Casa Alma chega à cidade de Los Ángeles

CHILE, Sofía Meier, Jornal La Tribuna •

A Casa Alma chega à cidade de Los Ángeles. Trata-se de um projecto que procura proteger a infância das crianças, através da transformação das suas residências, para uma adaptada às suas necessidades específicas. —

Um lugar de abrigo e transformação para as nossas crianças, que é a definição que Maria Ayuda dá para se compreender, em palavras simples, o que é Casa Alma. Para além de estabelecer um plano estratégico para adaptar as residências a um modelo de intervenção terapêutica, a iniciativa procura melhorar a infância, devido à história das crianças com problemas de saúde mental, estabelecendo-lhes uma experiência segura. O principal objectivo é que, até 2028, cada residência esteja dentro da categoria Casa Alma. Embora este projecto seja largamente financiado pela instituição Maria Ayuda, necessita de apoio externo sob a forma de contribuições voluntárias, outra opção para poder contribuir é tornar-se sócio.

Em Agosto deste ano, crianças da residência de Santa Maria de Los Ángeles foram transferidas para o que viria a ser a sua nova casa: Uma Casa Alma. Isto foi financiado por doações de empresas, sócios e particulares que voluntariamente decidiram fazer uma contribuição financeira para esta “reconstrução da infância”. A construção desta foi baseada na observação participante das crianças e da equipa, criando um espaço seguro e adequado para o correcto desenvolvimento da sua infância.

O segundo projecto da Casa Alma está localizado em La Florida, Santiago. Concentra-se nas raparigas dos seis aos 12 anos de idade e está actualmente em processo de avanço de construção de 95%. A entrega estimada terá lugar em Março de 2023, para que possa ser posta em funcionamento no primeiro trimestre do próximo ano.

No mesmo contexto, a 26 de Dezembro, as instalações da Casa Alma foram formalmente inauguradas num evento em que participaram representantes de María Ayuda, o Bispo Felipe Bacarreza, o Presidente da Câmara Esteban Krause e a Congressista Flor Weisse, bem como executivos da CMPC, liderados por Luis Felipe Gazitúa, o presidente da empresa, que está a desempenhar um papel protagonista no processo de construção e montagem das novas residências. Este evento foi realizado com o objectivo de agradecer a estas mesmas autoridades a sua gestão.

Alianças de colaboração

“A Casa Alma surgiu de uma iniciativa do conselho de administração de Maria Ayuda, pensando em como dar uma resposta abrangente às necessidades das crianças. No Chile temos 12 residências desde Iquique até Temuco, a nossa ideia é transformar cada uma destas casas num projecto da Casa Alma e estamos a começar com Los Ángeles. A próxima é em La Florida, em Santiago” são as palavras de Ximena Calcagni, coordenadora do Projecto Estratégico Casa Alma, explicando em que consiste a iniciativa. A casa tem até um jardim de adaptação, para que os recém-chegados possam avançar pelo “caminho da cura” e entrar no mundo com força.

Rodrigo Crisóstomo, presidente do Conselho de Los Ángeles de María Ayuda, sublinhando a importância deste tipo de iniciativa na comuna: “Há muitos anos que tentamos criar isto. María Ayuda, como muitas outras Instituições, teve muitas dificuldades à sua frente; apercebemo-nos do problema que os dormitórios, os espaços, a segurança, as varandas estavam a criar às crianças, por isso começámos a trabalhar em toda a infra-estrutura, o que a rodeia, o tipo de vedações de modo a não perturbar os vizinhos. Mesmo assim, era necessário o apoio de uma empresa privada, era impossível fazê-lo sem ela. Foi assim que surgiu esta aliança com a CMPC, que é uma empresa local, faz parte da vida quotidiana de muitos Angelenos. A empresa comprometeu-se e financiou este projecto, e entregaram tudo o que era necessário.

Não ficando atrás, Luis Felipe Gazitúa, presidente da CMPC, afirma que esta actividade faz parte das principais directrizes da empresa, enfatizando o seu papel social e, sobretudo, a sua participação activa neste tipo de iniciativas: “Nesta linha, nós, como empresa, queríamos ir além do trabalho e das coisas que normalmente fazemos numa base regular, temos o dever de nos comprometer com as necessidades das comunidades. Neste caso, fomos convidados a participar neste projecto e fizemo-lo com grande prazer, porque acreditamos que tem um propósito muito louvável, que é satisfazer as necessidades de crianças e jovens muito necessitados que procuram ajuda neste país”.

O discurso do Bispo Bacarreza foi seguido de uma visita às instalações. A casa tem salas partilhadas, espaços de reunião para o pessoal, casas de banho adequadas para pessoas com deficiência e até um mural comemorativo no exterior do centro. Tendo em conta os desafios que subsistem, Monsenhor Bacarreza salientou o papel da Igreja Católica neste tipo de actividade, apelando a boas acções e ajudando os necessitados de uma forma abnegada: “Estamos muito felizes por estar a ser utilizado desta forma, porque se baseia na caridade, em fazer o bem às crianças que o merecem e que não são culpadas. Vulnerados significa que são crianças feridas e que uma ferida tem de ser curada. É isso que esta casa tenta fazer. Temos de lhes dar acolhimento, amor, fazê-las sentir que são importantes. A Igreja está cá para isso, a salvação está na palavra de Cristo, mas primeiro devem ser curados”.

Fonte: Jornal La Tribuna

Original: castelhano (1/1/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal