Posted On 2016-11-08 In 100-casas-de-solidaridade, Aliança solidária, obras de misericórdia

“Quero construir esta casa agora porque faz frio…” – As “100 casas solidárias” já são 175

PARAGUAI, por Maria Fischer e Ani Souberlich •

“Temos doações para mais uma casa? Ani Souberlich me fez esta pergunta há algumas semanas. “Já pedi o material, é para uma das nossas famílias a que prometi um teto, e com a chuva da semana passada aconteceu uma desgraça e estão praticamente debaixo de uma árvore. Gostaria de auxilia-los agora… e quero construir esta casa agora porque faz frio. Depois te conto mais! ”. Dois ou três dias antes, chegou a primeira doação vinda da Itália para uma casa completa, que junto a outras pequenas doações recebidas da Suíça, Espanha e Alemanha, o seguinte envio se transformou em “duas casas solidárias” antes que o frio chegasse… E agora em outubro, na primavera paraguaia, duas casas mais para duas famílias, que assim recebem mais que um teto; recebem futuro, esperança, e experimentam vínculos solidários.

Flashback, 3 de maio de 2016. “A primeira visita a três das ‘100 casas’, em 2015, mudou minha vida. Sempre fui solidária, sempre senti este projeto louco como meu, sempre me comprometi e sempre me fascinou que estivéssemos criando algo, que ficaria do jubileu dos 100 anos da Aliança de Amor. É uma expressão real e permanente da Aliança Solidária com Francisco, uma obra digna de um Schoenstatt em saída, um Schoenstatt do segundo século”, comento a Ani, enquanto avançamos com seu carro branco e valente pelos caminhos do Assentamento Esperança, onde há mais de três anos começou toda a loucura das 100 casas solidárias.

“Mas é algo muito diferente estar, ver, sentir que esse outro, esse ‘pobre’ é como eu e vive num “lixão” debaixo de quatro paus e uma plástico”, ela me responde, e tem toda a razão.

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Construção da casa com a doação de Itália

Ver nossos amigos outra vez

Mas de um ano se passou desde esta primeira visita às 100 casas solidárias, mas quando voltamos a casa onde vive Porfírio com sua mãe e seus três irmãos com necessidades especiais e prostrados em cama, todo esse ano parece desaparecer. Mais ainda quando depois de chegar na sua casa e de esperar um pouco com sua mãe, que voltou a pouco tempo do hospital e com uma vizinha que a ajuda um pouco, aparece Porfirio na sua nova moto e nos abraçamos como amigos, como irmãos de sempre. A primeira coisa que me diz depois de um longo e forte abraço é: “Por favor, Maria, agradeça a Dona Susana que nos deu a geladeira e a máquina de lavar roupa. Diga que sempre rezo por ela”.

Conversamos com Porfirio sobre seu trabalho e sua criatividade de gerar mais ingressos administrando uns lotes a venda. Este jovem, de pouco mais de 20 anos, é responsável de manter toda sua família, e isso com uma simplicidade e alegria de serviço impactante. Fomos levar algo para eles? Correto, roupa, comida, e nosso tempo… Mas o que recebemos foi muito mais. Foi como um retiro espiritual de apenas 45 minutos no banco em frente à sua humilde casa, uma das 100 casas solidárias, debaixo do sol de outono e com um casebre de paus e plástico a vista…

Temos todo um dia desta vez para as visitas, mas temos que nos despedir… As distâncias são grandes e os caminhos, uma aventura.

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No jardim de Porfirio e sua família

Um caderno, um lápis, um abraço… um teto

Deixamos uma mensagem de WhatsApp a uma família, em cuja casa não encontramos ninguém, avisamos que voltaríamos mais tarde e nos dirigimos ao Assentamento Esperança. As primeiras 100 casas forma construídas em terrenos conseguidos em doação para cada família, as novas casas agora se constroem para famílias que receberam um terreno em um dos assentamentos do Estado, mas apenas isso… Quando saímos do carro, em poucos segundos fomos rodeados por umas 30 crianças. Crianças com caras radiantes de alegria, com sorriso e olhos que brilham… Repartimos uns cadernos e lápis e uma bala para cada um, e dançam de alegria, nos abraçam, gritam de felicidade. “Sempre aviso com uns dias de antecipação que irei”, comenta Ani, “mas não lhes dou uma data exata. Quero ver como estão as casas, como as cuidam”.

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É todo um sistema, todo um mundo de vínculos, de educação, de motivação que tem feito Ani Souberlich no transcurso destes três anos que estamos construindo casas solidárias para os mais pobres. Cada família recebe sua visita uma, duas ou três vezes por ano. Ani lhes leva roupa, comida, cadernos e brinquedos para as crianças, pergunta pela saúde, pela escola, o trabalho, e também observa a ordem e a limpeza da casa. No caso de Isabela, encontramos um caos tremendo dentro da casa. Umas palavras sérias, um sorriso, um estímulo, um abraço, uma foto com todas as crianças e a amiga da Alemanha, e “logo nos veremos, Isabela, e cuide da sua casinha”. Vamos cumprimentar a dona da casa vizinha. Ela e seu marido a construíram com seus próprios esforços, estão em melhores condições. O marido estuda arquitetura em Assunção e trabalha de noite, ela tem uma pequena venda. Têm planos, esperança, futuro… Tomamos um mate, conversamos, deixamos alguns víveres…

Voltamos a casa onde não havia ninguém umas horas atrás, agora nos esperam Yasmin e sua filha. Nota-se que estão felizes com sua casa e que a cuidam bem, inclusive com plantas em frente a porta.

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A pequena família de Luz

O giro termina com uma visita a minha pequena amiga Luz, esta menina tímida, com dificuldade em seus braços e pernas, e tantas cirurgias e fisioterapia, tudo conseguido com muita solidariedade… Esta menina de um sorriso que vale ouro. Com orgulho nos mostra seu cachorro, recém-nascido, que cuida com delicadeza e carinho. “Como está indo na escola? ” Ani lhe pergunta. “Bem, eu gosto”. “Está progredindo bem”, comenta sua mãe, que está grávida. “Vamos ter um bebê logo”, me diz Luz. Sua cara é pura alegria. Ani lhe presenteia uma roupa cor de rosa, como parece que a todas as meninas do mundo gostam. Que felicidade!

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Agradeço a pequena Luz a linda flor, feita de uma borracha tipo esponja, que me fez chegar por Ani, e sua cartinha com sua saudação. “Tenho a carta na minha casa e todos os dias a vejo e penso em você”, lhe digo. Um grande sorriso é a resposta.

Tiramos a última foto do dia, esta pequena família de três, que logo será de quatro, em frente à sua casa solidária tão lindamente pintada.

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Nesse tempo foram construídas muitas casas mais. Nossa obra de misericórdia tem nomes e caras concretas. Em agosto, Ani me enviou uma foto que fala de tudo o que desejamos. Um homem, que com felicidade, está levantando a parede de sua futura casa ou da casa de seu futuro…
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A doação necessária para uma casa é 200 € / 250 US$

 

TRANSFERÊNCIA PARA A CONTA DE DOAÇÕES EM PARAGUAI

Ana Esperanza Souberlich Martinez
N° de conta: 7.0175419/0
BIC UBBRPYPX
Banco Itaú Paraguay S.A. Asunción
Paraguay

TRANSFERÊNCIA PARA A CONTA DE DOAÇÕES (SEPA) – Opção para doações de Europa

Maria Fischer
IBAN DE08400602650062268615
BIC GENODEM1DKM
Uso previsto: 100 casas

Contato:  100casas@schoenstatt.org

Original: Espanhol – Tradução: Lena Ortiz, Ciudad del Este, Paraguai

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