Abhängigkeit

Posted On 2023-05-16 In Projetos

Encontrar Deus através de muitos vícios

ALEMANHA, Peter Hagmann •

Nesta segunda noite da trilogia do Männerwerkstatt “Crises da vida que conduziram à fé“, Milan relata o seu percurso: como croata na Bósnia, foi educado como cristão, mas no seu ambiente a fé cristã tinha pouca importância, e isso durou muito tempo. —

Devido ao mau ambiente, a sua vida descarrilou. Experimentou todo o tipo de drogas que o levaram directamente à dependência: desde o haxixe à heroína, passando pelas drogas sintéticas e pelo álcool.

Tentou várias vezes libertar-se, submeteu-se a terapias, mas nada adiantou. A sua mulher e a sua mãe também esperavam que o seu casamento e a sua filha fossem um ponto de viragem, mas Milan não conseguia encontrar uma saída para o seu problema. Num novo ponto baixo, a mulher informou-o da separação e de que queria impedir a filha de ter contacto com ele. Isso levou Milan ainda mais para o fundo do poço.

Aceitar uma cruz

“Não sabia que, sem a Santa Missa, somos presas fáceis das trevas”, disse ele, “especialmente se tivermos tendência para a depressão, como era o meu caso, porque, desde que nasci, sofri muito por causa da anomalia congénita no pé. Deus quis que eu não tivesse dedos no pé esquerdo, e só há três anos é que estou muito grato por isso, porque essa anomalia é a minha cruz. Mas demorei 42 anos a compreendê-la, a perceber que é uma dádiva de Deus. Antes disso, sofri muito por causa dela. Não queria aceitá-la, e se não quisermos carregar a nossa cruz, não podemos seguir Jesus, e então estamos fechados à graça de Deus mas abertos ao pecado. E eu pequei muito.

Ponto de viragem

Chegou ao fundo do poço e, depois de várias tentativas de suicídio, invocou Jesus, implorou-lhe que o ajudasse se Ele existisse, mas passados alguns dias convenceu-se de que Deus não existia e que Jesus também era uma invenção dos homens. Então, voltou a entrar em contacto com as drogas e, numa dessas noites, em casa de um amigo, sentiu de repente como se algo tivesse mudado no seu cérebro, sentiu medos, mas também a clareza de que tinha de se arrepender e de se pôr a caminho com Jesus.

Esta experiência provocou uma mudança radical na sua vida. Desejoso de recomeçar, encontrou um padre que, após alguns desvios, lhe recomendou a confissão e a conversão. Aceitou a proposta e, após a confissão, sentiu-se aliviado e renovado. Frequentando a Missa diária e rezando o Terço que o padre lhe indicou, conseguiu aproximar-se de Jesus e da fé, que se tornou cada vez mais o tema mais importante da sua vida. Este ponto de viragem foi em 2018.

Camionista

Em 2020, na altura da crise do Coronavírus, caminhou pela antiga rota de peregrinação espanhola “Camino primitivo”, que percorre 350 km através de Espanha até Santiago de Compostela. No caminho, perguntou a Deus como deveria prosseguir a sua vida profissional. Conheceu um camionista que o impressionou tanto que disse a si próprio: “Este é o meu caminho” e fez o curso e tirou a carta de condução. Não queria continuar nos seus empregos anteriores de mecânico e de assistente social.

Hoje, no seu camião, sente-se como um eremita no seu eremitério, leva uma vida de oração intensa e ocupa-se de assuntos religiosos que também lhe interessam muito.

Eternamente grato pela fé

Na ronda seguinte, a pedido dos quase 20 participantes, Milan falou do papel desempenhado pela sua mãe, que o acompanha sempre na oração e que sofreu muito com ele. Foi também ela que lhe recomendou o lugar de Schoenstatt, onde ele teve muitos encontros interessantes que o ajudaram a continuar em frente…

Milan não quer ser para sempre um camionista na ermida do seu camião, mas deixa-se ir e confia que Deus lhe mostrará o caminho a seguir no momento certo.

Os participantes ficaram profundamente impressionados com o percurso de Milan, que o conduziu da dependência a uma fé impressionante, que o acompanha na sua vida quotidiana, lhe dá força e coragem e pela qual está infinitamente grato.

Camino de Compostela

Caminho de Compostela

Colaboração: Markus M. Amrein, Vallendar

Original: alemão (12/5/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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