Posted On 2013-12-22 In Vida em Aliança

O Natal passa-se em família

ITALIA, Federico Bäuml. Este domingo tivemos o tradicional jantar de Natal do grupo de jovens, ocasião para estarmos juntos e convivermos antes das (merecidas) férias.

 

 

Onde há dois ou três

A partir deste ano, na Paróquia dos Santos Patronos, há uma novidade: a Missa das 19h30m será a Missa dos Jovens. É celebrada na capelinha, onde a luz é difusa e os lugares sentados não são muitos, mas a atmosfera de intimidade é incrível. Uma aposta, um risco, a aventura de criar um momento especial, que se desse no interior do equilíbrio paroquial e que ao mesmo tempo fosse “nosso”, no seu mais amplo significado. Uma aposta, agora podemos dizer,  ganha. Ver a nossa capelinha, completamente cheia sem um lugar que fosse para pôr uma cadeira, foi uma alegria, e não importa se a primeira leitura foi em alemão, pelo contrário, esse ar internacional, torna-a ainda mais bonita.

Tudo está sob o olhar, sem dúvida, feliz da imagem da Mãe e Rainha colocada sobre o nosso presépio minúsculo, simples, tal como nós.

Jesus ensinou-nos que onde se reúnem dois ou três em seu nome, Ele estará no meio deles. Depois desses dois ou três se converterem em quarenta e cinco, diante do presépio (desta vez o grande, é lindo) enquanto rezam a Maria a oração da Aliança, pode-se também fazer uma transgressão à tradição e colocar o Menino entre Maria e José, e festejar o nascimento de Jesus na intimidade do nosso grupo.

Cada um leva algo

A tradição é que no jantar de Natal cada um leve algo. E todos, até ao último, têm no fundo medo de que falte comida: medo que, justamente desaparece no momento em que nos damos conta de que com a comida que temos, poderíamos fazer pelo menos três jantares de Natal. Porque nós somos assim, temos muitas qualidades, mas a coordenação nem sempre está presente. Mas também isto faz parte. Leva-se comida feita mas também se cozinha no momento, se for preciso.

Esta partilha torna-se na essência do que somos. O Papa Francisco explicou-nos isto magistralmente ao falar-nos da metáfora do poliedro e da esfera: a unidade na diversidade. Cada um leva algo, o seu sorriso, a sua alegria, o seu espírito de serviço, o desejo de se pôr à disposição, o seu talento, o seu esquecimento de responder aos e-mails, o andar sempre a correr, o frenesim, mas também o desejo de procurar um conselho ou querer renascer.

Nesta ótica também encontra espaço a solidariedade, com um pensamento sobre as pessoas mais desfavorecidas, às quais oferecemos mantas para que, na medida do possível, o seu Natal seja um pouco menos triste.

Cada um com a sua originalidade, com as suas qualidades, defeitos e tradições, sem colocar etiquetas, porque no final o grupo é um só, e está composto desses dois ou três símbolos.

O Natal não é uma data, é um estado de ânimo

O Natal passa-se em família. Existem, sintomas inequívocos a partir dos quais podemos perceber se durante o tempo natalício, se está em família ou não.

O primeiro é claramente a comida, que na verdade a nós não nos falta. O segundo, sem dúvida, é a lotaria, jogo clássico no qual ninguém, ao princípio quer participar, salvo depois de ter saído o primeiro número, concentrando-nos no próprio cartão com a esperança (nunca declarada e muito escondida) de ganhar um dos prémios.

Se é certo que dois indícios são uma prova, uma parte (muito grande) do nosso Natal em família, já foi desfrutado.

O Natal é também isto, mas não só. Não é uma data, é um estado de ânimo. A imagem do presépio é a chave de leitura para criarmos um clima confortável também aí onde nos pareça que se pode estar confortável.

O Natal é o único aniversário em que o homenageado dá presentes aos outros. E para que realmente seja Natal, bastará recordá-lo e abrir o nosso coração para que Jesus nasça em nós e possa ser sempre Natal.

Eis, porque Feliz Natal é o augúrio mais bonito, porque todos estamos incluídos.

Original: Italiano. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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