Posted On 2016-11-10 In Vida em Aliança

Cultura de Aliança: cheios de confiança, vamos com ele

Reitor Egon M. Zillekens •

No momento crucial, ninguém tirou uma foto. E isso foi bom, porque assim se procurou e encontrou uma imagem que expressou, talvez melhor do que qualquer outra, o que experimentaram os responsáveis da União de Sacerdotes do território da Alemanha, Suíça, Portugal e República Checa na manhã de 25 de outubro, último dia da sua jornada anual, e a linha a partir da qual, a União de Sacerdotes quer viver. A foto mostra o profeta (o dono da pequena imagem é o Padre Josef Fleischlin), que vai caminhando com este pano de fundo: a Casa Marienau e o Santuário Canaan Patris, que cumprirá 25 anos de vida no próximo mês de fevereiro, apoiado pela vida que brota da fonte. O profeta vai com passo firme e rápido. Tal como fazem os Sacerdotes da União, os que escreveram sobre o ano 2016/2017:

Cultura de Aliança: cheios de confiança, vamos com ele

Experiências bem sucedidas, já que queixas, há suficientes em todo o lado

Só o facto de que sacerdotes, que na sua maioria trabalham no limite em paróquias muito grandes, e apesar disso, encontrarem tempo para assistir a esta jornada e participarem ativamente num ambiente alegre, aberto e fraternal, já é uma boa experiência. A noite de domingo, 23 de outubro, começou com o intercâmbio de experiências bem-sucedidas tanto no âmbito pessoal como no apostólico,  para logo dar lugar à jornada nacional. Queixas há suficientes em todo o lado. Este intercâmbio abriu e plasmou o ambiente para o trabalho dos dias seguintes.

Escutar as vozes do tempo e da alma

Os sacerdotes da União tiveram bastante tempo na segunda-feira para escutar as vozes da alma, primeiro de forma pessoal, depois em pequenos grupos e, finalmente, reunidos no plenário. Quem não conhece realmente o mundo real, não é capaz de o plasmar. As vozes do tempo, dos acontecimentos mundiais, da Igreja, de Schoenstatt, da própria comunidade, são fonte de conhecimento e requisito básico para a ação a partir da fé prática na Divina Providência. Três perguntas serviram de guia para investigar no aspeto pessoal e comunitário:

  • O que acontece no mundo, na Igreja, na União de Sacerdotes?
  • Como quero viver, nesta realidade, como Sacerdote da União?
  • O que quer Deus através de tudo isto?

Com esta realidade que mostra falta de solidariedade, carência de acolhimento, medo, insegurança, injustiça, manipulação, falta de decisões no mundo e na Igreja, como também desinteresse quanto ao tema de Deus, apareceram igualmente temas encorajadores: a manifestação de “Juntos pela Europa” realizada em Munique, o Papa Francisco, o ecumenismo. Um dos participantes resumiu a sua perceção da realidade como a tensão entre a “desumanidade e a misericórdia”. A situação da União de Sacerdotes descreveu-se de forma muito realista para a Alemanha, República Checa, Portugal e Suíça e via-se com alegre surpresa e gratidão o desenvolvimento mundial: em África e na Índia, na América do Sul e no Caribe. Motivo de grande alegria e esperança é um curso de candidatos com cinco jovens sacerdotes da Alemanha e da República Checa e um ideal de curso totalmente atual e dinâmico recentemente descoberto.

A partir da perceção da realidade, surgiram as prioridades que a União de Sacerdotes estabeleceu: predomínio do trabalho pastoral antes do trabalho administrativo nas paróquias, a celebração da Eucaristía como fonte de alegria, o equilíbrio entre trabalho, oração e tempo livre, a solidariedade entre todos os batizados, o ideal e a imagem de Igreja do nosso Pai Fundador, mas sobretudo, a alegria pelo esquema federal da União e o fazer parte da União.

Também se abordou o tema sobre a estrutura da União de Sacerdotes, vinculada localmente e ligada em rede globalmente, como uma das comunidades de Schoenstatt, tema que foi tratado em agosto deste ano em Bujumbura/Burundi durante o encontro internacional de delegados. Ali se falou sobre a nova visão do mundo, a nova configuração cultural, a nova forma de vínculos horizontais, a maior responsabilidade por parte de cada membro e mais espaço para decidir, tal como o Padre Kentenich a  viu desde o início e a anunciou com mais intensidade depois de Dachau. Durante o encontro, alguém a formulou assim: “A União é parecida com a ONU, só que no nosso caso, funciona, já que todos querem esta “ONU” de forma vivificante e não mecanicista, e a sua base forma-se a partir do vínculo livre e federativo dos países (regiões).

Este é o motivo pelo qual a União não tem uma direção internacional no sentido tradicional, mas sim no conselho de chefes de regiões, existe uma espécie de secretaria geral internacional, que elege um “secretário geral”, o qual tem algumas tarefas e representa a União na Presidência Geral de  Schoenstatt. a entidade real da União é e continua a ser a região autónoma. Isto faz com que surja uma verdadeira alegria, alegria de ser União!

E agora em saída

Na segunda-feira à tarde andou-se pelo sítio de obras não planificado da Casa Marienau. Desde há algum tempo, existe na União dos Sacerdotes um grupo de trabalho chamado”Futuro a longo prazo da  Marienau”. As suas deliberações foram aceleradas devido aos danos causados pela inundação em junho passado. A renovação completa que requer o piso de baixo e a atenção dos hóspedes, reduzida agora só ao primeiro piso, confirmam novas perspetivas, antes talvez impensáveis ou pouco viáveis.

Mais tarde procurou-se um lema para o ano. A bandeira com o lema do Movimento de Schoenstatt alemão: “Cultura de Aliança – ele veio e caminhou com eles” não só esteve presente como bandeira, mas também estiveram presentes vários outros temas: audácia e sistema federativo, Cultura de Aliança e como lidar com as tensões, aliança com o Pai, segurança do pêndulo, liberdade, o ser descobridor, o aniversário da reforma luterana, a primazia da vida frente às estruturas, o seu sentido de ser depois de algo ter morrido. A formulação da União de Sacerdotes da Alemanha, Suíça, República Checa e Portugal foi: Cultura de Aliança: cheios de confiança vamos com ele.

Comunidade sacerdotal

Na manhã de 25 de outubro, os participantes da Jornada Nacional reuniram-se na Igreja da Santíssima Trindade e celebraram uma missa solene em torno do altar da última Santa Missa do  Padre Kentenich. Isto recordou o ambiente muito especial que se vive nos mosteiros, onde os sacerdotes se reúnem com as suas vestes litúrgicas para rezar a oração do oficio. Uma comunidade sacerdotal que é una, piedosa e sacerdotal. Como tal, todos se dirigiram até ao túmulo do Padre Kentenich, e depois para esse mundo e essa Igreja, que antes foram observados com tanta intensidade:

Cultura de Aliança: cheios de confiança vamos com ele.

 

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Original: Alemão. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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