Posted On 2020-04-26 In Vida em Aliança

Organizando armários, apareceu esta foto

ARGENTINA, Tita Ríos, Claudia Echenique •

Neste tempo de quarentena, muitos de nós aproveitámos o tempo para verificar e limpar roupeiros, armários, bibliotecas. E tal como descartamos muitas coisas velhas e em desuso, também recuperamos algumas fotografias, desenhos e textos que evocam histórias e trazem de volta belas recordações. Tita Rios, ao arrumar as coisas na sua casa no Paraná, encontrou uma foto das suas netas quando elas eram pequenas e em que estão em torno da Imagem Auxiliar da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Quando se encontrou “virtualmente” com a sua família durante a Semana Santa, a avó Tita pediu a duas delas, Nadia e Candela, para contarem as suas impressões quando viram esta fotografia vinte anos mais tarde. Estes são os seus testemunhos. —

Nadia: Aprender e ensinar com o Seu amor de mãe

“Olhando para esta imagem, penso que talvez, na altura, não me tenha apercebido quem estava ao meu lado. Hoje olho para ela e digo, ali está a Mater, Ela está ao meu lado, sempre esteve. Desde pequena, como naquela fotografia, e até agora.

E ao longo da minha vida Ela tem estado presente de forma cada vez mais intensa. Gosto de lhe chamar Mãe Maria; é assim que A sinto, como a minha mãe do céu, a mesma que partilho com Jesus. Mas não pensem que sempre a chamei assim, não.

O meu coração foi-A descobrindo ao longo do tempo. Quando comecei o meu apostolado num grupo de solidariedade, vi-A e descobri-A em cada mãe que encontrei numa praça a pedir comida para os seus filhos. Também A vi quando comecei a ir a um lar para mulheres deficientes; lá, A senti em cada abraço e beijo que as raparigas me davam cada vez que as visitava. Mas senti-A, ainda mais, e descobri-A quando fui para um retiro, onde tive de falar de Maria. Aí conheci realmente a Sua vida, a Sua história, mas acima de tudo conheci o Seu amor materno.

Há alguns anos atrás, senti o apelo para fazer o caminho da Aliança. A meio deixei-o, porque senti que não era a minha hora, e não me arrependo disso. Sinto no meu coração que este momento ainda não chegou, e quero estar preparada para quando chegar esse dia, o dia em que me sentirei, verdadeiramente, Sua filha. Sonho com ele e rezo para que assim seja.

Entretanto, no apostolado que agora faço no Lar de Cristo, aprendo com Ela nas pessoas que encontro e também A deixo, através de mim, ensinar. Aprender e ensinar com o seu amor materno.

 

Obrigada, avó, por me encorajares a escrever isto. Nestes tempos, por vezes esquecemo-nos da fé, porque a nossa cabeça está ocupada com muitas preocupações”.

Nadia Taleb Rios, 22 anos, Paraná, Argentina

 Candela: O que significam a Mãe, o Santuário e o Pe. Kentenich na minha vida?

Como é difícil para mim pôr em palavras o que a Mater, o Santuário e o Pe. Kentenich  significam na minha vida. Não sou capaz de precisar quando é que tudo começou, quando é que começaram a conquistar-me. Desde pequena, olhava para a imagem da Mãe que segurava Jesus nos Seus braços e via com ternura, pela minha inocência, o amor de uma mãe pelo seu filho.

Com o tempo, cresci e pude compreender melhor esta imagem, e apreciar não só o amor, mas também os cuidados, a protecção, a preocupação e a vigilância de uma mãe pelo seu filho, uma mãe que sofre com o seu filho e que também é feliz com ele. Não sou mãe, pelo que não consigo explicar tudo o que isso implica. Mas tenho a sorte de conhecer e experimentar na minha própria carne o amor de uma filha, graças à minha mãe, e esse mesmo amor, é o que a Mater reflecte incondicionalmente em mim.

O meu caminho de Aliança começou depois de ter entrado para a faculdade. Decidi estudar um curso que, onde vivo, é muito desacreditado e cheio de preconceitos: Direito. Mas nada é por acaso, foi também quando comecei a frequentar mais o Santuário. Era a altura certa e quando mais precisava. Era uma altura para me reinventar, para mudar e dar um toque especial a todos as tonalidades feias que muitos diziam que este curso tinha.

É incrível a mudança de perspectiva que tive desde que aí comecei a formar-me. Muda o ponto de vista, praticamente, de tudo, já nada é visto da mesma maneira. Antes de selar a Aliança, já tinha a total confiança de me entregar inteiramente nas mãos da Mater e do Seu filho.

Tive também a oportunidade de participar em diferentes apostolados. Graças a isso, pude experimentar e ver com os meus próprios olhos, realidades diversas que desconhecia. Deus colocou no meu caminho pessoas que foram instrumentos indispensáveis para que tudo isto tivesse um trâmite e culminasse com a selagem da minha Aliança de Amor.

Ela está sempre presente e dá-me a Sua mão

Sempre soube que Ela me deu e ainda me dá a Sua mão, que Ela me acompanhou (e continua a fazê-lo) nos caminhos mais escuros que tenho de percorrer hoje.

Obviamente, houve momentos de altos e baixos quando pensei, porque é que isto me está a acontecer? Porque é que nada está a correr bem para mim? Estou a ir na direcção errada? Estou a fazer as coisas mal? E lá estava Ela outra vez.  Quando se está cheio de preocupações, inseguranças e perguntas sem resposta, Ela está lá. Quando fora tudo parece estar um caos, encontrar a paz na alma não é um acidente ou um mérito próprio. É a Mater que está sempre presente.

Iluminada pelo Espírito Santo, que também se tornou um protagonista na minha vida, hoje posso sentir segurança em cada passo que dou. Atrevo-me a viver a liberdade que Deus me deu, formando-me como a mulher que eu quero ser. Atrevo-me a cometer erros, a mostrar-me como sou, a abandonar-me no amor de Deus. Sem perder o eixo, sem perder os princípios e valores que adquiri.

É por isso que hoje, mais do que nunca, reafirmo o meu SIM a Jesus e à Sua Mãe.

Candela Volpe Ríos, 23 anos, Paraná, Argentina

Original: espanhol (20/4/2020). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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