Posted On 2014-11-09 In Vida em Aliança

Todos os caminhos vão dar a Roma

JUBILEU ROMA 2014, Federico Bauml. 24-25-26 de Outubro de 2014 : Roma é a anfitriã da segunda parte do Jubileu do Movimento de Schoenstatt, durante três dias inesquecíveis. “Todos os caminhos vão dar a Roma” é um célebre provérbio italiano. Literalmente, tem origem no eficiente sistema de estradas consulares da Roma Antiga – Aurélia, Cassia, Flaminia, Salaria, Tiburtina, Casilina e Appia – que ligava todas a províncias do Império.

Mas Todos os caminhos vão dar a Roma contem também um significado metafórico, profundo, fascinante é sempre um percurso que nos leva ao lugar desejado.

Pois bem, nestes três dias, os dois significados do provérbio uniram-se, juxtapuseram-se, até quase se confundirem. Roma foi, ao mesmo tempo, a meta rumo à qual os peregrinos, com o coração ainda cheio do extraordinário Jubileu vivido em Schoenstatt, deviam chegar e o local, no qual, queriam chegar para concluir o Centenário e confiá-lo à oração do mais célebre romano adoptivo: o Papa.

Uma missão extraordinária

Descrever todos os eventos destes três dias é empresa impossível. O que, talvez, se possa fazer é contá-los desde a prespectiva própria, neste caso a dos jovens. Sem a presunção de fazer uma crónica, mas antes , com o desejo de conservar durante um pouco mais de tempo a recordação; não com a melancolia de alguma coisa que já passou, mas com o entusiasmo de algo que está para começar, de um desfio no desafio; dizendo-o com as palavras do Padre Kentenich, de uma missão extraordinária.

O nosso programa iniciou-se na sexta-feira, com a Missa na igreja dos Santi Carlo e Biagio ai Catinari, organizada pelos jovens portugueses. Bandeiras, leituras, cânticos, ofereciam uma atmosfera de ar internacional que tornava tudo mais singular. A seguir, a sugestiva “fiaccolata” desde a igreja de San Vincenzo Pallotti até à Praça de S. Pedro. Dois pontos, o da partida e o da chegada, de certeza não casuais, mas simbólicos de um percurso quase biográfico, que une a história do Movimento à história pessoal do seu Fundador. Do pequeno ao grande, do particular ao universal, da pequena igreja ao símbolo da cristandade.

Sábado de manhã , o evento mais esperado: a Audiência com o Papa Francisco

Chegados, mais ou menos, às 9 h, horário previsto para a abertura das cancelas; a fila já está no princípio das colunatas. Mais de sete mil pessoas vieram do mundo inteiro para estarem presentes num dos momentos mais importantes da história recente de Schoenstatt, e se não nos apressamos a pôr-nos na fila arriscamo-nos a ficar de fora. Ninguém queria faltar e, até ao último momento útil tínhamos arranjado bilhetes para poder dar, a possibilidade de todos estarem lá.

O Papa Francisco ofereceu-nos palavras simples e, ao mesmo tempo de grande profundidade. Ensinou-nos que a “a Igreja sem Maria, seria  um Orfanato” e, retomando a palavra de quem o precedeu, recordou como a Igreja não tinha necessidade de proselitismo, mas de testemunho”.

E, depois aquele arrepio ao longo da espinha, no sentido, de rezar a oração de consagração, enquanto, todos os presentes faziam o mesmo , cada um, na sua própria língua.

Uma missão citadina

Depois da Audiência, todos para o eléctrico em direcção ao Trastevere, precisamente a Paróquia dos Santi Patroni ( que, desde sempre alberga os Padres de Schoenstatt em Roma) para uma pequena Jornada Mundial da Juventude, Durante meses preparámo-nos para este evento; acolher e gerir o melhor possível quinhentos Jovens do mundo inteiro não é algo que aconteça todos os dias.

Almoço rápido e a seguir ao trabalho, depois de nos termos dividido em grupos, para uma pequena missão citadina; e dá igual se não falamos todos a mesma língua, porque quando, se tem alguma coisa, tão grande, em comum, encontra-se, sempre, uma maneira de nos entendermos.

Às 20 h é a Missa. A Paróquia está cheia como poucas vezes o esteve, vestida de festa para a ocasião. Eis que entram as Bandeiras e os cânticos missionários elevam-se , em uníssono. É tudo tão belo que, quase, parece não ser real, quase se espera que , de um momento para o outro , acordemos do sonho. E, pelo contrário não, é tudo verdadeiro: aquilo que tínhamos sonhado e ao qual tínhamos dedicado tempo e energias, está a acontecer.A propósito, desculpem o incidente, mas é obrigatório: obrigado a todos os que colaboraram a fim de que tudo corresse o melhor possível.

Acabada a Missa, é a altura para partilhar o jantar todos juntos, cansados, sorridentes, felizes.

De 24 a 26 de Outubro de 2014 todos os caminhos foram dar a Roma

Domingo de manhã, a última fadiga. A seguir à Missa em S. Pedro, inteiramente dedicada ao nosso Movimento, é hora de receber a saudação do dono da casa que, pelas 12 h se mostrará na janela para rezar o Angelus com os seus fieis.

Parece-me ter ainda nos ouvidos o estrondo que se elevou quando o Papa Francisco saudou, com aquele olhar de compreensão e cumplicidade, todos os peregrinos do Movimento. Sobre eles uma imagem gigante da Mater içava-se no Céu, roubando o enquadramento de todas as Cãmaras de televisão e os olhares dos presentes.

Júlio Cesár não se ofenderá se, por três dias nos tenhamos apropriado do provérbio que tão duramente tinha conquistado: pois bem se, de 24 a 26 de Outubro de 2014 todos os caminhos foram dar a Roma e, quem os percorreu se levou com ele alguma coisa e, alguma coisa nos deixou, estamos certos que voltará em breve.

Original: italiano. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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