Posted On 2019-10-13 In Projetos

Um dia habitual de missão no Mês Extraordinário de Missão

PARAGUAI, Sady Fleitas •

Hoje, como em todos os primeiros sábados do mês, tivemos a nossa missão no IPS (Hospital Central do Instituto da Previdência Social). Éramos apenas doze, entre os missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt e os três ministros da Eucaristia, por isso só podíamos ir dois a dois (máximo três) e também tínhamos Mães Peregrinas. —

A Missão IPS acontece em cada primeiro sábado do mês no Hospital Central do Instituto da Previdência Social (IPS). Começa com um envio por parte de um padre e dos Ministros da Comunhão. Os missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt e várias pessoas envolvidas neste apostolado percorrem os oito andares do edifício, levando a Eucaristia e visitando os doentes e as suas famílias com a Mãe Peregrina de Schoenstatt. Quando um sacerdote também participa, são oferecidos os Sacramentos da Unção dos Enfermos e a confissão. Termina com a recitação do Santo Terço na capela do primeiro andar.

Desde a oração de envio, juntou-se a nós a senhora Jorgelina, missionária do interior do Paraguai, que tinha um parente em traumatologia no quarto andar.

Coube-me ser missionária no terceiro andar, na área da pediatria, com Paty Baez, que tinha recebido recentemente a sua Imagem Peregrina na família. Fomos recebidos pelas drªs Zunilda e Luz para a respectiva autorização. No primeiro quarto havia irmãos e irmãs de outra igreja. Embora não pudéssemos passar com a pequena Mãezinha, pudemos saber que o doente se chamava Oscar e a sua mãe, Sandra. Na sala ao lado, conhecemos a Emma e a mãe dela, Patricia. Ela é um bebé milagre e foi hospitalizada por sofrer de doença cardíaca congénita. A mãe também nos disse que estava a rezar por Mateo, outro bebé que estava num estado pior do que a sua própria filha.

Os doentinhos eram vários entre eles, Analía, Ángel, Norma, Rossana, Jessica e Elías.

A Patricia e a Olga seguiram-nos quando saímos da área de terapia infantil. A primeira disse-nos: “Tomem isto para comprar uma vela para a Nossa Senhora”, olhei e eram notas de 6 mil guaranis e eu disse-lhe: “Não, não, não. Guarda. Vamos rezar por ti no Terço” e abraçamo-las para nos despedirmos.

 

Maria e Jesus na área da oncologia pediátrica.

A oncologia pediátrica é o que eu pessoalmente considero ser a área mais delicada e difícil da missão. É sensível e ao mesmo tempo bonito: um Céu na Terra; porque vejo cada doente como um anjo que passa por aqui; fomos recebidos pela drª Lourdes que nos disse que, graças a Deus, não tinham nenhum paciente que não pudéssemos visitar. Foi onde encontrámos a família do Gustavo Rodriguez. Ele estava a dormir, era um rapaz crescido e tinha febre alta. Eu pude dar água benta à família e eles ficaram muito tocados ao ver que Maria e Jesus os visitavam.

O Baptismo de Lucas

O quarto ao lado pertencia a uma “família santa”. Havia um rapaz de 7 anos com o olho direito coberto: tinha um tumor na cabeça. Perguntei-lhes se ele tinha sido baptizado e eles disseram-me que antes da sua operação, quando ainda podia falar, ele perguntou-lhes por que razão ainda não tinha sido baptizado. Ele tem de ser um filho de Deus! E foi assim que, graças à insistência dele, o baptizaram já crescido, perguntei-lhes qual era o seu nome. Lucas era o seu nome; o avô antes de ir para o céu, disse à mãe que se fosse um rapaz se chamaria Lucas e depois de saberem que era um rapaz que esperavam, assim o fizeram, em honra do avô que morreu antes de o conhecer.

O Lucas tinha muitas dores de cabeça, não conseguiam encontrar um diagnóstico, até que, após uma visita ao oculista, detectaram o tumor atrás do olho e foram a tempo. Puderam operá-lo e, agora,  estava com uma infecção que, às vezes, lhe provocava convulsões.

“…Deixai vir a Mim as criancinhas “

Encontrei a Mayra, uma adolescente que tinha entrado no dia anterior e já tinha feito a sua primeira comunhão. Ficou muito emocionada por ter podido comungar. Finalmente, visitámos o Jhosias, um rapaz de três aninhos. Tinha um tumor na nuca e não disse uma palavra porque achava que eu era a médica dele por causa da roupa de ministro da Comunhão que eu levava..

Acreditem  num grande Deus, e vocês verão um grande Deus

Na área da traumatologia de adultos, as senhoras Liliana, Pelusia e Bienvenida estavam à minha espera para receber a Eucaristia. Quão grande é o amor de uma avó. A Sra. Pelusia deitada na cama do hospital pediu-nos para rezarmos pelo seu neto Osvaldo, que era um recém-nascido que tinha acabado de receber alta.

Faltava-me uma Eucaristia…

Ao sair do I.P.S. Central , a Sra. Gladys estava à minha espera. Na terça-feira, 8 de Outubro, vai fazer uma operação delicada. Disse-me que é também ministra da Eucaristia. Ainda ia visitar algumas pessoas doentes o que é um grande serviço. Antigamente, ela também ia ao I.P.S. Central para estar com os doentes e despediu-se de mim dizendo: “acabaste de escrever o teu nome no céu.” E o serviço é realmente como o Evangelho de hoje (Lucas 10,17-24), quando os apóstolos regressaram do seu percurso e o partilharam com Nosso Senhor.

Em cada quarto eu lhes lembrei uma frase do meu músico católico favorito, Martin Valverde: “Acreditem  num grande Deus, e vocês verão um grande Deus”.

Original: espanhol (6/10/2019). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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