ARGENTINA, Inés Petiti / Maria Fischer •
Na presença de milhares de peregrinos da cidade e da província de Corrientes, de várias províncias da Argentina, Paraguai, Brasil e Chile, e com muitos mais, presentes via transmissão digital, o tão esperado Santuário de Schoenstatt “Terra de Maria” em Corrientes foi abençoado a 11 de Setembro. —
Como prelúdio à bênção do Santuário, localizado na Rua Güemes, 1411, onde há muitos anos se encontra uma Ermida, no sábado, 10 de Setembro, realizaram-se várias actividades. Às 14 horas, fez-se uma caravana com a imagem de Nossa Senhora de Schoenstatt, a Mater, percorrendo várias Ermidas da cidade, acompanhada por Nossa Senhora de Itatí (a advocação mariana tradicional na província de Corrientes) e uma réplica da Cruz dos Milagres.
À tarde, houve momentos de oração, uma cantata e Missa com a bênção do Tabernáculo do Santuário.
O momento em que se cumpriram todos os sonhos
No Domingo, os peregrinos chegaram muito cedo pela manhã e foram recebidos com muito carinho. A Missa, celebrada pelo Arcebispo Andrés Stanovnik, teve lugar na Escola de Polícia, a apenas dois quarteirões do Santuário, com autoridades provinciais e municipais. Depois houve uma peregrinação ao Santuário onde a imagem da Mater foi entronizada. Mais de 3.000 pessoas de todo o país estiveram presentes, assim como grupos de fiéis do Paraguai, Brasil e Chile. Alguns chegaram em autocarros, outros em carros e mesmo em caravanas de motociclos.
A Missa foi um momento muito especial para todos os presentes, mas sem dúvida o momento mais emocionante foi quando a imagem da Mãe Três Vezes Admirável foi entronizada no Seu Santuário.
Monsenhor Stanovnik, após ter abençoado com água as paredes exteriores e interiores do Santuário e antes de abençoar a imagem da Mater, disse informalmente aos presentes: “Vão preparando o sapucais…” (NR: grito longo e agudo, usado como chamada ou sinal de júbilo, típico da cultura Guarani).
Quando a imagem entrou, vários “sapucais” foram ouvidos enquanto se tocava um chamamé (é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Argentina NT) e muitos lenços brancos eram agitados para saudar a Mater. Depois foi cantado o Hino Nacional Argentino, e começou o grande movimento em direcção ao Santuário, uma vez que cada um dos peregrinos queria entrar e cumprimentar a Mater.
“Sim, estou a chorar. Estou sempre a chorar de felicidade”, comentou Inés Petiti, da cidade de Goya. Partilhou tantas vezes em schoenstatt.org o seu anseio pelo Santuário, as suas viagens a Córdoba ou Buenos Aires para apresentar os documentos com as contribuições para o Capital de Graças da Ermida de Goya. A felicidade de finalmente ter um Santuário por perto é imensa. Como não pensar neste momento, nos primeiros que levaram a Peregrina de Schoenstatt a Corrientes, em Martha Liotti, a fundadora da Campanha para bebés em risco de vida, nos primeiros casais, naqueles que durante anos e anos guardaram as Ermidas da cidade… Neste dia, todos os seus sonhos se cumpriram.
Ainda acredito nisso
Durante muitos anos acompanhei o desejo pelo Santuário e os passos para a sua construção, mas a sua bênção vivi-a a olhar para o pequeno ecrã do meu telemóvel. Eu estava numa sala na casa de acolhimento onde vive a minha irmã, uma schoenstatteana de toda a vida, que teve um grave derrame que apagou grande parte da sua memória e mente, e lhe dificultou falar e mover-se. Ela não compreendia o que se dizia, mas gostou da música e do canto, adorou a banda militar… Até que chegou a hora da entrada do quadro da MTA. Depois de algum tempo de silêncio, disse muito claramente: “Ainda acredito nisso, afinal de contas, ainda acredito nisso”.
O serviço dos membros de Schoenstatt
Devido ao número de pessoas, houve uma organização especial liderada pelos membros do Movimento de Schoenstatt de Corrientes. Acompanhavam pessoas de outras províncias ou países aos locais de alojamento, ofereciam o pequeno-almoço, alguns dedicavam-se a fazer cordões para a entrada e saída das Peregrinas, outros acompanhavam os sacerdotes durante a Eucaristia, e vários ficaram para guardar o Santuário e cuidar da cantina, a apenas dois quarteirões da Escola de Polícia onde a Missa foi celebrada.
Os motoqueiros do Paraguai
Arturo Aguilar é um dos motoqueiros que chegou na sexta-feira vindo do Paraguai. Com os seus casacos de couro pretos com uma imagem da Mãe de Schoenstatt impressa neles, foram eles os que mais chamaram a atenção. Quando a Imagem entrou no Santuário, buzinaram e muitos foram levados às lágrimas.
“Preparamo-nos espiritual e economicamente, é uma bênção ter este momento histórico, que a Mater desça a um lugar e distribua a sua graça. É a coisa mais maravilhosa que pode existir. Como crianças mimadas de Maria, sentimo-nos muito felizes por estar com o povo de Corrientes”, expressou Arturo.
Ao mesmo tempo, relatou que “vamos sempre em peregrinação aos Santuários e também às igrejas”. Somos 18 e viemos em nove motos.
“Os motoqueiros paraguaios são casais missionários da Mater”, comentou Inés. “Com as suas motos, nem sabem o barulho que faziam!
Os Madrugadores
Os “Madrugadores” desta cidade têm-se reunido todos os Domingos nos últimos cinco anos, a partir das 8 da manhã para rezar o Santo Rosário. É uma comunidade de cerca de 50 homens, dos quais 15 a 20 se reúnem regularmente para rezar e os restantes são andorinhas. “Para muitos homens, é a porta de entrada para as comunidades masculinas de Schoenstatt”, explicou um dos seus membros, Ramón Sandoval. “Os Madrugadores são como o jardim-de-infância para entrar no mundo de Schoenstatt. Então, ao descobrirem uma nova forma de viver a fé, cada um deles escolhe se quer entrar para um Ramo masculino ou uma União, ou simplesmente permanecer no Movimento Popular e Peregrino como Madrugadores”, acrescentou Sandoval.
Fazem parte da Coluna Masculina de Schoenstatt, que também é formada em Corrientes pela Juventude Masculina, o Ramo dos Homens, e a União dos Homens. Um dos Madrugadores da província vizinha, Chaco, partilhará a sua experiência da bênção num artigo de que estamos à espera.
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Fotos: Inés Petiti, Goya, Argentina
Na Imprensa:
Original: castelhano (16/9/2022). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal
