PARAGUAI, Cristy Santa Cruz •
No sábado 24 de Dezembro, como em todas as Vésperas de Natal dos últimos oito anos, fomos ao Centro Educativo de Itauguá para partilhar uma Ceia de Natal. —
O Natal é um tempo de nostalgia, de encontro, de família, e muitos destes rapazes descobriram o significado destas palavras durante a sua estadia nos centros penitenciários e com as nossas visitas todos os sábados.
Um grande número de voluntários das Missões Universitárias Católicas acompanha-nos, assim como muitos dos que estão envolvidos na Pastoral Prisional desde há muito tempo.
Não é apenas mais uma ceia
Todos os anos, cada Ceia, cada visita é diferente, sempre cheia de anedotas e muito amor, mas todas elas diferentes. Na verdade, após oito anos, este é a última Ceia (durante muito tempo) em que o Pe. Pedro, nosso assessor e capelão, estará connosco.
Tal como todos os anos, fomos acompanhados por música, boas vibrações, abraços, memórias…e algumas lágrimas. Também tivemos a presença de uma imagem Auxiliar da nossa querida Mãe, aquela que cuidou de nós durante todos estes anos e que nunca nos abandonou. Os jovens sabem quem Ela é e, na Sua presença, não faltaram aqueles que caíram de joelhos para expressar a Sua gratidão e implorar as Suas graças.
Ao longo de todo este tempo, a Mãe tem-nos chamado a ser os Seus instrumentos aptos neste trabalho, o que não é fácil, e que não é tão atraente como outros apostolados, mas como sempre digo, é altamente gratificante.
A semente foi plantada
Depois de pouco mais de seis anos em que estive envolvida na Pastoral Prisional, olho para trás e vejo que, embora possa parecer pouco, fizemos muito e ainda temos muito a fazer, não só para devolver dignidade a estas crianças e jovens que lá chegam, mas também a todos aqueles que trabalham com eles e para eles: educadores, guardas, pessoal administrativo, psicólogos e outros… E nunca esquecer as suas famílias; se estiverem bem, os nossos rapazes estarão bem…
O trabalho iniciado pelo Pe. Pedro, em conjunto com um grupo de jovens há oito anos, tem vindo a dar frutos, embora ainda sejam poucos, mas a semente foi certamente plantada.
Agora depende de nós, os leigos
Agora com a sua ausência, cabe-nos a nós, os leigos, o grande desafio de continuar em frente, por estas crianças e jovens que esperam por nós todos os sábados e por todos os “Pepitos” que chegarão mais tarde.
Sem dúvida, a Mãe de Deus cuidará de nós, como tem feito durante todo este tempo, sabemos que Ela não abandona os Seus filhos mais necessitados e sabemos que os jovens e adolescentes privados da sua liberdade têm sido a Sua maior ocupação desde há algum tempo.
Foi apenas Ela, com a nossa humilde ajuda, que fez estes jovens descobrirem o “coração de ouro” que têm. Só Ela e o Seu filho, tal como no Natal, podem fazer o próprio Jesus nascer e habitar nos seus corações.
Original: castelhano (3/1/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal