelo e a Irmã Noemí que os acompanhou, tiveram o primeiro Santuário-Lar na cidade.
O primeiro Santuário-Lar de La Plata
Marisa disse-nos que nessa altura Marcelo trabalhava muito, também estudava engenharia e que eles faziam muitos sacrifícios para ter uma casa e uma grande família. As Irmãs e os Padres de Schoenstatt sempre os apoiaram nesta fase fundacional da sua vida pessoal e do Movimento. O seu lema era “Ide e encendiai o mundo…”.
Para a sua primeira Aliança de Amor veio o Conselho das Irmãs e, claro, a Mãe de Deus, que se instalou na sua casa juntamente com a presença do Padre Kentenich, e Ela foi a grande inspiradora da sua missão apostólica. Prova disso é a presença do Azulejo da Mãe na entrada da casa na Rua 32, onde viveram durante muitos anos.
Marisa diz-nos que a Santíssima Virgem era parte integrante da casa. Num dos censos populacionais que foi realizado, a recenseadora perguntou: “Quantos vivem na casa? Marcelo respondeu: “o casal e 6 filhos”…e o mais novo acrescentou…e a Mãe!
A sua experiência no Santuário-Lar foi vital para todo o trabalho apostólico que desenvolveram como casal e que Marisa continua a realizar actualmente. O Santuário-Lar, diz Marisa, é algo fundamental na vida de um católico. Não é uma estampinha sagrada, é algo real.
Fundadores da União das Famílias
Foram fundadores da União das Famílias da Argentina em 1983, algo que, desde há muitos anos, desejavam, juntamente com outros irmãos e irmãs na Aliança. Aqueles de nós que tiveram a oportunidade e a graça de partilhar anos da sua vida no Movimento recordam e valorizam a generosa doação de si mesmos que tiveram em Schoenstatt.
Algo que ficará na nossa memória mais profunda são os jantares de quinta-feira com os nossos irmãos do Curso, quando a doença de Marcelo estava muito avançada. Ele sentava-se à cabeceira da mesa e, com um sorriso nos lábios, desfrutava do momento; certamente pensava no que poderia fazer pelo seu amado Schoenstatt.
Marisa lembra-se sempre quando a Irmã Noemí lhes perguntava: “Querem ser Fundadores? Eles nem sequer o imaginavam. Mas ao longo das suas vidas, com a sua frutuosa tarefa apostólica, incendiaram muitos corações e cumpriram a sua missão de levar Schoenstatt à Igreja e ao mundo. O fogo que fluía dos seus corações levou-os a serem instrumentos leais e a cumprirem o seu lema “Ide e incendiai o mundo“.
P/S:Quando fomos tirar uma fotografia da imagem da Mãe Santíssima, encontrámos um cão a ladrar atrás da vedação e para evitar mais problemas, tocámos à campainha e pedimos permissão ao actual dono para tirar uma fotografia da Mãe…e ele respondeu com um sorriso: Sim, com prazer…ELA É BELA!
Original: castelhano (18/3/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal