Posted On 2016-09-20 In Vida em Aliança

O nosso Santuário “REFÚGIO”

PARAGUAI, Dorys e Jorge Ortigoza •

Corria o ano de 2005, estávamos a participar no retiro sobre o Santuário Lar, do itinerário de iniciação na Obra Familiar de Schoenstatt. Quem deu uma palestra e nos ofereceu o sacramento de reconciliação foi o Padre Déogratias Marahukiro (Burundi). Tocou-nos profundamente tudo o que se falou sobre o Santuário Lar e, ao mesmo tempo, tivemos os dois a ideia de que era o momento de abençoar o nosso. Fomos ter com o Padre Deo, partilhámos com ele a nossa ideia e pedimos-lhe que fizesse a cerimónia da bênção em nossa casa. Ele ficou muito contente e perguntou-nos: Quando…? respondemos-lhe “Quando o senhor Padre puder”. Então tirou a sua agenda e disse: “26 de novembro”. Olhámo-nos e dissemos: “Parece-nos muito bem, já que é o dia em que fazemos anos de casados”.

O porquê de tanta preparação

Começou a conquista espiritual do nosso Santuário Lar. Falámos com os nossos filhos. Pedimos-lhe que cada um elegesse um símbolo e que trabalhasse na sua conquista. Não tínhamos nada ainda mas estávamos felizes de que nesse ano, e em mais ou menos quatro meses, teríamos o nosso santuário-lar Trabalhámos muito para oferecer à Mater o melhor que tínhamos na nossa casa, na nossa família, nas nossas vidas.

E chegou o grande dia. Só convidámos os nossos irmãos de grupo e Nelly Turró para que desse o seu testemunho. Hernán Brugada, Julito Chansin e duas raparigas cantaram lindos cânticos durante a cerimónia. Não soubemos como vieram os chefes de ramo, os assessores, os nossos vizinhos, enfim, foi uma grande festa. A Mater estava a preparar-nos para algo muito grande. Para culminar a cerimónia, entronizámos os nossos símbolos. Enquanto estávamos cantando e recebendo as felicitações dos presentes, tocou o telefone. O irmão do Jorge que estava muito doente tinha entrado em coma. Sem nos despedirmos, saímos de casa e conduzi o mais rápido que pude. Iamos rezando a oração da confiança. Nessa madrugada, o irmão de Jorge retornou a casa do Pai.

Depois de um tempo, entendemos a pressa que tivemos em abençoar o nosso Santuário Lar. A Mater queria preparar-nos para enfrentar a dura prova que aí vinha. Ela queria estar em casa como nossa Mãe, como nossa educadora, como nossa aliada, como a medianeira de todas as graças. Mas necessitava que a nossa casa fosse o seu atelier. Ela precisava de nós uma resposta de amor e de entrega; precisava que reafirmássemos, de alguma maneira, a Aliança que tínhamos selado com Ela,  há um ano. Demos-lhe tudo o que pudemos e ela aceitou estabelecer-se no no nosso lar.

Flores frescas, sempre

Quando os nossos filhos eram pequenos, em frente ao Santuário Lar, faziamos as reuniões familiares, onde cada um avaliava o atuar de todos os membros da família, de modo a ir melhorando as nossas relações. Ali também os rapazes rezavam para os exames do colégio e da universidade. Hoje é o lugar onde vamos para agradecer as bênçãos por já todos serem profissionais e pedimos-lhe a Ela que interceda perante qualquer problema ou dificuldade que surja.

A partir do Santuário, a Mater participa de tudo o que acontece na nossa casa. Ela está com as visitas, nas reuniões, nos almoços ou jantares. Enfim, está em tudo.

O nosso Santuário Lar, nosso Refúgio, é o lugar onde vamos todos os dia para estar com Ela, para lhe contar o que se passa, o que nos inquieta, o que nos alegra, o que nos faz sofrer. Ali reunimo-nos para tomar decisões. Pedimos à Mater que nos dê algum sinal, e Ela fá-lo. Do seu lugar, Ela olha-nos com esse amor e ternura que só a Mãe de Jesus pode fazer. Há sempre uma vela acesa, porque dali recebemos a luz do seu filho Jesus, e temos sempre  flores frescas porque, com esse detalhe, queremos que esteja contente no nosso lar assim como nós estamos felizes com a sua presença.

Fonte: Revista Tuparenda, agosto 2016

Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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