Posted On 2017-08-23 In Vida em Aliança

O meu amado filho nos braços da Mater

PARAGUAI, Silvia Cabañas •

Como se supera a partida de um Filho? É a pergunta que muito frequentemente me fazem. Prefiro utilizar o termo Partida e não a palavra Morte, porque para mim, o meu filho não morreu. Ele só partiu de forma prematura ao encontro do nosso Deus Pai e da nossa Mãe Maria, essa é a convicção que me mantém forte e de pé. É, sobretudo, o que me motiva a lutar contra as minhas próprias debilidades de ser humano e esforçar-me para também eu, no momento que Deus decida, reencontrar-me com o meu amado filho Enzo, e estar todos juntos novamente como Ele mesmo prometeu.

Partiu prematuramente, isso é o que muitas vezes pensamos quando uma criança ou jovem é chamado por Deus. Mas, na verdade, creio que não estamos conscientes de que Deus é o dono único e absoluto das nossas vidas, e portanto pode levá-lo quando Ele decidir. Então, quem somos nós para questionar ou inclusive maldizer quando Ele toma essa decisão?

Não existe dor maior do que ver sofrer um filho

O meu filho teve uma curta vida e uma longa luta para a manter. Em consequência de um sofrimento fetal, ficou com sequelas que o mantiveram lutando no meio de reabilitações, estimulação entre outras terapias, e o que dizer das mais de 9 ou 10 operações que teve, para além de sofrer frequentes quadros respiratórios. Teve uma pneumonia e esteve 4 longos meses internado nos cuidados intensivos, por causa, primeiramente, da pneumonia e depois por outras complicações.

Não existe dor maior do que ver sofrer um filho e não poder fazer nada para o consolar e aliviar essa dor e sofrimento. Foi nesses momentos que me agarrei com mais força à Mater, já que Ela melhor que ninguém conhece essa dor. Fechava os meus olhos e pedia-lhe que tivesse o meu filho nos seus braços amorosos de Mãe, e que o acompanhasse e consolasse em todo o momento, que ele sentisse a sua presença para não se sentir só nem um segundo.

A dor da sua partida ficará para sempre

Os que passaram pela dolorosa experiência de ter um ser querido internado nos cuidados intensivos sabem que só é permitido entrar por alguns minutos por dia para o ver. No meu caso tinha que deixar o meu filho de apenas 6 anos, entre pessoas estranhas para ele, entre aparelhos cheios de luzes e que fazem barulho 24 horas por dia com muitos cabos e tubos ligados ao seu corpo.

O meu filho foi para o céu há um ano e a dor da sua partida ficará para sempre. Foi também muito doloroso explicar a Franco, o seu irmãozinho de 3 anos, que Enzito já não voltaria para casa. Explicámos-lhe da melhor maneira que pudemos para uma criança da sua idade, dissemos-lhe que a Mãe Maria veio junto a ele, agarrou-o nos seus braços e levou-o para o Céu, e que agora ele viveria com o Paizinho do céu, a Mãe Maria e com os outros anjinhos.

Falámos-lhe do bonito e maravilhoso que é esse lugar, e para que todos nós também possamos ir um dia para lá devemos rezar todos os dias, e portar-nos bem como o Paizinho do céu quer.

Quando vamos ao Santuário, ao ver a imagem da Mater com o Menino Jesus nos seus braços, Franco diz-me: “Olha mamã, ali está Enzito nos braços da Mamã Maria”.

 Fonte: Revista Tupãrenda, julho 2017

Original: Espanhol, 19.08.2017. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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