Posted On 2020-10-24 In Vida em Aliança

18 de Outubro Belmonte: “de coração a coração e de país a país”

ITÁLIA, Marie- Christine Jeannenot •

A 18 de outubro de 1914, na pequena capela de Schoenstatt (“lugar bonito” em alemão), o Padre Josef Kentenich, juntamente com um grupo de jovens seminaristas, consagrou-se a Maria com “a Aliança de Amor”. Este 18 de outubro de 2020 está um belo dia ensolarado em Roma. Estamos no Centro Internacional de Schoenstatt de Belmonte para o Encontro Nacional do 106º Aniversário da Aliança (houve muitos momentos ricos em testemunhos, adoração, e duas novas Alianças de Amor.—

Para a ocasião contámos também algumas novidades: o início da primeira União italiana de Schoenstatt e a inauguração no final do dia do “armário de Katharina” (“loja de roupa de apoio para mulheres e crianças”). Alguns peregrinos estiveram presentes (de acordo com o regulamento devido ao coronavírus) e graças à ligação por streaming o evento foi alargado a todas as regiões de Itália; ” de coração a coração e de país a país ” é o convite de Schoenstatt Itália este ano.

Uma reflexão sobre o momento histórico da pandemia de Coronavírus

Foi com grande alegria que o Padre Marcelo Cervi, Reitor de Belmonte, saudou e acolheu os peregrinos juntamente com os Padres e Irmãs de Schoenstatt.

O Padre Facundo, responsável pela coordenação do Movimento de Schoenstatt na Itália, saudou também todos os participantes (presentes e em streaming). Seguiu-se uma reflexão sobre o momento histórico da pandemia do coronavírus que começou em Março e que, ainda estamos a viver.

O Padre Facundo convidou-nos a fazermos uma leitura espiritual do nosso tempo, fazendo a seguinte pergunta: “O que temos de aprender neste período? Devemos  responder, pessoalmente, sob a orientação do Padre Kentenich (…) numa leitura espiritual talvez possamos aproveitar esta situação como uma oportunidade para fazermos, a partir de cada casa, um exercício espiritual interior. Face aos perigos há duas tendências: fechar-se em si mesmo ou ter o desejo interior de se abrir (…) devemos abrir-nos não só com a mente mas também com o coração (…) de coração a coração e de país a país”.

“Cada um de nós foi convulsionado no seu pequeno (…) nesta circunstância histórica (do coronavírus) cada um de nós se pôs a si próprio em casa, as casas também se tornaram escritórios”. O Padre Facundo recorda: “Quando houve um momento muito difícil no campo de concentração, o Padre Kentenich coroou Maria “Mãe do Pão”, o Padre Kentenich disse que Nossa Senhora sempre o ajudou (…) coroar Maria significa que tudo depende não só de mim mas também da graça”. Olhando para o quadro de Schoenstatt, acrescentou: “a Mãe de Deus tem a particularidade de nos olhar cara a cara e quer mudar os nossos corações…os gestos de caridade são também muito importantes, para partilhar o pouco que temos e para rezar (…) a Mãe de Deus quer ajudar-nos a fortalecer as nossas relações, as nossas relações numa atitude de abertura”.

A humanidade está a atravessar tempos difíceis devido à pandemia, em todo o lado se fala de crescente contágio, mortes, saúde, crise social e mesmo espiritual…. pessoas e famílias sofrem, há aqueles que perdem um ente querido, aqueles que perdem os seus empregos, aqueles que já não têm nada para se alimentarem ou aos seus filhos… A Itália (como outros países) ficou fechada durante o “lockdown”, o futuro ainda é incerto em muitos aspectos…. mas nestes tempos sombrios ainda podemos ver no Padre Kentenich um profeta do nosso tempo. Conhecia bem o sofrimento humano: esteve fechado num bunker pelos nazistas e encarcerado no campo de concentração de Dachau…mas estava sempre confiante na Divina Providência e atento à voz de Deus nos acontecimentos da história…mesmo fechado num bunker ou numa casa, pode ter-se a liberdade interior dos filhos de Deus.

Maria é “Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt”, especialmente nas dificuldades, coroa-se Maria, como o Padre Kentenich costumava fazer no passado, numa atitude interior de total confiança: Ela educa-nos, acompanha-nos no caminho da santificação diária… porque ela é a nossa Mãe, traz-nos Jesus e sabe do que precisamos. Estes meses durante o “lockdown”, muitos Santuários-Lar italianos coroaram Maria “Rainha da Saúde Física e Espiritual”.

P. Facundo

Pe. Facundo

Nossa Senhora convida-nos a abrir os nossos corações

Monsenhor Sanna, presidente da Pontifícia Academia de Teologia, celebrou missa em Belmonte no dia 18 de outubro. O coro dos Filhos de Santa Maria Imaculada (de Fiumicino) também esteve presente.

Durante a homilia Monsenhor Sanna recordou a importância do “nada sem Ti, nada sem nós” à luz do Evangelho do dia (Mt 22,15-21): “há que dar primazia a Deus mesmo que o mundo seja muitas vezes um mundo sem Deus”. “Deus é amigo do homem, Ele não quer que sejamos insensíveis ao sofrimento dos outros. Deus criou-nos à Sua imagem, nós também somos responsáveis, devemos colocar-nos ao serviço da graça”.

O Pe. Kentenich escreveu algumas orações (recolhidas no livro “Rumo ao Céu”) durante o seu tempo no campo de concentração.

Nossa Senhora convida-nos a abrir os nossos corações nas nossas relações e nas nossas vidas. Deus chama todos e, é neste Espírito de partilha e não de individualismo que, este ano, as famílias schoenstatteanas irão rezar em comunhão com todos, esta oração do Pai Fundador:

“Com gratidão, devolvo os dons de amor
nas tuas bondosas mãos de Mãe
e de coração te peco:
indica-me a maneira
como a distribuição
te dá honra e alegria.

Vem: Medianeira dos dons e graças,
o Senhor e Tu sejam os convidados!
Cria um íntimo vínculo familiar
de coração a coração
e de país a país”. 

(RC 562, 563 – Mãe, Louvo-Te filialmente)

Original: Italiano (22/10/2020). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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